Cuba

Senha Aberta – Quinta Afinação – Cuba.

São resultados deste projeto: Pesquisa literária, musical e audiovisual; pesquisa e produção de conceitos, imagens, projetos e sites afins; Estandarte; diário; fotografias; vídeos; entrevistas; sons; percursos; rotas; caminhos; mapas; blog; vivências e relações.

“Meu enleio vem de que um tapete é feito de tantos fios que não posso me resignar a seguir um fio só; meu enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias. E nem todas posso contar.” (Clarice Lispector, em ‘Os desastres de Sofia’).

Para começar a parte musical, com chave de ouro, inicio esta etapa do Senha Aberta com Geraldo Vandré / Théo de Barros. Festival da Rede Record. 1966).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HpdUjesXtpc>
Acesso em: 18 mai 2018.

‘Jair Rodrigues – Disparada’. (Composição: Geraldo Vandré / Théo de Barros. Festival da Rede Record. 1966).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HpdUjesXtpc>
Acesso em: 18 mai 2018.

E, Caetano Veloso, ‘Quero ir a Cuba’.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=IIZrbPv9Y34>
Acesso em: 02 out 2018.

Pauta: Cuba.

Oficialmente República de Cuba. É uma República Socialista, organizada segundo o modelo Marxista-Lêninista – partido único cm eleições indiretas para cargos executivos.

Conceito: Marxismo-Lêninismo.

Considero complexos os estudos do Marxismo-Lêninismo, sobre o pensamento de Lênin, Engels, Marx, Trótsky, Rosa de Luxemburgo, entre outros. Falarei sobre este conceito no transcorrer deste trablho.

Indico, aqui, alguns links:

‘Atilio Boron: Teoría Marxista de la Política’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=o4WS0PWxjdU&t=186s>Acesso em: 20 jun 2017.

‘Karl Marx: Introdução ao materialismo histórico/dialético (#Matrix 65)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xsP2t3cDdeE&t=70s>
Acesso em: 20 jun 2017.

‘Os quatro sentidos da alienação em Marx – Aula 3’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ieN3XcvzPnI>
Acesso em: 18 mai 2018.

Podemos encontrar, na rede mundial de computadores – no youtube – algumas aulas e palestras, entre elas, as dos professores Atílio Borón e José Paulo Netto, para quem desejar se aprofundar no assunto, através de meios audiovisuais.

‘Karl Marx: Classes Sociais – Sociologia – Prof. Leandro Vieira’. (Aula de sociologia).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3CJtxoh33Ek&t=547s>
Acesso em: 15 mar 2018.

O lema nacional de Cuba é ‘¡ Patria o Muerte! ¡ Venceremos!’.

 Cuba, país formado por um arquipélago localizado no Mar das Antilhas, também conhecido como Mar do Caribe, que por sua posição geográfica na entrada do Golfo do México, é conhecido, desde a época colonial como a Chave do golfo.

Os países mais próximos de Cuba são o Haiti, as Bahamas, os Estados Unidos da América do Norte, a Jamaica e o México.

O país é constituído pela Ilha de Cuba, Ilha da Juventude, e de várias ilhas menores.

Com território de 109.884,01Km², e população aproximada de 11,2 milhões de habitantes – segundo dados de 2015.
Tem como língua oficial o espanhol.
A porcentagem de homens e mulheres é praticamente igual, sendo cerca de 7,3 milhões de brancos, 1,2 milhões de negros, e 1,8 milhões de mestiços.

Influências em Cuba: Africanos (a maioria vinda do Congo); Espanhóis (Canárias, Catalunha, Andaluzia, culturas regionais: galegos, asturianos); Franceses (do Haiti); Norte-americanos.

Conta com quinze províncias e 168 municípios, além da Ilha da Juventude, considerada um município especial.


Cuba é a 16ª maior ilha do mundo.
O país é banhado a norte pelo Estreito da Flórida e pelo Oceano Atlântico Norte, a noroeste pelo Golfo do México, a oeste pelo canal da Península de Iucatã, a sul pelo Mar das Caraíbas, e a leste pela Passagem de Barlavento.

Lista dos países mais próximos, e distâncias de centro geográfico a centro geográfico, em linha reta: Haiti, 639Km; Bahamas, 392Km; EUA – Flórida, 166Km; México, 2.550Km.

Ocupa posição geográfica estratégica – notadamente no que se refere aos EUA, por localizar-se entre os oceanos Atlântico e Pacífico, fazendo parte do que se pode considerar um ‘paredão’ entre esses dois oceanos.
Fuso Horário: UTC -5.
IDH: 0,816 (22º), ficando, nas Américas, atrás somente dos Estados Unidos, Canadá e Chile.
Moedas: Peso Cubano (CUP), e Peso Cubano Conversível (CUC).
Flor símbolo do páis: La Mariposa.

Em 27 de outubro de 1492, Cristóvão Colombo chega às terras que os povos originários chamavam de ‘Colba’ (Cuba). Porém, não existe consenso a respeito das origens do nome do país.

Colombo batiza a ilha de Juana, em homenagem a João de Aragão e Cristina, herdeiros da coroa dos reis católicos espanhóis, patrocinadores da viagem, juntamente, claro, com a igreja católica.

Sobre os processos de colonizações e independências de Cuba falarei mais tarde neste projeto.

Cuba tem reservas de ferro, níquel, cobalto, e alguns outros minerais. Desde o ano de 1881 se explora petróleo em Cuba.

A República está governada por assembleias provinciais e municipais do Poder Popular – órgãos eletivos compostos por delegados eleitos por voto universal, direto e secreto – que, por sua vez, elegem os conselhos de administração.

A Assembleia Nacional do Poder Popular é o órgão máximo. O Estado estabelece a política social de acordo com o caráter socialista da sociedade cubana.

Entre os principais objetivos, busca-se construir uma sociedade cada vez mais justa e solidária, onde se destacam: acesso a uma alimentação básica; direito à saúde e à educação; aposentadoria; emprego e moradia.

O governo mantém inúmeras políticas sociais para garantir igualdade de oportunidades no que se refere aos itens acima citados.

Uma das metas é manter relações estreitas entre o desenvolvimento econômico e o social, onde os recursos destinados aos programas sociais não são considerados gastos, mas a satisfação dos objetivos prioritários da sociedade.

No início dos anos 90 do século passado, com a queda do império soviético – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) – que mantinha estreitas relações político-econômicas com Cuba – a Ilha sofreu perdas econômicas consideráveis, aumentando a complexidade das suas soluções sustentáveis.

Seria necessário estudar a fundo a organização popular do poder em Cuba, o que este projeto não tem condição, neste momento, de aprofundar.

Gostaria de salientar que Cuba tinha, antes da Revolução, uma taxa de analfabetismo de 23,6%, sendo analfabetos 41,7% de sua população rural. Com a Revolução alfabetizou-se em massa a população.

Atualmente, 99,8% da população é alfabetizada – segundo dados até mesmo da CIA.
Tornou-se o primeiro país do mundo a erradicar o analfabetismo.

Com sistema universal de saúde, baseado na medicina preventiva, o país alcança níveis de desenvolvimento invejáveis nesta área.

Possui uma taxa de mortalidade infantil inferior até mesmo à de países desenvolvidos e expectativa de vida média de 79 anos, segundo dados de 2014.

É o país com a maior proporção demográfica de pessoas com mais de 100 anos, à frente até do Japão.

Em 2009 a UNICEF anunciou que Cuba é o único país, dentre todos da América Latina e Caribe, que erradicou a desnutrição infantil, segundo relatório apresentado em 2011.

O sistema de solidariedade com os povos do terceiro mundo atualmente é estabelecido através de envio de médicos, aonde eles forem necessários. Isso vem acontecendo, sistematicamente, com o envio desses profissionais a países da América Latina e Caribe, além de vários países do continente africano.

Oitenta e cinco por cento das famílias são donas de suas casas, não pagando aluguel. Quinze por cento pagam aluguel de 1 a 2 dólares mensais, computados como amortização no pagamento da moradia, até se tornarem proprietárias.

A educação – controlada pelo Estado – determina que o ensino  fundamental, médio e superior sejam garantidos a todos os cidadãos e cidadãs, sendo obrigatório até o nono ano.

Conceito: Educação.

“Ato ou processo de educar(-se); qualquer estágio desse processo; aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano; pedagogia, didática, ensino; o conjunto desses métodos; pedagogia, instrução, ensino.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1100).

Em 2006, Cuba foia única nação do mundo a receber da WWI (Worldwatch Institute), o certificado de desenvolvimento sustentável.

Resumo e interpretação de artigos disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Cuba>
e em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cuba>
Acessos em: 06 set 2017.

Antes de iniciar minha jornada através da Revolução Cubana, acredito ser necessário esclarecer alguns fatos que foram determinantes para nossa história:

As invasões

  Conceito: Invadir.

“Penetrar num determinado lugar e ocupá-lo pela força; apoderar-se, tomar, conquistar; ocupar um lugar de forma maciça e abusiva; alastrar-se por, estender-se por; ganhar, dominar; infestar, cobrir (algo); tomar conta de; avassalar, usurpar.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1 642).

Não se conquista pela força.

Desta maneira – pela força – agiram todos os poderosos, sem exceção, que colonizaram o mundo.

Todos abusaram e desrespeitaram os povos originários de cada pedaço dessa nossa Mãe Terra.

As colonizações

Conceito: Colonizar.

“Criar colônia(s) ou transformar em colônia; habitar como colono; alastrar-se por, propagar-se; invadir.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 763).

A igreja católica teve participação fundamental na forma da colonização espanhola, e não somente espanhola.

A esse respeito podemos observar o professor Hugo Fernando do Couto Faco, em seu trabalhoIgreja Católica na Colonização da América Espanhola’, quando nos coloca por exemplo, que “Bem saibamos a forte influência e o grande poder que a Igreja Católica exercera no período conhecido como Idade do Meio, respeitada até mesmo como uma grande Senhora Feudal, controladora de toda a vida social, política e até mesmo econômica na Europa, onde muito se confundia e se misturava o poder Estatal com o poder Religioso. Assim, a Igreja muitas vezes assumia o papel de Estado, controlado pelo alto clero. […]

Manter os privilégios da Igreja na Europa não bastou para a ambição do alto clero; e já com toda a experiência de propagar a fé cristã – adquirida nas Cruzadas – para todos aqueles povos pagãos sob a ótica da Igreja, era a mais eloquente substância sob a qual a Igreja participou ativamente nos processos colonizadores do Novo Mundo, até então desconhecido pelos europeus. […]

Com toda a sua cobiça de levar a fé cristã (pois era altamente lucrativo ter mais fiéis) a Igreja esteve presente desde o primeiro momento no processo de conquista, desempenhando um relevante papel no que condiz à dominação daquele povo sem cultura e sem fé, assim vistos pelos europeus tão empenhados em propagar a fé católica que em nome de Jesus Cristo e de seu rei irão cometer atrocidades e verdadeiros genocídios com os nativos aqui no ‘Novo Mundo’; atos estes permitidos pelo alto clero […]

A Igreja ao se deparar com povos tão diferentes, adoradores de vários deuses, que cometiam sacrifícios humanos em oferenda aos deuses, os consideraram como povos sem fé, sem cultura e na perspectiva de uma colonização até mesmo em nome de Jesus Cristo, a Igreja começou um processo de catequização dos índios, para os tornarem seres com almas, mas nunca o bastante para se tornarem homens livres. […]

Os conquistadores poderiam recorrer à violência a fim de impor a dominação, pois a conquista era vista como um ato de justiça, capaz de retirar o bárbaro da sua barbárie, oferecendo-lhe todas as benesses da vida civilizada.”

Artigo completo disponível em: <http://bloghistoriacritica.blogspot.com.br/2010/03/igreja-catolica-na-colonizacao-da.html>
Acesso em: 04 fev 2018.

Para cooperar com a compreensão da história da colonização espanhola, podemos ver ‘Filosofia medieval cristã – Patrística e Escolástica’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Eu-CWNAa6lU>
Acesso em: 07 fev 2018.

Os povos originários tinham religiões politeístas, o que facilitou a aceitação de mais um deus, no caso o da igreja católica.

Como exemplo do funcionamento da igreja católica nas colonizações, vale observar a história do cacique Hatuey, queimado vivo por não se render aos desígnios dos evangelizadores.

Ele é conhecido como o último índio cubano, pois toda a população originária já havia sido dizimada.

 

Informações sobre a história de Hatuey disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Hatuey>
Acesso em: 10 jun 2018.

Imperialismo Espanhol
Conceito: Império.
“Poder ou autoridade de um imperador ou de uma imperatriz; forma de governo monárquico, cujo soberano tem o título de imperador ou de imperatriz; a nação assim governada e seus habitantes; domínio soberano efetivo ou influência dominadora; autoridade, comando; grande estrutura econômica sob domínio ou controle de uma só pessoa física ou jurídica.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1580).

O império exploratório tinha como objetivo expropriar as riquezas do novo mundo.

A colonização espanhola pratica a mineração inicialmente da prata.

O contato com o europeu matou, por doenças, por morte matada, ou por trabalho forçado, aproximadamente 90% dos povos originários.

Onde os caciques não aceitaram os invasores foram todos exterminados.

Os invasores consideravam:

  • natureza X cultura;
  • atrasados X adiantados;
  • capitães X decapitados.

A igreja católica, interessada no valor ‘espiritual’ da conquista, obrigava os povos a seguirem o catolicismo, pois ainda eram considerados seres humanos.

Para alcançarem seus intentos os invasores estavam sempre com a cruz em uma mão, e a espada na outra.

A(o descobrirem que os povos originários não compreendiam a lógica da produção para acúmulo de produtos – o excedente – os invasores trataram de trazer, ‘na marra’, a força de trabalho dos negros do continente africano.

Ao contrário dos indígenas, ainda considerados seres humanos, os escravizados foram categorizados como animais. Meramente força de trabalho forçado.

Portanto, sem sequer uma alma que ‘merecesse’ ser ganha para os cofres desse deus.

Foram longos e penosos anos de escravagismo nas Américas e Caribe. O mapa abaixo nos oferece um panorama com as datas do final da escravidão negras nessas áreas.

Encontrei, na internet, um mapa do ‘fim’ da escravidão. Fiz um tipo de ‘remontagem’ para adequar aos arquivops de imagem para este projeto, e aqui reproduzo:

Conceito: Expropriar.

“Retirar de (alguém) a propriedade ou posse por conveniência ou necessidade pública.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1290).

Considerando que somente quem tivesse papel assinado seria proprietário das terras, os povos originários foram considerados invasores, e os invasoresos donos das terras que iam paulatinamente tomando.

Conceito: Exterminar.

“Expulsar de algum território, região etc.; banir; destruir de maneira cruenta; eliminar por morte; fazer (algo) chegar ao fim; acabar com; extirpar.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1291).

Os povos originários que não foram praticamente exterminados pela força da espada, das armas de fogo, ou das doenças trazidas pelos

invasores, tiveram, em sua grande maioria, sua cultura alimentar e religiosa exterminadas pelas novas formas de produzir e consumir os alimentos e de compreender os fenômenos naturais e os deuses, em toda a América e Caribe.

De forma bastante concreta o que restou desses povos vem sendo exterminado na América Latina e Caribe até nossos dias.

Conceito: América Latina.

O conceito de América Latina costuma se restringir ao conjunto de países de colonização portuguesa, espanhola e francesa, das Américas do Sul, Central, Caribe e América do Norte (até a margem do rio Bravo). Prefiro analisa-lo como o conjunto dos países –  todos subjugados aos europeus – alguns no transcurso de suas histórias anteriores ao século XX, outros até a atualidade – e a maioria, agora sob o domínio do império capitalista norte-americano.

Ao falar em América Latina estarei falando de todos os países que vão desde a Argentina até o extremo norte do México, no rio Bravo – que ‘separa’ o México dos EUA.

Sobre a América Latina, Michele Torinelli nos fala: “A que muitos povos têm chamado de Abya Yala, apropriando-se do conceito no idioma kuná, falado em lugares hoje conhecidos por Panamá e Colômbia – já se contam, segundo o calendário do invasor, 526 anos de colonização.

Levaram desta terra em plena madurez, terra de sangue vital ou terra nobre que acolhe a todos – que são os significados aproximados de Abya Yala – madeira, açúcar, especiarias, cobre, ouro, prata, salitre, petróleo, gás, minérios. Massacraram e exterminaram povos que aqui (con)viviam. Foram responsáveis pela grande diáspora africana e impuseram a desterritorialização e o trabalho escravo.

Não souberam ser nobres como essa terra.

Mas a colonização não foi – e não é – só material. Colonizaram nossa maneira de ver o mundo e viver nele. Obrigaram as diversas culturas a falar como o colonizador, a viver como o colonizador, a pensar como o colonizador. Nós, que aqui habitamos, somos fruto desse violento embate em que uma cultura se impôs a diversas outras. E somos aquelas que, a partir de sabedorias que resistem e existem, a partir da memória comum, podem descolonizar a si mesmas e à destrutiva maneira social de se relacionar com a vida que se impõe.

Como mais ou menos disse Oswald de Andrade, se o europeu tivesse chegado num dia de sol, o índio tinha lhe tirado as vestes. Mas chegou num dia de chuva, e vestiu o índio.” […]
Disponível em: <http://vidaboa.redelivre.org.br/2018/01/09/cosmovisoes-comunidades-e-resistencias-na-america-latina-o-tecido-vivo-do-bem-viver/>
Acesso em: 03 fev 2018.

Sobre a América, José Martí escreve, ‘Nuestra América’, ensaio publicado pela primeira vez em 01 de janeiro de 1891,  na Revista Ilustrada, de Nova York. E em 30 de janeiro do mesmo ano, no El Partido Liberal, do México.

É considerada uma das principais obras que esclarecem o ideário de José Martí. (Sobre José Martí falarei mais tarde neste projeto).

‘Nuestra America – José Marti’.
Disponivel em: <https://www.youtube.com/watch?v=t_u_PITPpuw>
Acesso em: 01 ago 2016.

‘Eduardo Galeano: Las venas abiertas de América Latina’ – Audiolivro. (Leitura sintética)
Parte 1/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Qnn6a2NILgM>
Parte 2/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=TFR_zOOAn7s>
Parte 3/3

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UGQxpTQ0vkg>
Acessos em: 22 fev 2018.

‘Julio Cortázar: La verdadera cara de los angeles’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qlHGoqv7X90>
Acesso em: 01 ago 2016.

Espaço
Vale observar o mapa da “descolonização”:

 

 

O imperialismo Norte Americano

 Conceito: Império norte-americano

Segundo Atílio Borón, “Os Estados Unidos da América do Norte chegaram tarde à partilha imperialista do mundo por estarem muito ocupados com a conquista do oeste.”. Ou seja, dizimando suas imensas populações originárias!

A ‘American way of life’ vem sendo imposta à grande maioria dos países da América do Sul (Argentina; Bolívia; Brasil; Chile; Colômbia; Equador; Guiana; Guiana Francesa; Paraguai; Peru; Suriname; Uruguai; Venezuela), da América Central (Belize; Costa Rica; El Salvador; Guatemala; Honduras; Nicarágua; Panamá), e do Caribe (Antígua e Barbuda; Aruba; Bahamas; Barbados; Cuba; Dominicana; Granada; Guadalupe; Haiti; Ilhas Caimã; Ilhas Turcas e Caicos; Ilhas Virgens; Jamaica; Martinica; Porto Rico; República Dominicana; Saint Barthélemy; Santa Lúcia; São Cristóvão e Neves; São Vicente e Granadinas; Trinidad e Tobago), e ao México, país da América do Norte.

Algumas informações disponíveis em:

<http://lanic.utexas.edu/subject/countries/indexpor.html>

Acesso em: 03 jan 2018.

A imposição dos EUA funciona através de inúmeras ações econômicas e culturais, de modo que ‘parece inexistente’. Subliminarmente, impõem o modo financeiro de agir, a moda, a música, o cinema etc. E, de forma bastante direta, a ‘dolarização’ da economia em todos os países que julgam pertencer a seu império.

Nesta etapa do Projeto Senha Aberta, falaremos sobre Cuba, o 104º país em extensão, com 109.884,01Km², e população aproximada de 11,2 milhões de habitantes, o que implica que é pouco maior e pouco mais populoso do que o Estado de Pernambuco, no Brasil – com 98.312.000Km², e população de aproximadamente 9,3 milhões de habitantes.

Porém, estaremos falando de uma das mais importantes potências considerando a resistência ao Império-Norte, (como tratarei os EUA, de agora em diante neste projeto).

Conceito: Império-Norte.

É o império norteador da ideologia capitalista.

Segundo afirmou Karl Rove, assessor presidencial do Império-Norte, em 2004: “We’re an empire now, and when we act, we create our own reality”.

Ou seja, eles criam as realidades, e nós somos os que as seguimos. E ainda, segundo ele afirma, podemos (nós que não somos o império)  até estudar essas realidades criadas por eles, mas enquanto estudamos uma realidade, eles já estão criando outra… isso afirmando que estaremos sempre atrás.

 Sobre este projeto em Cuba:

Primeiro, gostaria de salientar que sou brasileira e vivo em um país – Brasil – que em 2016 matou, por violência urbana e rural, quatro vezes mais pessoas do que no mesmo ano na Guerra da Síria.

O Brasil registrou, em 2015, 59.080 homicídios – mais de 160 por dia. Isto sem contar os mutilados física e psicologicamente nesse processo. Essa violência atinge, em sua maioria, jovens negros das camadas mais empobrecidas pelo modelo capitalista imposto ao Brasil.

Um mapa da violência no Brasil, resultante de pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), está disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=30253>
Acesso em: 15 jul 2018.

Acredito que nenhuma pessoa nascida no Brasil tem o direito de acusar ou questionar a Revolução Cubana ou o Povo Cubano por tomar decisões sobre seu próprio destino.

Quanto a este projeto em Cuba, não existem facilidades nesta tarefa, levando em conta as complexidades, contradições, e dificuldades que este projeto encontra para analisar Cuba de um ponto de vista de ideologias de esquerda.

Acredito na soberania popular para construir igualdade econômica, social, cultural, racial etc.
Porém, sei que o modelo de controle sociocultural exercido hoje pelos poderosos do capital e das igrejas, parece nos afastar definitivamente destes ideais.
Também acredito termos capacidade de propor novos modelos, lembrando que, por exemplo, a república foi, por séculos, um sistema impensável… neste sentido, podemos pensar e construir o que – ainda – é impensável.

Não estou ligada a nenhum partido político.
Estou conectada com filosofias políticas de esquerda.
Trabalho pela politização da vida sociocultural.

Não acredito em propostas reformistas, mas em mudanças radicais, ainda que, neste momento, não tenho um modelo e não sei formas de chegarmos a elas.

Todas as pessoas – sem exceção – fotografadas, citadas, ou que deram apoio à minha residência artística e pesquisa em Cuba, não têm nenhuma responsabilidade sobre as minhas falas e opiniões colocadas neste projeto.
Atividade do Projeto Senha Aberta: Residência artística, através da ‘Asociación de Pedagogos de Cuba’, em La Habana, Cuba.

Período: de 31.10 a 07.12.2017.
Música seminal: ‘Guantanamera’.

A canção

É a música cubana mais conhecida internacionalmente.
Escrita em 1928, sua composição se atribui oficialmente a José Fernandez Diáz, mais conhecido como Joseíto.
Nos anos 50 do século XX, o músico espanhol Julián Orbón agregou, à letra, a primeira parte dos ‘Versos Sencillos’, de José Martí.

Durante as décadas de 60 a 80 do século XX, cantamos esta canção em momentos de lutas por democracia em vários países da América do Sul, que viviam sob sangrentas ditaduras cívico-militares.

A canção vem sendo adaptada e gravada por inúmeros artistas em todo o mundo, como uma marca identitária de Cuba e de sua Revolução.

À canção se agregam décimas improvisadas. Foi montada   a pelo compositor e cantor folclorista Pete Seeger, que a adicionou ao repertório de seu grupo The Weavers, e em 8 de junho de 1963. Foi gravada, com o título ‘La Guantanamera’, durante um concerto no Carnegie Hall, em Nova York.

Dois anos depois o trio Sandpipers impulsionou a música internacionalmente.

Vem sendo adaptada para mais de 150 versões por prestigiosos(as) vocalistas e instrumentistas de vários países, tais como Richard Clayderman, Libertad Lamarque, José Feliciano, Tito Puente, Julio Iglesias, Marco Antonio Muñíz, Joan Baez, Los 5 Latinos e Celia Cruz.

Mais informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Guantanamera_(canci%C3%B3n)>
Acesso em: 04 fev 2018.

 A letra:
(Uma das possíveis versões)
 Guantanamera

Guantanamera, guajira guantanamera
Guantanamera, guajira guantanamera

Yo soy un hombre sincero
De donde crece la palma
Yo soy un hombre sincero
De donde crece la palma
Y antes de morir me quiero
Echar mis versos del alma.

Guantanamera, guajira guantanamera
Guantanamera, guajira guantanamera

Mi verso es de un verde claro
Y de un carmín encendido
Mi verso es un ciervo herido
Que busca en el monte amparo.

Guantanamera, guajira guantanamera
Guantanamera, guajira guantanamera

Por los pobres de la tierra

Quiero mis viersos dejar
Por los pobres de la tierra
Quiero yo mis viersos dejar
Porque arroyo de la cierra
Me complace más que el mar.

Guantaamera, guajira guantanamera
Guantanamera, guajira guantanamera

Yo soy un hombre sincero
De donde crece la palma

Yo soy un hombre sincero
De donde crece la palma
Y antes de morir me quiero
Echar mis versos del alma.

Guantanamera, guajira guantanamera
Guantanamera, guajira Guantanamera.

Em outras versões existe o verso:
Cultivo uma rosa branca
Em junho como em janeiro
Para o amigo sincero
Que me dá sua mão franca


‘Guantanamera – The Sandpipers’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Jm1anurhbeg>
Acesso em: 03 fev 2018.

No Brasil, foi regravada por vários grupos, tais como Tarancón e Raíces de América.

‘Guantanamera – Raíces de América’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mSq9dbbfE2k>
Acesso em: 03 fev 2018.
Links para ‘Guantanamera’:

‘Richard Clayderman – Guantanamera’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gbIRDajUzTQ>
Acesso em: 04 fev 2018.

‘José Feliciano – Guantanamera’.
Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Jt2I7roHXfo>
Acesso em: 04 fev 2018.

‘Guantanamera – Tito Puente, Miguelito Valdes’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cbKQujrpDKQ>
Acesso em: 04 fev 2018.

Guantanamera (letra e vídeo) com Julio Iglesias. Vídeo Moacir Silveira’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Wg5-m0tNeoY>
Acesso em: 04 fev 2018.

‘Guantanamera – Joan Baez’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=PSOKuQqL-Vw>
Acesso em: 04 fev 2018.

‘Maria Bethânia e Omara Portuondo – Guantanamera’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FMbVaFEtaNs>
Acesso em: 04 fev 2018.

‘Celia Cruz – Guantanamera’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-cdq46N2sqk>
Acesso em: 04 fev 2018.

‘Emil Lassaria & Caitlyn – Guantanamera 2012 Rework‘.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=e8iBrMWOUT4>
Acesso em: 17 ago 2017.

‘Guantanamera – Los Paraguayos‘.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Wl9XO7GukQk>
Acesso em: 17 ago 2017.

‘Guantanamera – The Fugees & Wyclef Jean‘.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WLFjiRwULog>
Acesso em: 17 ago 2017.

‘Guantanamera – Playing For Change – Song Around The World‘.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=blUSVALW_Z4>
Acesso em: 17 ago 2017.

‘Chico Buarque, Djavan, Marina, Caetano e Pablo Milanés – Guantanamera’.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=mc_GUY6ZzyI>
Acesso em: 18 ago 2017.

‘Fernando Ferrer com Ramon Montagner no Jô em 2009 – Guantanamera‘.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ITMboV5gHSs>
Acesso em: 18 ago 2017.

‘Guantanamera. Coro Vox Vitae‘.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4DOwSHqsD-8>
Acesso em: 18 ago 2017.

Conceitos em Guantanamera:

Guantanamera – Mulher nascida em Guantánamo.

Sincero – “Que se exprime sem artifício nem intenção de disfarçar seu pensamento ou sentimento; que é dito ou feito de modo franco, isento de dissimulação: em quem se pode confiar; verdadeiro, leal; que demonstra afeto; cordial.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2576).

Versos del alma – Palavras que trazem a essência das verdades de José Martí.

Ciervo herido – Animal ferido pelas cruezas do regime imperialista a que eles se submeteram e contra o qual lutatam até a morte.

Por los pobres de la tierra – Versos relacionados às desigualdades sociais de Cuba e da América Latina.

“Cultivo uma rosa branca/Em junho como em janeiro/Para o amigo sincero/Que me dá sua mão franca.”.

Cultivar – “Tratar (a terra); lavrar, amanhar; plantar com cuidados especiais, promover o desenvolvimento de (sementes, espécies vegetais); dedicar-se a (estudo, saber, conhecimento teórico e/ou prático); empenhar-se em manter, levar adiante (algo) por tempo prolongado.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 887).

Em José Martí, uma metáfora para a cordialidade, a amizade profunda entre as pessoas e os povos.

Mão franca – Em quem se pode confiar.

Tema dominante deste Projeto em Cuba: Revolução Cubana.

Pauta: Revolução Cubana.

 As informações abaixo são parcialmente traduzidas do Ecured, e do Wikipedia, intercaladas por outras falas – entre elas as minhas – sobre a Revolução Cubana.

A conquista da Ilha de Cuba, pela Espanha, tem início quase vinte anos após a invasão, realizada por Cristóvão Colombo e sua equipe de conquista.

 Conceito: Conquista.
“Ato ou efeito de conquistar; processo de conquistar; território ou coisa conquistados; pessoa que cedeu a uma sedução amorosa.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 805).

Vale o questionamento na impossibilidade de uso real deste termo… já que não se conquista pela força.

O Espanhol Diego Velásquez subjuga o território cubano a partir de 1510.

Conceito: Subjugar.

“Submeter pela força, por ameaças ou por habilidade; dominar, sujeitar; reduzir ou render à obediência, às ordens ou à vontade de; sujeitar manter ou adquirir domínio sobre (alguém, si próprio ou algo); conter, refrear, reprimir; influir poderosamente sobre; dominar.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2625).

Os espanhóis fundam ‘Nuestra Señora de la Asunción de Baracoa’, em 1513, e estabelecem sete vilas com o objetivo de controlar o território invadido: Bayamo (1513); Villa de la Santísima Trinidad; Sancti Spiritus e San Cristóbal de La Habana (1514); Santa María del Puerto del Príncipe (1515), e Santiago de Cuba (1515), esta última, passou a ser a sede do governo.

A mineração do ouro foi a primeira atividade extrativista-exploratória-saqueadora da Ilha, exercida com o trabalho forçado de povos originários, e, pouco mais tarde, por negros escravizados, trazidos à força do continente africano.

Conceito: Explorar

“[…] experimentar, extrair lucro, compensação material de; aproveitar-se de (alguém), com o fim de obter vantagens ou lucro material; induzir ao erro, para obter vantagens; iludir, ludibriar; tirar proveito.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1288).

 Conceito: Saquear.

“Apossar-se com violência de; pilhar; apoderar-se ilicitamente de; roubar; pôr por terra; assolar, devastar.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2519).

Com o rápido esgotamento das minas de ouro, logo o invasor passou a explorar-saquear outras mercadorias.

É importante lembrar que La Habana foi, por muito tempo, o último porto de parada-suporte para a prata extraída de todos os países colonizados pela Espanha. A última parte da rota era La Habana-Sevilha.
Sobre este assunto podemos ver o trabalho de Felipe Deveza ‘O caminho da prata de Potosi até Sevilha (séculos XVI e XVII)’.
Disponível em: <http://www.revistanavigator.com.br/navig4/art/N4_art6.pdf>
Acesso em: 15 jul 2018.

Em Cuba, o invasor exterminou os povos originários – resistentes à sua exploração física (uso de mão-de-obra), e espiritual (imposição do catolicismo).

A partir de 1790, em somente trinta anos foram introduzidos em Cuba, mais escravizados africanos do que nos 150 anos anteriores.

 Conceito: Escravo (estender a escravizado).
“Que ou aquele que, privado da liberdade, está submetido à vontade de um senhor, a quem pertence como propriedade; que ou quem está submetido à vontade de outrem, a alguma espécie de poder ou a uma força incontrolável; que ou aquele que trabalha como serviçal; criado, servo; que ou aquele que trabalha em excesso, que vive para o trabalho.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1210).

Para mim, não existe o conceito de escravo, mas sim escravizado, já que são necessárias duas partes, o que escraviza e o que é escravizado.

Os animais sem alma, segundo a igreja católica.

Conceito: Liberdade.

Para a cantora Nina Simone, liberdade é não ter medo.

Neste sentido, ao introduzir o medo à punição divina e ao diabo, a igreja católica impõe um profundo sentimento de medo, privando-nos de qualquer liberdade que possamos ter.

O ‘excesso’ de liberdade mete medo ao católico.
A única forma de introduzir os parâmetros dos invasores era com a introdução do medo.

Nesse período, havia na sociedade cubana, uma oligarquia de proprietários de terras, criolos e grandes comerciantes espanhóis, a grande massa escrava, e uma camada média composta de negros livres, mulatos e brancos humildes do campo e das cidades.

 Conceito: Oligarquia.
“Regime político em que o poder é exercido por um pequeno grupo de pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família; preponderância de um pequeno grupo no poder.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2059).

Inúmeras rebeliões e manifestações antiescravagistas ocorreram, e uma das mais importantes foi liderada pelo negro liberto José Antonio Aponte, abortada em La Habana, em 1812, e a Conspiración de la Escalera (1844), cruelmente reprimida.

Dentre as vítimas está o poeta Gabriel de la Concepción Valdés (Plácido).

Em 10 de outubro de 1868, levanta-se em armas um movimento independentista, liderado por Carlos Manuel de Céspedes, que libertou seus escravos e apoiou o fim da escravidão, o que somente aconteceu em 1886, quando o comércio com o Império-Norte se fez cada vez mais presente, baseando-se em altos investimentos, quando a produção açucareira atingiu sua industrialização.

Nessa época, cresce a participação de José Martí (1853-1895), que desde sua adolescência dedicou-se ao ideal independentista, mantendo sempre vínculos com movimentos conspiratórios que culminam com a criação, em 1892, do Partido Revolucionário Cubano, que uniu a maioria dos independentistas. Neste caso, contra a Espanha.

Somente alguns, entre eles José Martí, já via problemas na influência dos EUA na economia e na política cubanas.

Cuba já era, a essa altura da história, a última colônia espanhola, ao passo que aumentava cada vez mais, a inserção do Império-Norte em sua economia, crescendo o interesse do Norte pela saída de Cuba do domínio espanhol.

O desfecho da guerra de independência de Cuba do domínio espanhol começa a acontecer com a explosão do ‘USS Maine’, navio de guerra da marinha dos E.U.A, que estava ancorado na Baía de La Habana.

A explosão acontece no dia 15 de fevereiro de 1898, às 21h10min, matando 266 pessoas, ação ‘atribuída’ à Espanha.

Com este acontecimento o Norte deflagrou guerra contra o país europeu, que culminaria com a ‘independência’ de Cuba.

Com relação à explosão do ‘Maine’, cuja ação até hoje ainda é discutida entre especialistas, sabe-se que empresários do Norte haviam investido altas somas de dinheiro em Cuba.

“No percurso histórico, se tem sugerido que o Maine foi uma autoagressão levada a cabo pelo governo norte-americano.”.

Posso acrescentar algumas falas:
1-Comercialmente era muito importante, para o Império-Norte, a retirada de cena da Espanha;
2-Geograficamente, o Império-Norte está a 166Km, enquanto a Espanha está a mais de 7.000Km de distância de Cuba (em linha reta);
3-A Espanha já compreendia a intervenção econômica norte-americana na Ilha, e vinha tentando, há muito, ‘certos acordos pacíficos’. Portanto, não teria de fato, motivos para explodir o navio;

Como algumas conclusões apresentam:
“Ao acontecer a explosão, a maioria da tripulação estava dormindo, enquanto os altos oficiais do Maine não estavam no navio”.
“Apesar de admitir formalmente a independência de Cuba, sem reconhecer suas instituições, os EUA, com a explosão do Maine, declaram guerra a Espanha, juntamente com as forças cubanas, na área de Santiago de Cuba. A Espanha se rende”.

Pelo ‘Tratado de Paris’ a Espanha passa a Ilha para os EUA, sem nenhum respeito às instituições cubanas.

O Império-Norte toma posse de Cuba em 01 de janeiro de 1899, como já salientava José Martí, sobre os perigos de Cuba sair das mãos da Espanha e passar às mãos dos EUA

Informações sobre a explosão estão disponíveis em: <https://www.ecured.cu/La_explosi%C3%B3n_del_acorazado_Maine>
Acesso em: 30 jan 2018.

 Conceito: Intervenção.
“Ato de intervir; em um debate, ato de emitir opinião, contribuir com ideias etc.; instituto legal que autoriza o governo central de uma federação a intervir em uma de suas unidades para evitar ou repelir grave perturbação da ordem; violação da soberania de um Estado independente.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1637).

Possibilidade do Império-Norte não permitir distúrbios que pudessem lhes causar prejuízos político-financeiros.

Várias lideranças contra o colonialismo norte-americano surgiram através de movimentos estudantis, operários e camponeses.

A crise aprofunda-se com a inflação gerada pela I Guerra Mundial, e também influenciada pela Revolução Russa – 1917 – que propiciou avanços ideológicos às lutas das classes trabalhadoras cubanas, e de muitos outros países.

Em 1925 é formada a União Operária, da qual participam Julio Antonio Mella e Carlos Baliño, quando é criado, em La Habana, o Partido Comunista.

Mais tarde surge a liderança de Fidel Castro, um jovem advogado cujas lutas haviam se iniciado no meio universitário, montando novas estratégias de luta armada contra a ditadura de Fulgencio Batista – presidente eleito da Ilha entre 1940 e 1944, e que depois, governa através de uma ditadura civil-militar, entre 1952 e 1959, apoiado pelo Império-Norte.

Já em 1950, um terço da população cubana estava desempregada ou subempregada.

Em 26 de julho de 1953, as forças oposicionistas ao regime de Batista realizam assaltos simultâneos ao Quartel Moncada em Santiago de Cuba, e Céspedes, em Bayamo. Operações fracassadas do que seria uma revolta popular, cujas lideranças acabaram assassinadas ou presas.

Em 1955 os movimentos grevistas do setor açucareiro, e das massas operárias, conseguem uma anistia aos prisioneiros políticos, dentre eles Fidel Castro.

Neste mesmo ano é fundado o Movimento 26 de julho (M-26-7), constituído por Fidel e seus companheiros.

 

Em 1955 Fidel se transfere para o México, de onde organiza a luta.

Em 2 de dezembro de 1956, Fidel desembarca em Cuba, no Yate Granma, na província do Oriente, e os rebeldes conseguem se firmar na Sierra Maestra, para construir o núcleo inicial do Exército Rebelde.

 

Foram realizadas inúmeras ações, uma delas, em 13 de março de 1957, quando um destacamento do Diretório Revolucionário realiza um ataque fracassado ao Palácio Presidencial em La Habana, quando foi morto em combate José António Echeveria, presidenteda Federação Estudantil Universitária (FEU).

O vídeo abaixo apresenta o que foi o ataque ao Palácio Presidencial, e alguns de seus mortos:

‘El asalto al Palacio Presidencial’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YjJViiO-YkI<
Acesso em: 06 fev 2018.

Em 14 de março de 2007, o Jornal Estado de São Paulo publica:

“Há 50 anos. ‘Palácio é atacado em Cuba’
(Do Banco de Dados).

Cerca de 25 rebeldes fizeram ontem um ataque surpresa ao palácio presidencial de Cuba, em Havana. A guarda presidencial respondeu logo, mas precisou de reforço policial e das Forças Armadas para deter os insurgentes, armados com fuzis-metralhadoras e morteiros.
Pelo menos sete rebeldes morreram, e outros quatro foram presos. Entre os mortos está Menelao Mora, uma das principais figuras da oposição e inimigo político do presidente Fulgencio Batista.”.

Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1403200707.htm&g
Acesso em: 20 fev 2018.

A ditadura de Batista reagia com mortes, torturas e prisões dos revolucionários.

No transcorrer das lutas, colunas guerrilheiras foram coordenadas por Fidel Castro, Raul Castro, Camilo Cienfuegos, e Ernesto Che Guevara, ‘El Che’.

Em 01 de janeiro de 1959, o ditador Fulgencio Batista abandona o país, ajudado pela embaixada norte-americana.

Depois de uma greve geral, triunfa a Revolução, iniciando o desmantelamento do sistema neocolonial e do sistema repressivo.

 Conceito: Neocolonialismo.

“Predomínio econômico, político e/ou cultural de um país desenvolvido sobre outro, menos desenvolvido (termo adotado após a Segunda Guerra Mundial, ao intensificar-se o processo de descolonização da África, mas utilizado atualmente também para marcar a dependência econômica de países da Ásia e da América Latina em relação aos países ricos).”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2008).

Sobre esta conceitualização posso questionar o que seria um país ‘desenvolvido’ e ‘rico’. Se o desenvolvimento e a riqueza se relacionar a quem tem poderio militar para determinar os rumos de outros povos, então eu estaria, neste momento, me referindo ao Império-Norte, o que é o caso em Cuba, quando este império continua considerando a Ilha como um país pobre e atrasado.Com a Revolução Cubana foram julgados os criminosos batistianos de guerra, e se dissolveram os partidos políticos e os sindicatos que haviam servido à tirania.

Em fevereiro, Fidel Castro foi designado Primeiro Ministro.
As praias, antes privadas, foram colocadas para o uso da população; aprovou-se a lei da reforma agrária, eliminando o latifúndi

O Império-Norte apoiou e apoia inúmeros movimentos contrarrevolucionários, tentando reaver o seu velho e antiquado poderio na Ilha.

Com o intuito de garantir a participação popular e a defesa da Revolução contra as constantes ameaças externas, foram criados: Milicias Nacionales Revolucionárias (MNR); Comités de Defensa de la Revolución (CDR), Federación de Mujeres Cubanas (FMC), e a Asociación de Jóvenes Rebeldes (AJR), entre outras.

Em julho de 1960, Fidel Castro anuncia a nacionalização de todas as propriedades norte-americanas na Ilha, e das empresas da burguesia cubana, aliada à oligarquia econômica que orquestrava inúmeros ataques de sabotagem.

Conceito: Burguesia.

“Na Idade Média, qualidade ou condição de burguês (‘habitante livre’); classe social surgida na Europa, com o desenvolvimento dos burgos medievais e o influxo do comércio na sociedade feudal, e que principia a gozar, com o seu enriquecimento, de crescente liberdade e poder, passando a dominar sociopolítica e economicamente as outras classes, a partir da Revolução Francesa (1789); conjunto dos burgueses, vale dizer, os que exercem profissões liberais, estando mais ou menos ligados às esferas dirigentes e detentoras da economia; classe média; caráter típico desta classe social.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 531).

Em janeiro de 1961, os EUA rompem relações com o governo revolucionário e iniciam a invasão do país na Praia Girón, em 17 de abril.

Depois deste ataque que ficou conhecido como o Ataque à Baía dos Porcos, Fidel declara o caráter socialista da Revolução.

Continuam as rebeliões orquestradas por mercenários antirrevolucionários – vindos de Miami.

Em 1962, em plena Guerra Fria, o apoio militar oferecido pela então URSS à Revolução Cubana gera uma grave crise internacional.

Conceito: URSS.

As raízes da URSS estão na Revolução de 1917 e na Guerra Civil Russa (1918 e 1921). Oficialmente, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi criada no dia 30 de dezembro de 1922, ao fim do congresso dos sovietes. Estes eram um conselho que reunia operários, soldados e camponeses.
Entre 1956 e 1991, a URSS contou com 15 repúblicas soviéticas: Rússia; Ucrânia; Bielo-Rússia; Uzbequistão; Cazaquistão; Geórgia; Azerbaijão; Lituânia; Moldávia; Letônia; Quirguistão; Tajiquistão; Armênia; Turcomenistão e Estônia.

Apesar de ter lutado na II Guerra Mundial no grupo dos países aliados contra o nazi-fascismo, surge a guerra fria, com o total afastamento político e econômico da então URSS e dos EUA.

Sobre a Revolução Russa e a ‘Guerra Fria’, falaremos na etapa russa deste projeto.

O Povo Cubano organizou-se em Milicias Nacionales Revolucionarias (MNR).

As Forças Armadas também estavam organizadas para enfrentar os contrarrevolucionários. Esses conflitos somente foram minimizados em 1965.

 Conceito: Guerra Fria.

Período que vai do final da II Guerra Mundial, até a queda da URSS (1945-1991), quando o mundo estava dividido entre os EUA, (supostos bonzinhos), e a URSS (supostos malzinhos), segundo a ideologia capitalista que justificou, por décadas, a si própria e suas intervenções em outros países, quando houve grande ‘desenvolvimento’ da indústria bélica em nome da paz.

Atualmente, o Império-Norte propõe que outras nações sejam seus inimigos. Cuba permanece entre eles.

Com a vitória da Revolução Cubana o Império-Norte decidiu embargar economicamente a Ilha, o que leva o bloco soviético a fazer acordos de cooperação comercial e militar com Cuba.

A Revolução Cubana eliminou o desemprego e minimizou as desigualdades sociais.

Já em 1961, com uma ampla campanha de alfabetização, Cuba é declarada território livre de analfabetos.

O sistema educacional atende toda a população, garantindo a todos oportunidade ao ensino médio e superior.

Foram criados projetos culturais. Cresceu em qualidade o cinema cubano, e os esportes se destacaram internacionalmente.

Em 1965, cria-se o Comité Central del Partido Comunista de Cuba (PCC), como instância máxima da direção da Revolução.

Com o embargo norte-americano – e com os maiores países da América Latina progressivamente passando de governos populares para ditaduras cívico-militares – nenhum vizinho próximo socorreu comercialmente a Ilha, tendo esta parceria vindo somente da então URSS.

Conceito: Ditadura cívico-militar.

Regime onde há um conluio entre os militares – geralmente encabeçadores deste tipo de governo – com as classes empresariais dominantes do setor econômico, proprietários de terras, proprietários dos meios de produção e comunicação e parte das classes médias etc.

Conceito: Embargo.

“Aquilo que impede, embaraça; empecilho, obstáculo, dificuldade; qualquer um de vários institutos jurídicos com traço comum de impor obstáculo à pretensão do adversário na conquista de um direito; retenção provisória, efetuada por um Estado, de navio mercante estrangeiro ancorado em porto de sua jurisdição.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1115).

Sobre o embargo do Império-Norte contra Cuba, podemos ler:

‘Além de Israel, só dois países no mundo apoiam o embargo criminoso dos EUA a Cuba’.

Disponível em: <https://pcb.org.br/portal2/2441/alem-de-israel-so-dois-paises-no-mundo-apoiam-o-embargo-criminoso-dos-eua-a-cuba>
Acesso em: 15 mar 2018.

A nova Constituição Cubana é aprovada e promulgada em 24 de fevereiro de 1976, por voto direto e secreto, com aceitação de 95,7% da população maior de 18 anos.

É criado o Poder Popular, através de eleições por zona de residência.

Em 1976, durante as lutas de libertação da colonização portuguesa, militares cubanos dirigem-se a Angola, contribuindo com a libertação desse país, e à Etiópia, contra a invasão da Somália.

No período entre 1980 e 1985 foram alcançados desenvolvimentos nos campos econômico e social, apesar das constantes ameaças do imperialismo, e de fenômenos climáticos que assolam a Ilha quase todos os anos.

Atualmente, começam a ser visíveis certas deficiências.

Em abril de 1986, Fidel Castro falou sobre a necessidade de iniciar um processo de retificação de erros e tendências negativas que deformam os princípios fundamentais da Revolução, como as que se referem à participação popular nas decisões e tarefas, à unidade entre o desenvolvimento econômico e social, e à criação do ‘homem novo’, como falava El Che; o resgate de valores históricos, relacionados especialmente ao pensamento de José Martí, e uma aplicação mais criativa do Marxismo-Lêninismo.

Apesar das dificuldades econômicas, criou-se na saúde um sistema integral, desde o médico de família, com uma medicina preventiva, cobrindo de forma gratuita toda a população, tornando a saúde, em Cuba, referência mundial.

Médicos cubanos vêm sendo enviados aonde eles forem necessários.

Não há, na Ilha, uma só criança sem direito à escola.

Cuba possui amplo setor de pesquisa em diversos campos, e em especial na área da saúde.

No início dos anos 90, o desmantelamento do bloco soviético resultou em sérios problemas econômicos em Cuba, que se encontrava comercialmente dependendo da URSS – 85% das transações econômicas do país eram com esse bloco.

Cuba entra em profunda escassez, um Período Especial em tempo de paz, chamado de Guerra de todo el Pueblo.

Em consequência, os grupos contrarrevolucionários, apoiados pelo Império-Norte, se fortaleceram na luta contra o regime cubano.

Dentre muitas outras medidas, Cuba toma como uma das saídas para a crise, investir no turismo, o que hoje gera novas contradições.

Em 17 de dezembro de 2014, o presidente de Cuba, Raul Castro e o presidente dos EUA, Barack Obama, mediados pelo governo do Canadá, anunciam o restabelecimento das relações entre os dois países, o que aconteceu oficialmente em 20 de julho de 2015.

Entre os dias 20 e 22 de março de 2016, o presidente Barack Obama visita Cuba.

Donald Trump, o beligerante ‘dono do mundo’, imperador-Norte, presidente atual dos EUA, vem, desde 2017, tentando desmantelar o reestabelecimento das relações de seu país com Cuba.

Artigo amplo, sobre a Revolução Cubana, disponível em: <https://www.ecured.cu/La_Revoluci%C3%B3n_Cubana>
Acesso em: 03 fev 2018.

Pauta: Invasão da Baía dos Porcos.
Uma brigada contrarrevolucionaria – transportada, armada e treinada pelos EUA, invadiu a Baía dos Porcos em 17 de abril de 1960.

A população voluntariamente se juntou ao exército revolucionário, comandado por Fidel Castro, que em 60 horas de contra-ataque renderam os invasores, no dia 19 de abril.

A invasão foi parte da Operação Pluto, organizada pela CIA, e representou a primeira grande derrota bélica do imperialismo na América Latina e Caribe.

A invasão da Baía dos Porcos deixou 161 mortos nas tropas de Fidel Castro e 107 na dos invasores. 1.189 prisioneiros foram trocados por 53 milhões de dólares em remédios e alimentos em 1962.

Informações completas, disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Invasi%C3%B3n_de_Bah%C3%ADa_de_Cochinos>

e em: <http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2011/04/15/fidel-recorda-a-invasao-a-baia-dos-porcos-e-absolve-eisenhower/>
Acessos em: 13 set 2017.

Sobre a invasão norte-americana na Baía dos Porcos:

‘La Batalla de Bahía de Cochinos (Playa Giron/Cuba)’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rIOySV9QQ2o>
Acesso em: 13 set 2017.

‘Os Estados Unidos agridem, Cuba resiste e vence’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=N6J-WblLXHA>
Acesso em: 13 ago 2017.

‘Bahia de los Cochinos 1961. La invasion a Cuba – programa Siglo 20’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1nOQ32ydJM4>
Acesso em: 13 set 2017.

‘Documentário – A História Cubana’. (Legendas em português).
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=K1r_zA8BLTw>
Acesso em: 02 set 2017.

‘História de Cuba’ – Silvia Miskulin.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dQXiJnhs3e4>
Acesso em: 30 ago 2017.

‘Playa Giron – Silvio Rodriguez’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cQ_D_y8Jtyc>
Acesso em: 02 out 2017.

Abaixo, um dos textos fundamentais sobre a Revolução Cubana:
‘Revolução Cubana: 50 anos de resistência e dignidade’. Texto por: Tiago Nery, de 12 de janeiro de 2009.
Disponível em: <http://diplomatique.org.br/revolucao-cubana-50-anos-de-resistencia-e-dignidade/>
Acesso em: 31 jul 2017.

Belo Horizonte, 31.10.2017 (3ª feira)
1º Movimento
Andante
Material de trabalho.
Alegro
Por ter ciência das dificuldades de internet em Cuba, levo comigo – baixados da rede mundial de computadores – filmes, vídeos, músicas, textos etc., que necessitarei para trabalhar durante 37 dias.
2º Movimento
Andante
Percurso de casa ao Aeroporto de Confins. Belo Horizonte. MG. Brasil.
3º Movimento
Andante
Viagem de Belo Horizonte à Cidade do Panamá, pelo voo CM 764. Copa Airlines.

Saída de Belo Horizonte às 02h40min.
Chegada à Cidade do Panamá às 06h40min.

(Pauta: Panamá.

Panamá, oficialmente República do Panamá.
Lema do país: “Para benefício do mundo”. Leia-se: do mundo capitalista.

República Presidencialista. Localizado na América Central, no istmo que liga as Américas do Norte e do Sul.
Fronteiras: oeste – Costa Rica; sudeste – Colômbia; norte – Caribe; sul – Oceano Pacífico.
Capital: Cidade do Panamá.

O país vive, basicamente, da zona de livre comércio, e da exploração do Canal do Panamá, por onde transitam navios mercantes de todo o mundo.
A lingua oficial do país, com área de 75.517Km², é o Espanhol, falado por sua população de 3.559.408 habitantes, formada majoritariamente por mestiços, índios e europeus.

O Panamá tem a segunda economia da América Central. IDH de 0,780 (60º). Dados de 2014.

Viviam no Panamá, antes das invasões espanholas, índios chibchas, caribes, cholos e chocóes.

O país conquistou sua independência da Espanha no dia 28 de novembro de 1821, passando a pertencer à Colômbia, da qual se libertou no dia 03 de novembro de 1903.

O Império-Norte, interessado nas benesses de seu poderio econômico na área, teve papel preponderante nesta ‘libertação’ do Panamá.

A moeda corrente é o dólar americano, apesar de a Balboa panamenha (PAB), também ser moeda oficial do país.

A igreja católica chegou com os invasores europeus e foi, por muito tempo, responsável pela ‘educação’ no país.

Dois ‘grandes’ projetos do mundo capitalista, como áreas de ‘livre trânsito’ são a Ferrovia Interoceânica e o Canal do Panamá, ambos pensados para concretizar a ‘modernidade’ dos transportes.

Conceito: Modernidade
“A modernidade é a expressão artística, intelectual de um projeto histórico intimamente articulado à ordem burguesa capitalista chamada modernização. Contraditório, inacabado e mal resolvido”. U‘DEPRAC – Aula: Memória e História em Walter Benjamin’ – Prof.ª. Dra. Maria Ângela Miorim – Em 20min e 38 seg do vídeo).

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RfmXD6gMkK8>
Acesso em: 12 ago 2017.

Essencialmente, refere-se ao mundo dos negócios e da economia de mercado, e para subjugar povos e populações em nome do desenvolvimento.

Sobre a ferrovia, melhor ver o vídeo onde a expressão ‘tempo é dinheiro’ é usada para estabelecer interesses comerciais para o projeto:

‘Panama: Ferrocarril Interoceánico (English)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bzcknweVtPc>
Acesso em: 03 mai 2018.

Logo no início deste vídeo podemos ver um mapa que nos mostra a dimensão do projeto, e imaginar suas consequências ecológicas e socioculturais.

Apresento as duas marcas abaixo para reflexão:

 

(S)Sobre o Canal do Panamá: A construção se arrastou por 33 anos, com obras iniciadas em 1881 e interrompidas em 1889, com a falência da empresa francesa que realizava as obras. Foram retomadas por uma empresa norte-americana em 1904.

Os norte-americanos tiveram concessão para usar o canal até o ano de 2000, quando foi ‘entregue’ aos panamenhos.

A construção do Canal do Panamá matou 27.500 pessoas, por acidentes de trabalho, febre amarela e malária (os que eles contam).

Mais informações sobre o Panamá disponíveis em; <https://pt.wikipedia.org/wiki/Panam%C3%A1>
Acesso em: 03 mai 2018.

Adágio

Considero essencial, para este projeto, compreender o que significa a área onde Cuba está localizada, e sinto necessidade de discutir o Canal do Panamá como parte deste grande supersistema que massacra povos e populações para conquistar seus objetivos, em nome do ‘progresso’ e da economia neoliberal globalizada.

Conceito: Progresso.

“Ação ou resultado de progredir; movimento para diante; avanço; o fato de propagar-se; propagação, expansão; mudança de estado (de algo) que o move para um patamar superior; crescimento, desenvolvimento, aumento; incorporação, no dia a dia das pessoas, das novas conquistas no campo tecnológico, da saúde, da construção, dos transportes etc.; processo de enriquecimento de uma cidade, uma região, um país etc., com a instalação de indústrias e casas comerciais, transporte urbano, estradas, meios de comunicação etc.; desenvolvimento; Uso: sentido absoluto; a evolução da humanidade, da civilização; modernização.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2308).

O progresso, na concepção do neoliberalismo, desvincula o ser humano do produto do seu trabalho, dos meios de produção, do território ao qual cada ser humano, em última instância está vinculado. Superficializa a comunicação e os afetos.

 

No quadro, reproduzido acima, “…de Paul Klee que se intitula ‘Angelus Novus’, ele representa um anjo que parece ter a intenção de distanciar-se do lugaronde permanece imóvel. Seus olhos estão encarquilhados, sua boca aberta, suas asas estendidas.

Tal é o aspecto que deve ter necessariamente o anjo da história. Ele tem o rosto voltado para o passado.

Onde se nos apresenta uma cadeia de eventos, esse não vê senão uma só e única catástrofe, que não cessa de amontoar ruínas sobre ruínas e as joga a seus pés.

Ele bem que gostaria de se deter, acordar os mortos e reunir os vencidos. Mas do paraíso sopra uma tempestade que se abate sobre suas asas, tão forte que o anjo não as pode tornar a fechar.

Essa tempestade o empurra incessantemente para o futuro, para o qual ele tem as costas voltadas, enquanto diante dele as ruinas se acumulam até o céu. Essa tempestade é o que nós denominamos o progresso.”

BENJAMIM, W. Teses sobre a Filosofia da História. 1940. P159. ‘DEPRAC – Aula: Memória e História em Walter Benjamin’ – Profª. Dra. Maria Carolina Bovério Galzerani. (Em 1h e 6min no vídeo).

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RfmXD6gMkK8>

esso em: 12 ago 2017.

A minha Viagem até o Panamá.

O lado do meu cérebro, que se ocuparia com minha dormida durante esta viagem, ocupa-se com a imensa ansiedade que sinto… passo a noite sem dar um cochilo.

3º Movimento

Andante
Pensar esta viagem.
Alegro

Uma viagem não é somente uma viagem.
Esta viagem, não é somente esta viagem.
Nenhuma viagem é simplesmente uma viagem.

Esta é A Viagem.

A viagem significada por enormes cargas ideológicas, quando, depois de 45 anos – desde o meu primeiro desejo de conhecer A Ilha – somente agora inicio este percurso.
E a distância não é somente esses 45 anos de minha vida, passados no desejo desta viagem.
Ela vem carregada de simbolismos, ideologias, experiências, encantos e desencantos perante o que parecia ser simples ao pensarmos a Revolução do Proletariado, quando os que possuem a força de trabalho seriam donos dos meios de produção e da mais valia de seu trabalho.

Sinto estranhamentos.
Alegrias e apreensões enchem minha noite.
Vou
aqui vou
como sempre fui
em pensamentos
em livros
em imagens
em relatos verbais
em esperanças-ações.
Aqui vou!
Meu povo cubano
solidário e querido povo cubano.

Aqui vou
para uma vivência de 37 dias
nessa terra onde o Tio Sam
não botou e nem botará
suas mãos sujas de sangue.
Porque o lema da ilha “¡Pátria o Muerte! ¡Venceremos!’
está e estará sempre vivo!
3º Movimento
Andante
Viagem de Cidade do Panamá a La Habana, pelo voo CM371. Copa Airlines.

Saída de Cidade do Panamá às 07h25min.
Chegada à La Habana às 11h05min.

 

(La Habana, 31.10.2017 (3ª feira)
Pauta: La Habana.
LCapital de Cuba, e também uma das quinze províncias cubanas. É a cidade mais populosa do país, e de todo o Caribe, com população superior a dois milhões de habitantes, que vivem em uma área de 726,75Km².

Fundada com o nome de São Cristóvão de La Habana, em 1514, porém tradicionalmente a data de fundação é o dia 16 de novembro de 1519, quando o invasor espanhol Diego Velázquez estabeleceu, em nome dos reis católicos da Espanha, seu terceiro e definitivo, atual assentamento. Em 1649, um terço da população de La Habana morreu de peste, vinda de Cartagena das Índias.

A influência da igreja católica na Ilha pode ser observada no seguinte texto: “Durante el siglo XVII la ciudad se engrandece con construcciones monumentales civiles y religiosas. Se erige el convento de San Agustín, se concluye el castillo de El Morro, y se construyen la ermita del Humilladero, la fuente de la Dorotea de la Luna en La Chorrera, la iglesia del Santo Angel Custodio, el hospital de San Lázaro, el monasterio de Santa Teresa, el convento de San Felipe Neri, y en 1728 se funda la Real y Pontificia Universidad de San Jerónimo en el convento de San Juan de Letrán.”

Segundo o primeiro censo habitacional de Cuba, realizado em 1774, dos 171.670 habitantes, 44.333 eram eserem humanos scravizados.

A baía de La Habana é uma das maiores e mais seguras do mundo, e sua situação geográfica tornou-se estratégica, com uma zona que une os portos de Veracruz (o maior porto marítimo do México), Nova Orleans e Miami (um dos maiores portos do mundo, conhecido como ‘porto das Américas’), e também ao delta do Rio Mississippi (EUA).

Com isso não preciso de dizer muita coisa sobre a cobiça do Império-Norte em relação a Cuba. (Observar aqui, também, a rota marítima do Canal do Panamá em direção à Europa).

La Habana é o principal centro da vida económica e política, com sede do Governo e do Partido Comunista, das principais instituições culturais e científicas do país.

Em 1982, o centro histórico, ‘La Habana Vieja’ recebeu, da UNESCO’ o título de Patrimônio da Humanidade, quando esta parte da cidade recebeu amplas obras de restauração.

A área metropolitana divide-se, administrativamente, em 15 municípios.

Fazem parte da Província de La Habana: La Habana Vieja, Centro Habana, Plaza de La Revolución, Playa, Mariano, Diez de Octubre, Cerro, Regia, San Miguel, Cotorro, Arroyo Naranjo, Guanabacoa, Boyeros, Habana del Este, e La Lisa.

Dentre as programações culturais da cidade, destacam-se: o Festival de Ballet; Festival de Cinema; Festival Jazz Plaza e a Feira Internacional do Livro.

La Habana é a cidade natal do Herói Nacional José Martí.

A Casa das Américas, com sede nesta cidade, encarrega-se de promover a arte e a literatura nas Américas – do rio Bravo até a Patagônia.

Informações completas sobre a cidade disponíveis em: <https://www.ecured.cu/La_habana>
Acesso em: 22 jan 2018.

1º Movimento
Andante
A alfândega em La Habana.
Adágio
Trago comigo 13 bolas de beisebol, para a ação ‘Desejos Compartilhados II’.
As bolas são enviadas, assinadas, por alunos de uma escola pública de Belo Horizonte. MG. Brasil, para alunos educadores da Universidade de Cienfuegos, que as levarão para 13 escolas cubanas. (Desta ação, dentro do projeto Senha Aberta, falarei mais tarde).
Conforme orientação de duas pessoas de Cuba, coloquei seis bolas em uma maleta e sete em outra.

Tinha, também comigo, as fotos das treze crianças brasileiras fotografadas cada uma com uma das bolas assinadas, onde se pode ver as assinaturas.

Depois de esperar, por quase duas horas, que minhas maletas aparecessem na esteira do aeroporto, me foi pedido meu passaporte por uma autoridade da aduana.

Encontrei as minhas maletas no chão, para onde foi chamado um ‘perrito’ farejador.

E eu nem sabia o que ele faria se encontrasse alguma droga nas bolinhas de beisebol!

Mostrei o projeto: nada!
Mostrei a carta convite para minha residência artística: nada!

O fato é que, depois de um tempão de trabalho do ‘perrito’, me pediram para abrir minha maleta e somente consegui ser liberada depois que tive a grande ideia de mostrar as fotos das crianças brasileiras com as bolinhas nas mãos!

Eles me trataram com respeito.

Alegro
Nós
as quatorze
felizes!
finalmete liberadas!
Adágio

O mais incrível é que eles não acreditaram na eficiência do cachorrinho…

Até pensei que eles iriam partir as bolinhas ao meio – uma a uma – para ver o que tinha dentro delas!

Alegro
Finalmente cheguei!
Estou ‘batizada’ para enfrentar esta jornada!

2º Movimento
Andante
Ser recebida pela assistente ao projeto em Cuba.
Alegro
Damarys Benavides, assistente ao projeto Senha Aberta, me recebe no Aeroporto, com um lindo sorriso nos lábios e seus cabelos azuis.

Músico profissional, cantora de
rap e instrumentista de baixo, ela me acompanhará durante os 37 dias do Senha Aberta em Cuba.

Fizemos um acerto financeiro para cada um dos dias por ela trabalhados comigo.

O dinheiro que ela ganhará durante minha estadia em Cuba irá, segundo ela, diretinho para gravação de um CD.

Alegro
Azuis!
ela usa cabelos azuis!
Somente olhando para ela eu já sei que vamos nos dar muito bem!
3º Movimento
Andante
Do aeroporto José Martí, La Habana, à Casa David Y Lidia Diaz, em Calle San Miguel, 426. Centro, sede principal de minha hospedagem.
Espaço
Fazemos o percurso em carro da década de 1950 – carros norte-americanos antigos que funcionam como taxis em Cuba.
Espaço
Esta ‘volta no tempo’ – lugar que não existe – de fato, neste exato momento de minha chegada, deixa-me sufocada – pela história, pelo barulho do motor, pela poluição que vivencio até a ‘minha morada’.
Alegro
O lugar onde vou morar faz parte de um sistema do qual participam seis casas de hospedagem no centro da cidade.
A equipe, simpática e eficiente, me recebe muito bem.

A mim é destinado um quarto na casa da rua Campanário, 310, entre San Miguel e Netuno. Ao chegar no ‘meu’ quarto, faço nova arrumação e retirada de alguns móveis para tornar o espaço funcional para 37 dias de hospedagem.
Espaço
Essencialmente um lugar para turismo, dificulta a perspectiva de trabalhar por todo esse tempo. Confortável para o turismo, deixa uma lacuna na infraestrutura para trabalhar…

Mas vamos lá!

4º Movimento
Andante
Saída.
Alegro
Minha primeira caminhada na cidade de La Habana: trocar dinheiro, comer e comprar água mineral e algo para lanches.
4º Movimento
Andante
Fidel Castro
Alegro
Hoje inicio minhas falas sobre Fidel Castro, apesar de muito já ter falado dele, e de ainda, por todo esse projeto ele ser citado em inúmeras falas.

Por muitos cubanos – que vivem em Cuba – ele é chamado de ‘Papa Fidel’ (Pai).

 Pauta: Fidel Castro

Fidel Castro Ruiz, filho do fazendeiro espanhol, Ángel Castro Argiz e de Lina Ruiz González, nasceu no dia 13 de agosto de 1926, em Birán (oriente de Cuba).
Estudou Direito na Universidad de La Habana, onde iniciou suas atividades políticas. Gradua-se em 1950.

Em 26 de julho de 1953, liderou o fracassado ataque ao Quartel Moncada, quando foi preso, e permaneceu encarcerado por quase dois anos – até maio de 1955, quando foi anistiado, partindo para o México.

Retorna a Cuba em dezembro de 1956, juntamente com um grupo de revolucionários, iniciando as lutas guerrilheiras que derrubam a ditadura de Fulgencio Batista no dia 1 de janeiro de 1959.

Assumiu diversos cargos: Primeiro Ministro de Cuba (1959-1976); Presidente do Conselho de Estado e de Ministros (1976-2008). Encabeçou inúmeras reformas em favor da sociedade cubana.

Renuncia em 19 de fevereiro de 2008, dando lugar ao seu irmão e companheiro de lutas Raúl Castro.

Faleceu em La Habana no dia 25 de novembro de 2016.

Informações disponíveis em: <http://biografiacorta.blogspot.com.br/2015/02/biografia-corta-de-fidel-castro.html>
Acesso em: 12 mai 2018.

‘Cronologia completa de Fidel Castro’.
Disponível em: <http://www.fidelcastro.cu/pt-pt/cronologias>
Acesso em: 03 set 2017.

‘Entrevista inédita de Fidel Castro con Lisa Howard en 1964’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xMNtYwIv4v0>
Acesso em: 20 ago 2017.

‘Fidel Castro – Roda Viva 19/03/1990’. (Brasil).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=znY9e1AFCvc>
Acesso em: 20 ago 2017.

‘Fidel Castro y Silvio Rodríguez – Revolución Es… (La Canción Del Elegido)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UHJWCxj1tTc>
Acesso em: 20 ago 2017.

‘Conversando con García Márquez sobre su amigo Fidel’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kXITSmFvXWA>
Acesso em: 22 ago 2017.

‘Artistas cubanos le cantan a Fidel Castro por su 90 cumpleaños’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z0hj2cMiWUg>
Acesso em: 29 jul 2017.

‘Fidel Castro – Undefeated (Silvio Rodriguez – Playa Giron)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=VMRldcrjzq0>
Acesso em: 20 ago 2017.

Filmes:

‘Fidel – (2002). Em inglês, sem legendas.
Dirigido por: David Attwood.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ipng6p7cEUs>
Acesso em: 23 ago 2017.

‘Fidel Castro (full movie)’.
Dirigido por: Estela Bravo.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=XTmdjugaevI>
Acesso em: 19 ago 2017.
O filme utiliza-se de imagens históricas para um apanhado geral da vida de Fidel Castro, desde sua infância.

Compõe-se de inúmeros depoimentos de artistas, jornalistas, escritores etc.
Inclui depoimentos de um ex-mebro da CIA.

Mostra as relações internacionais do governo cubano – o apoio às lutas na América Latina, Angola e África do Sul.
Informa sobre o apoio de Cuba ao povo do Vietnã, quando durante a guerra, enviou aos vietnamitas, açúcar, arroz, sangue, além de engenheiros, médicos e professores.
Fala sobre a crise dos mísseis, quando a URSS instalou uma base em Cuba, e dos acordos feitos para a retirada dos mísseis. Ressalta a historicidade de Fidel Castro para a história do mundo. Um filme imperdível!

Sobre o funeral e enterro de Fidel Castro:

‘La Caravana de la Libertad, en Cuba’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kxXvr5hFDlg>
Acesso em: 12 mai 2018.

‘Cuba: discurso de Raúl Castro en homenaje a Fidel Castro en La Habana’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=K5KgxPvmYbI>

Acesso em: 12 mai 2018.

 

La Habana, 01.11.2017 (4ª feira)
1º Movimento
Andante
Em Cuba!
Alegro

Bom dia Cuba!

Pisar o solo desta terra me oferece significados múltiplos
de ideologias
dos compartilhamentos.

No significante
inúmeros significados
repletos de plenitude
e dignidades possíveis.
Ideias trazidas
de ideais de igualdades
para as vidas de todas as pessoas
de nossa América Latina

que clamaram e clamam por vidas dignas.

Conceito: Dignidade.

“Qualidade moral que infunde respeito; consciência do próprio valor; honra, autoridade, nobreza; qualidade do que é grande, nobre, elevado; modo de alguém proceder ou de se apresentar que inspira respeito; solenidade, gravidade, brio, distinção; respeito aos próprios sentimentos, valores; amor-próprio.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1040).

Algo a que todos os seres humanos deveriam ter direito.

O que o sistema capitalista retira dos cidadãos e cidadãs ao redor do mundo. O que requer lutas constantes para se conquistar e manter. O que somente existe de forma parcial.

O que as religiões não permitem, pois segundo elas, há sempre um deus que acusa e castiga com a entrega ao diabo.

2º Movimento

Andante
Café da manhã.
Alegro
O café da manhã, servido até as 11 horas, na casa da rua San Miguel, é repleto, entre outas coisas, de frutas da temporada, pão, bolo e doces.
Eles aqui comem doces logo na primeira refeição do dia!
3º Movimento
Andante
Organização do trabalho.
Alegro
Organizo os pensamentos e ideias, os equipamentos, o Estandarte, a assistente, para dar início efetivamente, à vivência em Cuba, à produção de imagens e conteúdos para quinta etapa do Projeto Senha Aberta.
Arrumo a ‘bagagem’ para sair.
Traçamos um roteiro para este dia.
Traçaremos roteiros a cada dia.
4º Movimento
Andante
O Capitólio.
 Pauta: Capitólio Nacional de Cuba.
O Capitólio foi pensado para abrigar o Palácio Presidencial de Cuba. O primeiro projeto foi desenhado em 1911.

Teve dois projetos iniciados, parados e parcialmente ou totalmente demolidos antes da edificação como a temos hoje, construído a partir de 1926.

Oito mil homens participaram da construção – espanhóis, em sua maioria; cubanos e de outras nacionalidades – porque no país não havia mão de obra suficiente para tamanho empreendimento. Utilizou-se, para a construção, mármore da Itália e equipamentos franceses.

Sua arquitetura neoclássica, apresenta uma imponente cúpula – 91,73 metros de altura – visível de vários pontos da cidade.

Inaugurado em 20 de maio de 1929, com a finalidade de abrigar o Congresso da República de Cuba.

Em 1959, com a Revolução, passou a abrigar a sede do Governo Cubano.

A Academia Cubana de Ciências ocupou o prédio antes do início da atual reforma.

Informações completas sobre o Capitólio disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Capitolio_Nacional_de_Cuba>
Acesso em: 10 fev 2018.

Alegro

Percebo a grandiosidade deste monumento – tombado como Patrimônio da Humanidade, pela UNESCO.
Adágio
Tapumes enormes, em partes da frente do prédio dificultam a visualização e a tomada de fotos.
O sol racha.
Voltarei outro dia, para tomadas de fotos, com a luz em melhor posição.
5º Movimento
Andante
Gran Teatro de La Habana.

 Pauta: Gran Teatro de La Habana – Alícia Alonso.
O Gran Teatro de la Habana Alicia Alonso, inaugurado em 1914, constitui-se de um complexo cultural, sede do Ballet Nacional de Cuba, do Teatro Lírico Nacional e do Balet Espanhol de Cuba.

Obra do arquiteto belga Paul Beleu.

Localiza-se na esquina das ruas San Rafael e San José.

Nele acontece o Festival Internacional de Ballet de La Habana.

Aqui já se apresentaram, entre muitos (as) outros (as), bailarinos (as) das companhias de dança do Royal Ballet de Londres, do Scala de Milão, o New York City Ballet e do Ballet del Teatro Colón, da Argentina.

Desde 2015 – em reconhecimento da importância de Alicia Alonso à cultura de Cuba e universal, por seu amor e fidelidade à Revolução Cubana – o teatro passou a se chamar Gran Teatro de La Habana Alicia Alonso.

Pela sala atualmente chamada de García Lorca, já passaram figuras proeminentes dos séculos XIX e XX, tais como: Anna Pavlova e Alicia Alonso, (bailarinas);  Sarah Bernhart e Eleonora Dusse (atrizes);  Adelina Patti e Victoria de los Ángeles (sopranos);  Enrico Caruso (tenor); Carmen Amaya e Antonio Gades (dançarinos), e os  músicos Arthur Rubinstein e Serguei Rachmáninov.

Informações completas disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Gran_Teatro_de_La_Habana_Alicia_Alonso>
Acesso em: 12 fev 2018.

 Alguns(as) cubanos e cubanas  relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Alicia Alonso.

 Ernestina de la Caridad del Cobre Martínez del Hoyo, conhecida pelo nome de Alicia Alonso, é a Primeira Bailarina Absoluta e Diretora do Ballet Nacional de Cuba, e uma das personalidades mais relevantes da cultura e da história da dança clássica em âmbito ibero-americano.

Nasceu em La Habana, no dia 21 de dezembro de 1920. No ano de 1931 inicia seus estudos de dança na Escuela de Ballet, da Sociedade Pio Pro-Arte Musical, mudando-se, mais tarde, para os EUA, onde iniciou sua atividade profissional em 1938 na Broadway, ingressando, um ano mais tarde, no American Ballet Caravan, antecedente do atual New York City Ballet. Incorporou-se ao Ballet Theatre of New York, em 1940.

Em 1948 fundou, em La Habana, o Ballet Alicia Alonso, hoje Ballet Nacional de Cuba.

Apoiou a Revolução Cubana.

Doutora Honoris Causa pelas seguintes universidades: Universidad de La Habana; Instituto Superior de Arte de Cuba; Universidad Politécnica de Valencia, Espanha, e Universidad de Guadalajara, México.

Em 1982, o Estado mexicano lhe ofrece a ‘Orden Águila Azteca’. Em 1993 recebe do rei da Espanha, a ‘Orden Isabel la Católica’.

Recebeu várias outras comendas, na Espanha, na França, Uruguai, Vietã, EUA, República Popular da Mongólia, Alemanha, Itália, Bulgária, URSS, Checoslováquia, Polônia, Japão, Turquia, Rússia, Porto Rico, Costa Rica, El Savador, além das nacionais.

Embaixadora da Boa Vontade, da UNESCO.

Em 10 de setembro de 2015, o Consejo de Estado de la República de Cuba, decidiu que o Gran Teatro de La Habana’ levaria o nome de Alicia Alonso.

Tradição, resumidíssima, de texto disponível em: <https://www.ecured.cu/Alicia_Alonso>

Acesso em: 16 jul 2018.

 Conceito: Cultura.

“Cabedal de conhecimentos de uma pessoa ou grupo social; conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc., que distinguem um grupo social; forma ou etapa evolutiva das tradições e valores intelectuais, morais, espirituais (de um lugar ou período específico); civilização; complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 888).

“Sintetizando (uma definição e cultura), podemos afirmar as seguintes características da cultura numa perspectiva marxista:

a) É resultado do trabalho, isto é, da ação do ser humano sobre a natureza e, portanto, primeiramente a cultura é material;

b) Da cultura material se desdobram os elementos que compõem a cultura não material ou simbólica, como: a linguagem, as ideias e o conhecimento

c)O conhecimento, dessa forma, é uma parte da cultura, não podendo ser confundido como seu sinônimo;

d)A apropriação da cultura é sempre um processo coletivo, ou seja, é necessária a existência de mediações para que a mesma seja transmitida e apropriada no processo da humanização.

Disponível em <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada11/artigos/3/artigo_simposio_3_945_julia_malanchen@hotmail.com.pdf>

Acesso em: 11 abr 2018.

“Nosso entorno sonoro é uma repetição exaustiva de banalidades”

(Leo Brouwer, ao se referir à cultura sonora contemporânea).

[…] Concordo com Terry Eagleton, ‘a cultura não é alguma vaga fantasia de satisfação, mas um conjunto de potenciais produzidos pela história e que trabalham subversivamente dentro dela’.”. (EAGLETON, Terry. A ideia de cultura. São Paulo: Ed Unesp, 2005, p.30).

Em texto de Raphael Silva Fagundes, sobre a classe média brasileira.

Disponível em: <https://diplomatique.org.br/sobre-uma-classe-media-marrenta-e-burra/>

Acesso em: 28 mai 2018.

Alegro

Olhar para este teatro tem o significado da dignidade da arte, da imponência que a arte deveria ter por toda parte.


6º Movimento
Andante
Fotografar o Estandarte com o Gran Teatro.
Alegro
Faço algumas fotos do Estandarte, tendo ao fundo a lateral do Gran Teatro.


(FNeste momento, o teatro representa a universalização da arte… aquela busca infinita da quebra de fronteiras da arte – aqui simbolizada pelas oito bandeiras no Estandarte do Senha Aberta.

O céu azul
azulzinho!
Nuvens brancas
branquinhas!
Compõem um refúgio
aos que desavisados
passam pela frente
de meu Estandarte estrangeiro
à busca por identidades
pertencimentos.
Apodero-me de cada momento destas vivências na Ilha.
Cada imagem, transformada em fotografia, acode-me o esquecimento das coisas inesquecíveis.

7º Movimento
Andante
Museo de La Revolución.

 

Pauta: Museo de la Revolución.
Localizado na Avenida Bélgica, em La Habana, o Antigo Palácio Presidencial – década de 1950 – é considerado um dos mais importantes museus cubanos.

Composto por mais de 30 salas, visitadas anualmente por mais de 300 mil pessoas – um dos mais visitados do país.

De 01 de janeiro de 1959 até o ano de 1965, a Presidência da República e o Conselho de Ministros ocuparam o prédio.

Desde 04 de janeiro de 1974, o prédio abriga o Museo de La Revolución.

Partes do acervo do museu se devem a Celia Sánchez, revolucionária que desde a Sierra Maestra se ocupou, com zelo e cautela, em guardar, recuperar e organizar os documentos das lutas revolucionárias.

Objetos das lutas – especialmente das guerrilhas da Sierra Maestra –   encontram-se expostos e guardados neste museu.

Alegro
Fotos do Estandarte no Museu da Revolução.
Coloco o Estandarte abaixo da grande bandeira cubana no museu. Simboliza, de certa maneira, a real relação deste projeto com a grandiosidade deste país.
No pátio central, encontramos futos de balas que foram preservados nas paredes.
Mais furos de balas:
Coloco o estandarte  com o tanque de guerra, um automóvel e um avião usados nas lutas por libertação.
Miro o avião de forma acurada.
Alegro
Faço uma ‘fusão’ com o Estandarte na escultura de José Martí.
8º Movimento
Andante
O ’Rincón de los Cretinos’.
Alegro
Adorei isso!

É preciso mesmo ser cretino para se achar dono do mundo, dos povos e das mentes de todo o povo.
8º Movimento
Andante
Alguns(as) cubanos e cubanas  relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Celia Sánchez.

 Celia Sánchez nasceu no dia 9 de maio de 1920, em Media Luna,
Província Oriental de Cuba.

Cooperou com a fundação e dirigiu o Movimento 26 de Julho, na Província do Oriente.

Amante da natureza, cultivava jardins.

Fidel a considerava ‘a flor mais autóctone da revolução’.

Ainda adolescente entrou para o setor jovem do Partido do Povo Cubano, conhecido como Partido Ortodoxo, do qual faziam parte pessoas que seriam os futuros revolucionários do país. Partido este que, paulatinamente, introduziu uma linha revolucionária voltada para os interesses dos camponeses e dos pobres, guiado pelo marxismo e pelo pensamento de José Marti.

Levam o nome de Celia Sánchez ruas, praças, escolas e principalmente inúmeras meninas, em todo o país, como homenagens das suas mães à heroína do povo cubano.

Celia Sánchez, juntamente com seu pai e vários companheiros do Movimento, fizeram homenagem a Marti, em 1953, colocando um busto dele no ponto mais alto do monte Turquino.

Norma ou Aly – codinomes de Celia – organizou a infraestrutura na conexão da planície com a montanha, através do fornecimento de remédios, alimentos, roupas e condução para os combatentes.

Celia subiu a Serra em maio de 1957, incorporando-se ao Exército Rebelde, tendo se transformado na ´primeira guerrilheira da Sierra’. Depois dela, várias mulheres se incorporaram à guerrilha.

Em Sierra Maestra, Celia se encarregou de organizar a memória das lutas, guardando todos os documentos, anotações e papéis, além da história oral.

Quando questionada dizia: “Há muitos papéis sem importância hoje, mas para o futuro e para a história, serão de grande valor..

A partir de 1965, integrou o Comitê Central do Partido Comunista Cubano. Foi secretária do Conselho de Estado, defensora e difusora da história, das artes, da moda, da comida e de todas as formas de manifestação da nacionalidade cubana.

Morreu no dia 11 de janeiro de 1980.

A casa em que nasceu foi transformada no Museu da Casa Natal de Celia Sánchez, repleto de documentos e objetos pessoais relacionados com a grande revolucionária, incluindo álbuns fotográficos de sua família.

O monumento erguido em sua homenagem no Parque Lênin, projetado por ela no subúrbio de La Habana, um dos lugares que mais admirava, está sempre coberto por centenas de flores.
Nada melhor para concluir estas linhas sobre Celia que as palavras pronunciadas por Armando Hart, presidente do Centro de Estudos Martianos: Para medir quem foi esta nossa irmã, basta sublinhar que é impossível escrever a história de Fidel Castro sem relacioná-la à vida de Celia Sánchez Manduley..

Informações resumidas de texto do historiador José Levino.
Disponível em:  <http://averdade.org.br/2011/09/celia-sanchez-a-flor-mais-autoctone-da-revolucao/>
Acesso em: 14 set 2017.

‘Cronica Celia Sánchez’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RnXxnvI_QSA>
Acesso em: 26 ago 2016.

‘En Memoria de Celia Sánchez Manduley’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=058CusQ2CKY>
Acesso em: 26 ago 2017.

‘Documental sobre Celia Sánchez’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ifHfkBnoLSM>
Acesso em: 15 set 2017.

9º Movimento
Andante
Sierra Maestra.

 

Pauta: Serra Maestra.
Cordilheira mais importante do Arquipélago, considerada a jóia da geografia de Cuba, guardiã da costa sul oriental.

A Sierra Maestra tem 242Km, de norte a sul e 34,5Km de extensão, em seu ponto mais largo. Tem papel preponderante como palco da organização das lutas guerrilheiras que levaram ao triunfo da Revolução Cubana.

Atualmente a Sierra Maestra é um Parque Nacional, possuindo rica flora e fauna.

O Estado criou o Programa de Atenção às Montanhas, conhecido com Plan Turquino, em 1987, dando início a uma nova etapa de desenvolvimento integral em áreas de difícil acesso, para proteger a natureza e os interesses de segurança estratégica do país.

A ‘Sierra’ ocupa os seguintes municípios: Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo, Niquero, Guamá, Niceto Pérez, Pilón, Tercer Frente, Caimanera, Media Luna, Contramaestre, Campechuela, Palma Soriano, Bartolomé Masó, San Luis, Guisa, Buey Arriba, e Songo-La Maya.

O Pico Turquino, o mais alto de Cuba, com 1.974m acima do nível do mar, e o Pico Cuba, com 1.872m acima do nível do mar.

Informações completas sobre a Sierra Maestra disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Sierra_Maestra>
Acesso em: 02 mai 2018.

Alegro
No Museo de La Revolucion, há uma sala especialmente dedicadas a Ernesto Che Guevara e a Camilo Cienfuegos.
Alegro
O Memorial Granma, inaugurado em 01 de dezembro de 1976, onde se encontra um número significante de peças históricas, inclusive o próprio Iate Granma, que pode ser visto neste museu.
10º Movimento
Andante
O yate Granma.

Pauta: Yate Granma.
O ‘Granma’ foi comprado a uma empresa dos EUA para ser usado, por 82 expedicionários, integrantes do Movimento 26 de Julho – entre eles: Fidel Castro, El Che, Raul Castro, Camilo Cienfuegos e Juan Almeida – vindos do México até Cuba, para iniciar a luta revolucionária contra a ditadura de Fulgencio Batista.

O iate chegou a Cuba no dia 02 de dezembro de 1956, marcando o início das lutas guerrilheiras da Revolução, que somente viria a triunfar em 1959.

O Granma encontra-se hoje, no Museo de La Revolución, estando neste momento indisponível para visita por causa dos danos causados pelo último furacão.

Mais informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Museo_de_la_Revoluci%C3%B3n>

e em: <https://www.ecured.cu/Yate_Granma>
Acessos em: 11 fev 2018.

11º Movimento
Andante
Centro Nacional de Combatenes.
Alegro
Andando pelas ruas de La Habana.
12º Movmento
Andante
Casa Natal José Martí.

 Pauta: José Martí.
Resumo – resumidíssimo – da biografia de José Martí, de matéira escrita por Salim Lamrani: (Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade Paris Sorbonne-Paris IV. É professor titular da Universidade de la Reunión e jornalista, especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos. Seu último livro: ‘The Economic War Against Cuba. A Historical and Legal Perspective on the U.S.’ Blockade, New York, Monthly Review Press, 2013).

“José Martí:

1853
José Julián Martí Pérez nasce, no dia 28 de janeiro, em La Habana, Cuba.

1868
No dia 10 de outubro, tem início a Primeira Guerra de Independência de Cuba. Carlos Manuel de Céspedes, considerado o ‘Pai da Pátria’, liberta seus escravos e lança o Grito de Yara durante a revolta de La Demajagua, perto de Manzanillo.

O jovem Martí segue apaixonadamente os acontecimentos, e publica um soneto à glória dos mambises (guerrilheiros independentistas cubanos) intitulado ‘10 de Outubro’.

Para Martí, a abolição da escravatura, decretada por Céspedes, constitui o ’primeiro ato de Cuba como nação’.

1869
No dia 19 de janeiro, aos 16 anos, Martí lança, com seu amigo Fermín Valdés, o diário El Diablo Cojuelo, no qual fustiga o sistema colonial militando a favor da soberania de Cuba.

Nesse mesmo mês, Martí estreia seu diário La Patria Libre, que terá apenas um exemplar. Publica seu poema Abdala no qual sela seu destino: ‘Oh! Que doce é morrer quando se morre lutando audaz para defender a pátria! ’.

No dia 21 de outubro, as autoridades coloniais prendem José Martí, depois de descobrir uma carta, assinada por ele e Fermín Valdéz, que qualifica seu companheiro Carlos de Castro y Castro de ‘apóstata’ por integrar o Corpo de Voluntários a serviço da coroa. O jovem Martí é declarado ‘inimigo da Espanha’.

José Martí se matricula na Faculdade de Direito da Universidade Central de Madri.

 

Lúcido, sabe que a salvação do ser humano passa pela cultura.

 

1873
No dia 11 de fevereiro, depois da abdicação do rei Amadeu de Saboia, o Senado e o Congresso se constituem no Parlamento e proclamam a República Espanhola.

José Martí escreve, então, A República Espanhola frente à Revolução Cubana e envia o texto a todos os membros do novo governo.

O jovem patriota reafirma o direito inalienável de Cuba — em plena guerra contra a Espanha — de ser independente.

Denuncia o sistema colonial injusto e obsoleto e lembra:
Segundo ele ‘Não deve ser respeitada a vontade que oprime outra vontade’, e a República Espanhola não pode ‘rejeitar jamais a vontade unânime de um povo’. ‘O direito de insurreição é inalienável para um povo maltratado, endurecido, oprimido, saqueado, vendido’. Qualquer outra saída que não seja a plena soberania é ilusória já que ‘os rebeldes não cedem’ e um ‘republicano honrado’ não pode negar a ‘um povo o direito que usou para si’.

Cuba escreve ‘com sangue sua resolução irrevogável’ e ‘sobre os cadáveres de seus filhos se levanta para dizer que deseja firmemente sua independência’.

Para Martí, a República deve ser consequente com seus princípios fundadores. Se rejeita a conquista e a opressão, não pode aceitar o status quo em Cuba. Se a República Espanhola se baseia no sufrágio universal e na vontade do povo, deve acontecer o mesmo em Cuba. ‘Quando um povo expressa mais firmemente seus desejos do que quando pega em armas para consegui-los? […] Cuba reclama a independência à qual têm direito pela vida própria que sabe que possui, pela enérgica constância de seus filhos, pela riqueza de seu território, pela natural independência deste, e, mais que tudo, e esse motivo está acima de todos os outros, porque assim é a vontade firme e unânime do povo cubano. Cuba quer ser livre […] por lei de sua vontade irrevogável, por lei da necessidade histórica, tem de conseguir sua independência’.
1872 a 1874

Consegue sua licenciatura em Direito Civil e Canônico e em Letras e Filosofia.

1875
Em janeiro, José Martí viaja para Veracruz, no México, passando por Paris e pela Inglaterra, para se reunir com sua família, que não vê desde janeiro de 1871.

No México, Martí entra no universo do jornalismo.

1875 a 1877
Publica numerosos artigos na Revista Universal, sob os pseudônimos de Anáhuac e Orestes. Seu tema predileto continua sendo a independência de Cuba e da América Latina.

Sensível à condição dos trabalhadores e camponeses, colabora com o diário El Socialista, órgão de imprensa do Grande Círculo dos Operários do México. Aborda, também, diversos temas vinculados à política nacional do México e se interessa pela arte e literatura.

Depois, colaboraria com periódicos e revistas de toda a América, alcançando fama continental (La Nación, de Buenos Aires; La América, de Nova York; El Partido Liberal, do México; La Opinión Pública, de Montevidéu, e La República, de Honduras).

1877
Casa-se com Carmen Zayas-Bazán y Hidalgo, uma jovem cubana, na capital asteca.

1878
Nasce José Francisco, seu único filho, a quem Martí dedicaria seu primeiro livro de versos ‘Ismaelillo’.

Profundamente marcado pelo destino dos povos indígenas, a ’raça’ e suas terríveis condições de vida, Martí toma sua defesa e publica Pátria e Liberdade, no qual denuncia as discriminações das quais são vítimas: ‘Depois de ferir seu espírito de homem, já não sobra ao índio dos campos mais que costas para levar as cargas da igreja, para pagar tributo aos caciques, para comprar as telas do espanhol.’.

Para Martí, a América não pode existir sem os indígenas. Vinculando o destino dos índios — povo autóctone e único legítimo segundo Martí — do continente, declara:

 

José Martí constata que a história do continente americano continua sendo desconhecida.

1878
Em fevereiro, funda a revista Guatemala, com o objetivo de difundir a realidade latino-americana, suas tradições e seus costumes.

O diário mexicano El Siglo XIX se encarrega da difusão da revista.
A assinatura do Pacto de Zanjón, neste ano, entre os rebeldes cubanos e a Espanha, que põe fim à Guerra dos Dez Anos, afunda José Martí na incompreensão.

Ele decide ir para Cuba, convencido de que seu destino está ligado ao de sua pátria.

1881
Em agosto, Martí volta a Nova York com o objetivo de organizar ‘a guerra necessária’ e conseguir a independência definitiva de Cuba.

1889
No dia 19 de dezembro, José Martí pronuncia em Washington seu famoso discurso ‘Mãe América’, frente aos representantes de 18 governos latino-americanos.

Trata-se de um vibrante chamado para libertar a última pátria americana presa pelo colonialismo espanhol. É hora de escrever, ‘em uma terra que ainda não é livre, a última estrofe do poema de 1810’, em referência ao processo de independência iniciado por Simón Bolívar.

Martí adverte ao continente a ameaça da ‘águia imperial’, em referência aos apetites anexionistas dos Estados Unidos’ e chama as nações latino-americanas a unirem-se e que não se submetam a Washington.

Martí encoraja a América Latina a se libertar de seu complexo de inferioridade, elogiando sua capacidade criadora.

Levanta a guarda contra os cantos de sereias procedentes do Norte e lembra da imperiosa necessidade de uma emancipação definitiva:

É nomeado Cônsul da República da Argentina e da República do Paraguai em Nova York. Nesse mesmo ano, o Uruguai o nomeia representante oficial perante a Comissão Monetária Internacional. Esse feito excepcional – três nações decidem entregar sua representação diplomática a um cubano – ilustra o prestígio de Martí na América Latina, cuja vocação internacionalista o transforma no melhor embaixador do continente desde Bolívar.

Ocupa esses cargos até 1891, ano em que decide se consagrar cabalmente à empreitada revolucionária da independência de Cuba.

1891
Participa da Conferência Monetária Internacional de Washington como representante do Uruguai.

O cubano se opõe com veemência ao projeto de união monetária continental, consciente dos perigos que representaria para as nações latino-americanas, que seriam dominadas irremediavelmente pelos Estados Unidos:

Ressalta que ‘é necessário equilibrar o comércio para garantir a liberdade. O povo que quer morrer vende a um só povo, o que quer se salvar, vende a mais de um. O influxo excessivo de um país com o comércio de outro se transforma em influxo político […]. Quando um povo forte dá de comer a outro, o usa’.
Neste mesmo ano, La Revista Ilustrada, de Nova York, publica seu magistral ensaio Nossa América, canto de amor e de união, sem dúvida sua obra mais importante, que ocupa um espaço privilegiado na história das ideias latino-americanas.

Martí reivindica a singularidade da identidade latino-americana e do caráter originário de seu povo.

Toma a defesa dos humildes, isto é, dos camponeses, dos indígenas e dos negros, aos quais chama ‘o homem natural’, símbolo da autoctonia do continente.

Segundo o intelectual cubano, o problema fundamental da América Latina não reside em sua suposta incapacidade histórica, racial ou cultural para se emancipar de sua herança cultural, mas na decisão funesta de copiar maquinalmente os modelos de organização sociopolítica europeus e estadunidense não adaptados à realidade da ‘Nossa América’, pois abandonavam à sua sorte os mais vulneráveis. ‘Com os oprimidos seria necessário fazer causa comum, para afiançar o sistema oposto aos interesses e hábitos de controle dos opressores. A colônia continuou vivendo na República’.

Segundo Martí,
A educação e a cultura devem ser latino-americanas, e para isso ‘a universidade europeia tem de ceder à universidade americana’.

Martí fustiga o ‘crioulo exótico’ que rejeita suas origens e somente olha para a Europa e para os Estados Unidos.

Os dirigentes políticos devem emergir do povo: ‘Os políticos nacionais devem substituir os políticos exóticos’. Longe de rejeitar as contribuições universais, José Martí reivindica primeiro uma base independente latino-americana: ‘Enxerte-se nas nossas repúblicas o mundo; mas o tronco deve ser o de nossas repúblicas’.

É imprescindível preservar a identidade e soberania latino-americanas e lutar contra os egoísmos, as divisões e as guerras fratricidas. Os Estados Unidos representam o principal perigo com suas veleidades expansionistas e a união latino-americana é a única saída possível para preservar a independência dos povos: ‘O desdém do vizinho formidável, que não a conhece, é o perigo maior da nossa América […].
‘É a hora da análise, da marcha unida, e temos de andar juntos, como a prata nas raízes dos Andes.’.

Por viver lá durante muitos anos, José Martí se transforma em um observador atento da sociedade estadunidense:

Ressalta a violência e a desigualdade que afetam os mais vulneráveis e enfatiza ‘duas verdades úteis à nossa América: o caráter cruel, desigual e decadente dos Estados Unidos e a existência nele contínua de todo tipo de violência, discórdia, imoralidade e desordem das quais se culpam os povos hispano-americanos’.

No dia 26 de novembro, José Martí pronuncia um discurso no Liceu Cubano de Tampa e lança as bases da futura Cuba soberana:

1892
Em janeiro, José Martí funda o Partido Revolucionário Cubano, em Cayo Hueso, onde se encontra uma importante comunidade cubana composta majoritariamente por tabaqueiros, com a finalidade de associar todas as forças independentistas sob uma estrutura comum e levar adiante a luta pela soberania nacional de Cuba.

No dia 10 de abril, Martí é nomeado delegado do PRC. A chave é a união entre todos os clubes patrióticos e o objetivo público é conseguir a soberania plena de Cuba e Porto Rico.

O Artigo Primeiro recorda que ‘o Partido Revolucionário Cubano é constituído para conquistar, com os esforços reunidos de todos os homens de boa vontade, a independência absoluta da Ilha de Cuba, e fomentar e auxiliar a de Porto Rico’. O objetivo é desencadear ‘uma guerra generosa e breve, destinada a garantir a paz, o trabalho e a felicidade dos habitantes da Ilha’.

No dia 8 de dezembro de 1894, depois de dois anos de muito trabalho nos Estados Unidos e na América Latina para conseguir a união de todas as forças revolucionárias, José Martí assina o Plano de Fernandina, nome de um porto da Flórida, com o coronel María Rodríguez, representante de Máximo Gómez, e o coronel Enrique Collazo, nomeado pelos independentistas da ilha, que estabelece as bases de uma insurreição curta e decisiva. Quando o projeto está a ponto de ser realizado, com o desembarque de três expedições armadas vindas da Flórida, da Costa Rica (onde se encontra Antonio Maceo) e da República Dominicana (onde está Máximo Gómez), a bordo dos barcos Amadís, Baracoa e Lagonda, a intervenção das autoridades estadunidenses — opostas à independência de Cuba — depois de uma delação, retarda o início da Segunda Guerra de Independência.

Washington confisca numerosas armas e dá, assim, seu apoio à Coroa Espanhola.

1895
Em 25 de março, juntamente com Máximo Gómez redige o Manifesto de Montecristo, na República Dominicana, programa de ação político-militar no qual reivindica os objetivos da independência nacional. A guerra só pode terminar ‘por vitória ou sepultamento’ e é ‘o produto disciplinado da reunião de homens inteiros que, no repouso da experiência, decidiram encarar outra vez os perigos que conhecem, e da congregação cordial dos cubanos das mais diversas origens, convencidos de que na conquista da liberdade ganham mais que no abjeto abatimento das virtudes necessárias para mantê-la’. Não há ódio por parte dos patriotas para com seus primos da península. ‘O solo cubano saúda na morte o espanhol a quem a crueldade do exercício forçoso arrancou de sua casa e de seu país para vir assassinar os homens da liberdade (pela qual) ele mesmo anseia’.

Em uma carta, escrita no mesmo dia a seu amigo dominicano Fernando Henríquez y Carvajal, Martí recorda que a libertação de Cuba é vital para o continente: ‘As Antilhas livres salvarão a independência da nossa América’.

No dia 11 de abril, José Martí desembarca em Playitas, perto de Cajobabo, na parte oriental da ilha.

Dias depois, em 15 de abril, os principais chefes independentistas decidem nomeá-lo Major Geral do Exército de Libertação.

No dia 18 de maio, nas vésperas de sua queda no combate, José Martí redige sua famosa carta para seu amigo mexicano Manuel Mercado: ‘Já estou todos os dias em perigo de dar minha própria vida pelo meu país e pelo meu dever — posto que entendo e tenho ânimos de realizar — de impedir a tempo, com a independência de Cuba, que os Estados Unidos se estendam pelas Antilhas, e caiam, com mais força, sobre nossas terras da América. […]. As mesmas obrigações menores e públicas dos povos — como esse seu e meu — mais vitalmente interessados em impedir que em Cuba se abra, pela anexação dos imperialistas de lá e dos espanhóis, o caminho que é necessário impedir, e:

1895
Em 19 de maio, José Martí cai no campo de batalha, durante um enfrentamento com as tropas espanholas em Dos Ríos, perto de Palma Soriano, quando se encontrava com Máximo Gómez e Bartolomé Masó.

Negando-se a ficar na retaguarda, Martí se separa de sua tropa com ajuda de campo de Ángel de la Guardia e lança um ataque contra o Exército Espanhol.

É atingido por três balas que lhe provocam feridas mortais.

Cem anos depois do nascimento de José Martí, no dia 26 de julho de 1953, Fidel Castro encabeçaria um movimento insurrecional da juventude cubana, a chamada ‘geração do centenário’, em nome dos ideais do apóstolo cubano, ‘o autor intelectual’ do ataque ao quartel Moncada, contra a ditadura de Fulgencio Batista.

Em 1 de janeiro de 1959, triunfaria a Revolução Cubana e se realizaria o sonho martiano de uma Cuba livre e soberana.

A Constituição cubana atual reivindica ‘o ideário de José Martí’, e o Partido Comunista de Cuba é ‘um fiel continuador do Partido Revolucionário Cubano fundado por José Martí’.
Político, poeta, filósofo, professor, jornalista, diplomata, editor, tradutor e orador excepcional, José Martí é, antes de tudo, o símbolo da independência e da soberania de Cuba e o arquiteto da nacionalidade cubana, a cubanía.

Vetor de ideias universais de emancipação, lançou as bases da unidade nacional, não apenas contra o colonialismo espanhol, mas sobretudo contra o expansionismo dos Estados Unidos, preconizando, ao mesmo tempo, uma grande união pan-americana e a realização do sonho de Bolívar, a ‘Pátria Grande’.

Paralelamente, visionário e homem de seu tempo, precursor do anti-imperialismo estadunidense, convencido de que:

Uniu seu destino à sorte dos humildes, ‘com os pobres da terra’, como clamou em seus Versos Simples e foi fiel a seu adágio

segundo o qual”:

Texto resumidíssimo de artigo disponível em: <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/37770/50+verdade+sobre+jose+marti.shtml>
Acesso em: 31 jul 2016.

‘José Martí (Yo Soy Un Hombre Sincero)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rR_CeLU4Jq8>
Acesso em: 22 fev 2018.

‘José Martí, su vida y su obra’.
(Uma ampla visão sobre o trabalho internacionalista de José Martí).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jxi8olCt7FE>
Acesso em: 05 fev 2018.

Conexão com a Terceira Afinação do Projeto Senha Aberta: ‘Mis Hermanos Muertos, de José Martí. Silvio Rodriguez. Madres Coraje’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HIA3JxFJisQ>
Acesso em: 05 mar 2015.

‘Clube da Esquina 2 – 1978 – Cancion Por La Unidad de Latino America’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Z2JZq7ARat8 >
Acesso em: 30 ago 2017.

Filme: ‘José Martí: El ojo del canario’.

Direção: Fernando Pérez.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ff8amV9VWCo>
Acesso em: 05 fev 2014.

Sobre o filme:
Lançado em 2011, mergulha no cotidiano que formou o caráter de José Martí – infância e adolescência.

Poema de Pablo Neruda a José Martí:

“Cuba, flor espumosa, efervescente
açucena escarlate,
jasmineiro,
custa-se a encontrar sob a rede florida
o teu sombrio carvão martirizado,
a antiga ruga deixada pela morte,
a cicatriz coberta de espuma.
Porém dentro de ti como clara geometria de neve germinada,
onde se abrem suas últimas cortiças,
jaz Martí como pura amêndoa.
Está no fundo circular da aragem,
está no centro azul do território,
e reluz como uma gota d’água
sua adormecida pureza de semente.
É de cristal a noite que o cobre.
Pranto e dor, de súbito, cruéis gotas atravessam a terra até o recinto
da infinita claridade adormecida.
O povo às vezes baixa suas raízes
através da noite até tocar
a água quieta em seu pranto oculto
pisoteando semeadas superfícies
e um morto cai na taça do povo.
Às vezes volta o açoite enterrado
a silvar na brisa da cúpula
e uma gota de sangue qual uma pétala
cai no chão e mergulha no silêncio.
Tudo chega ao fulgor imaculado.
Os tremores minúsculos batem
as portas do cristal oculto.
Toda lágrima toda a sua corrente.
Todo fogo estremece a sua estrutura.
E assim da jacente fortaleza,
do oculto germe caudaloso
saem os combatentes da ilha.
Chegam de um manancial determinado.
Nasce de uma vertente cristalina.
(NERUDA, PABLO. Canto Geral. Rio de Janeiro, Record/Altaya, Coleção Mestres da Literatura Contemporânea, nº. 51, p. 127).

‘Pablo Milanés – Versos sencillos (canta a José Martí) El enemigo brutal’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=M94BTdjYrB0>

Acesso em: 15 ago 2017.
‘Pablo Milanés. Canta a José Martí. Mi verso es como un Puñal’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=k1AJqdgNMbs>
Acesso em: 22 fev 2018.
‘Pablo Milanés – Canta a José Martí. (Disco completo)’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EjOgiTbIzB4>
Acesso em: 15 ago 2017.

‘Amaury Pérez. 1978, Canta a José Martí’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_gFgPyLfnBU>
Acesso em: 15 ago 2017.

 Pauta: Casa Natal José Marti.
Museo Casa Natal de José Mart.

Localizado em La Habana Vieja – o museu mais antigo da cidade – declarado Monumento Nacional de Cuba em 1949, guarda e expõe objetos e fotografias de José Martí e de sua família, desde sua infância, adolescência e juventude (1853-1870); sua deportação (1871-1874); período na Guatemala, casamento e moradia em La Habana (1878-1879); trabalho cultural e atividades de conspiração contra o domínio Espanhol, e nascimento de seu único filho; permanência nos Estados Unidos da América do Norte e na Venezuela; trabalho como cônsul do Uruguai, Argentina e Paraguai, e vida em Nova York; atividades como Delegado do Partido Revolucionário Cubano, e sua queda em Dois Rios.

Site do Museu: <https://d-cuba.com/museo-casa-natal-de-jose-marti>
Alegro
O Museu Casa Natal de José Marti, tem a porta de entrada bem na calçada, e ao darmos os primeiros passos já nos deparamos com fotografias e objetos pertencentes a este ideólogo do anti-imperialismo.

As pessoas que trabalham no museu têm grande prazer em nos receber e falar sobre José Martí. Falam com brilho nos olhos.

13º Movimento
Andante
Fotos com o Estandarte.
Alegro
Aqui, entramos e saímos das salas do museu. Câmeras nas mãos e olhos firmes ao redor.
Alegro
Este museu é bem pequeno. A casa onde nasceu este grande cubano.

Faço várias fotos, com o Estandarte.
Maquete do cargueiro alemão ‘Nordstrand  ‘ no qual José Martí e seus companheiros viajaram para Cuba, em 1895.

Árvore genealógica da família de José Martí.

La Habana, 02.11.2017 (5ª feira)
1º Movimento
Andante

Continuo estudando José Martí.

Alegro
Há uma profusão de artigos e vídeos que nos levam até a história desse precioso cubano.

Abaixo, listarei alguns outros, além dos já citados acima, com links e/ou comentários:
‘Filosofía aquí y ahora – El pensamiento de José Martí’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=TkvUTuglYAo&t=4s>
Acesso em: 15 ago 2017.
Apresentado por José Pablo Feinmann:

“José Martí foi um homem de ação e de letras.”.

“Quando o presidente dos EUA, James Monroe (1817 a 1825), disse ‘América para os americanos’, estava, na verdade, dizendo ‘América para os americanos do norte.’”.

“Cuba faz sua Revolução com seus camponeses. […]

A vanguarda revolucionária soube ser a expressão do povo cubano, porque estava unida a esse povo.”.

“Cuba e Porto Rico foram os últimos países que se libertaram do colonialismo espanhol. Hoje, Porto Rico é um Estado associado aos EUA.”.

‘José Martí – Serie Maestros de América Latina’.
(Biografia de José Martí).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=raaWcsCHWCs>
Acesso em: 29 ago 2017.

José Martí tem um profundo sentimento de amor à pátria.

 Conceito: Pátria (amor à).

José Martí, em seu poema Abdala:

 

 

Pátria é humanidade. (José Martí).

Sobre pátria, da poeta cubana Carilda Oliver Lambra:

“Quando minha avó veio

trouxe um pouco de terra espanhola.

Quando minha mãe se foi

levou um pouco de terra cubana.

Eu não guardarei comigo nenhum pouco de pátria.

A quero toda

sobre minha tumba.”.

José Martí considera que o homem deve ser um homem de seu tempo, ou seja, estar antenado e participante da história da qual faz parte, e também, atender aos chamados das necessidades sociais, políticas e culturais de seu tempo.

O que é ser uma mulher do meu tempo?

O meu tempo?
O meu tempo é devastado
pelo poder capitalista globalizado
pelo agronegócio
que devora os corpos
que domina as mentes
que tritura as almas
dos que deste tempo
fazem parte.Ser uma mulher deste tempo
é manter olhos abertos
ouvidos atentos
e coração antenado.
É perceber as atrocidades
que transpassam os corpos
que tripudiam as almas.
Estes tempos…
inimagináveis
incógnitos.
Canalhas poderosos
lançam novas e velhas ameaças
contra a construção
do ser humano pleno.
Saqueadores de esperanças
abatem impiedosamente
pensamentos e ações inovadoras.

Conceito: Globalização.

Como nos diz José Martí, a ‘parceria’ econômica, está intrinsecamente atada à ‘parceria’ política. Quem compra define as regras – domina. Quem vende obedece às regras – serve.

O mundo globalizado divide os seres humanos entre os que têm o poder e os servos.

As empresas transnacionais dissolvem a conexão entre a mão de obra – o ser humano – e a nação à qual eles pertencem. Internacionaliza os meios de produção e comunicação. Desassociam o produto do trabalho, e a mais valia produzida por esse trabalho.

As empresas capitalistas transnacionais – capitalismo internacionalista – se transferem de um lado a outro do mundo tão cedo haja alguma turbulência econômica, política ou social onde elas estiverem instaladas. Transferem-se de um lado a outro do mundo – também – em busca de mão de obra mais barata – diga-se escrava, ou semiescrava.

No mundo capitalista globalizado, não fazemos perguntas sobre a procedência das matérias primas, e muito menos da mão de obra, envolvida nos produtos à disposição de nosso poder aquisitivo.

A escravidão negra escancarou a opressão dos que detinham os meios de produção sobre os que detinham a força de trabalho. E ainda, de uma raça sobre outra.

A escravidão da produção capitalista atual mascara a opressão dos que detém os meios de produção e o capital, sobre os que detém a força de trabalho.

A relação continua a mesma, piorada, é claro, com as sutilezas criadas pelo sistema.

Necessitamos salientar que o mundo de hoje é dominado pela economia de mercado, dominado pela lei da oferta e da demanda, e que a América Latina tem 20 países, onde aproximadamente 50% da economia é informal.

Disto podemos compreender algumas relações referentes a poder financeiro/povo, trabalho/economia.
2º Movimento 
Andante
Algumas análises para entender o capitalismo sob a perspectiva do marxismo:

‘Fetiche da mercadoria’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oV7LwZ-xVJk&t=11s>

Acesso em: 15 fev 2018.

 Conceito: Fetiche.

“Objeto a que se atribui poder sobrenatural ou mágico e se presta culto; objeto inanimado ou parte do corpo considerada como possuidora de qualidades mágicas ou eróticas.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1333).

“A mercadoria é a célula do capitalismo.”.

Conceito: Mercadoria.

“Qualquer produto (matérias-primas, gêneros, artigos manufaturados etc.) suscetível de ser comprado ou vendido; mercancia; negócio, comércio realizado entre mercadores; […].”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 1897).

A coisificação do ser humano.

Conceito: Coisificar.

“Tornar parecido com uma coisa; identificar com um ato ou objeto concreto; reduzir o homem e sua consciência a coisa, objeto ou valores materiais; tratar o ser humano desse modo.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 756).
3º Movimento 
Andante
Canções:
‘Carlos Puebla 1969 – Cronología Musical De La Revolución Cubana’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=F7dhaFb_m90&t=53s>
Acesso em: 30 ago 2017.

‘Silvio Rodriguez – La Maza’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xBD6CkXXSTc>
Acesso em: 30 ago 2017.

‘Quilapayún – Un son para Cuba’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=SEvWOs8AWAA>
Acesso em: 30 ago 2017.

‘Soledad Bravo 1997 – Cantos revolucionarios’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Lw3sSRBjnqs>
Acesso em: 30 ago 2017.

 

 La Habana, 03.11.2017 (6ª feira)
1º Movimento 
Andante

A Asociación de Pedagogos de Cuba – APC.

Pauta: Asociación de Pedagogos de Cuba.
Associação de caráter nacional, integra os trabalhadores intelectuais que desenvolvem ou tenham desenvolvido seu trabalho como docentes ou pesquisadores em quaisquer das ciências pedagógicas.

São suas linhas fundamentais de trabalho: desenvolvimento de pesquisas pedagógicas; desenvolvimento de seus associados; estímulo aos docentes pelos resultados do trabalho; intercâmbio nacional e internacional de informações; desenvolver ações educativas, divulgar ideias e experiências educativas; fortalecer vínculos científicos.

A ‘APC’ fundada no dia 6 de março de 1989, abre um espaço imprescindível na vida do magistério cubano. Desde sua criação vem crescendo e se fortalecendo para dar respostas às necessidades dos pedagogos cubanos.

Possui personalidade jurídica e patrimônio próprio.

Informações completas sobre a ‘APC’ disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Asociaci%C3%B3n_de_Pedagogos_de_Cuba>
Acesso em: 04 mai 2018.

Site da ‘APC’: <http://www.apc.rimed.cu>

2º Movimento
Andante
Visita à ‘APC’.

 

 

Alegro
Fizemos uma reunião na ‘APC’, onde conversei com funcionários e diretores.

Falamos sobre a história desta Instituição e sua importância nos movimentos educacionais cubanos, e agendamos a oficina ‘Processos Criativos’, que será por mim coordenada.
3º Movimento
Andante

Almoço.

Alegro
Um delicioso almoço nos é oferecido. Comemos juntos, eu, a assistente ao projeto e alguns funcionários da Associação.

4º Movimento
Andante
A ‘APC’ e Paulo Freire.
Alegro

A ‘APC’ estuda e exercita o método de Paulo Freire para a educação.AQUI DEVEIRA ESTAR UMA FOTO DE PAULO FREIRE.

 

  Pauta: Paulo Freire.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921.

Filósofo, pedagogo e educador brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial. Influenciou a pedagogia crítica.

Faleceu em São Paulo, SP, no dia 2 de maio de 1997.

Sobre Paulo Freire:
“Para Paulo Freire, a educação é o aprendizado da democracia, do diálogo, da cooperação, da justiça, da escuta, enfim, do amor verdadeiro, do sonho de uma sociedade mais evoluída.”.
‘(A.H.F) Paulo Freire – Educar para Transformar’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WJryIAcbRRE&t=44s>
Acesso em: 21 fev 2018.

 Conceitos em Paulo Freire – no vídeo acima:

 Sonho – “Não é possível sonhar sem belezura, sem moralidade e sem opção política.”;

Liberdade – “Não é uma coisa individual. É coletiva.”;

“Não são os opressores que vão libertar os oprimidos. São os oprimidos que vão libertar os opressores. E isso só se faz vindo do povo.”;

“Ele não criou um método de alfabetização, ele criou uma compreensão de educação, uma teoria do conhecimento.”; “Convida as pessoas para serem sujeitos da história.”; “Não há prática educativa neutra. Nunca houve, não há, e provavelmente nunca haverá prática educativa neutra. Toda prática educativa tem uma conotação política.”; “É o único mecanismo que vai fazer com que o seu direito não seja violado.”.

Belezura – “Belezura é ler as coisas. É ver o mundo de outra maneira.”.

Esperança – “É lutar e conseguir.”.

Auteridade – “É preciso aprender com o outro.”; “A teoria dele é de respeitar o outro. É aprender com o outro.”.

‘14 livros de Paulo Freire, em PDF. Download gratuito’.
Disponível em: <https://farofafilosofica.com/2017/11/28/paulo-freire-14-livros-em-pdf-para-download/>
Acesso em: 22 fev 2018.

5º Movimento
Andante
Viagem ao Parque Histórico Militar Morro Cabaña.
Alegro
A viagem até o Morro Cabaña, feita em duas partes, nos traz grandes aventuras.

A primeira – passar na segurança para entrar na balsa que nos leva até o outro lado da baia.

Os seguranças tomaram um susto com os ‘rolos’ plásticos que guardam o Estandarte e o tripé, pois o formato dos rolos e o material do Estandarte – tripé de metal – parecem armas.
Espaço
Estes barcos já foram usados por cubanos que desejavam ‘fugir’ para Miami. Não sei quantos deles conseguiram.

 

 

 Alegro
A viagem, pelo mar, é rápida, e logo chegamos à terra firme.

Segunda etapa da viagem: do porto no Morro até o Museu Militar.

A distância que necessitamos percorrer, a pé, não é muito grande, mas a assistente não pretende, realmente, fazê-la passo a passo… então resolvemos esperar uma ‘guagua’.

A ‘guagua’

que não vem
que não vem
que não vem…
passam por nós alguns carros
que não param
que não param
que não param…

Sento-me no meio-fio.
E espero
e espero
e espero…
Finalmente conseguimos uma ‘guagua’ que nos leva até o topo do morro.

Que alívio!

Adágio
Emfim!

No alto do morro – área militar – encontra-se um cristo redentor – que não redime ninguém, e o museu militar – a útima morada militar del Che.

 Conceito: Redentor.

“Aquele que redime, liberta; Jesus Cristo; entre os hebreus, aquele que tinha o direito de libertar propriedades ou pessoas, antecipando-se às comemorações do ano do jubileu; entre os antigos romanos, empreiteiro de obras públicas; rendeiro de receitas do Estado; que resgata, redime; libertador.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2407).

No caso do Cristo, geralmente de braços abertos, que não abraçam ninguém: o que prende sua atenção, sua vida, e seus recursos financeiros para pagamento de um pedaço no céu.

No caso específico deste Cristo, ele nos fala algo, não tem os braços abertos. Quem sabe, nos diria que precisamos lutar por nossos direitos.
6º Movimento
Andante
Visita e fotos no Centro Cultural Casa del Che en la Cabaña.

 Pauta: Ernesto Guevara – El Che.

 

 Um dos cinco filhos de Ernesto Guevara y Lynch e Celia de la Serna, Ernesto Guevara ‘El Che’, nasceu em Rosário, Argentina, em 14 de junho de 1928.

Leitor fervoroso, em 1948 inicia o curso de medicina, na Universidade de Buenos Aires, tendo se formado em 1953.

Em 1952 – de janeiro a julho – realiza, de moto, com seu amigo Alberto Granado, uma viagem internacional por vários países da América Latina, quando visitam: Chile, Peru, Colômbia e Venezuela, e descobrem a exploração e a miséria desses povos.

Essa viagem está relatada no filme de Walter Sales ‘Diários de Motocicleta’.

Em setembro de 1954, vai para o México, onde trabalharia como médico e fotógrafo pelo período de dois anos.

Em 1955, faz amizade com Raúl Castro, que lhe apresenta a Fidel Castro.

Em 2 de dezembro de 1956, Guevara chega a Cuba, com os revolucionários liderados por Fidel Castro.

Em julho de 1957, Fidel Castro o nomeia comandante, e em 1958, chefe da Escola Militar recém-criada para formar guerrilheiros.

Na região de Villa Clara, Che cria o Pelotão Suicida, integrado pelos mais capacitados guerrilheiros.

Em 28 de dezembro de 1958, Che lança o ataque contra a cidade de Santa Clara, batalha que termina com a captura do trem blindado que vinha da capital com reforços da ditadura.

Depois da queda de Santa Clara, Batista foge, em 1 de janeiro de 1959, para a República Dominicana.

Fidel Castro ordena a Che e a Cienfuegos que se dirijam La Habana e controlem os quartéis de Columbia e La Cabaña.

Durante os primeiros meses de 1959, Guevara se encarrega dos tribunais revolucionários que julgam os crimes cometidos durante a ditadura de Batista. Cerca de 1000 pessoas passam pela ‘justiça expeditiva’ e cerca de 500 são fuziladas.

A título de comparação, durante a ‘Depuração Francesa’, depois da Segunda Guerra Mundial, cerca de um milhão de pessoas foram detidas e cerca de 100 mil foram condenadas. Houve 10 mil execuções, 9 mil delas extrajudiciais.

Isto são fatos históricos, e somente por isso eu cito esta comparação, uma forma de desmistificar sobre bem e mal.

Em fevereiro de 1959, El Che é declarado cidadão cubano pelos serviços prestados à nação.
Em 1960, durante o Primeiro Congresso Latino-Americano de Juventudes, Che desenvolve o conceito de ‘novo homem socialista’, que privilegia o interesse geral sobre as aspirações pessoais.

Em 1964, Che renuncia aos seus cargos no governo revolucionário para reiniciar a luta armada na América do Sul.

Como as condições não estavam dadas, Fidel Castro lhe propõe ir ao Congo, na África, onde a CIA tinha assassinado o líder anticolonial e político congolês Patrice Lumumba, três anos antes.

Em 1965, Guevara escreve a famosa carta de despedida a Fidel Castro, na qual renuncia definitivamente a seus cargos e à nacionalidade cubana, e declara sua vontade de fazer a revolução em outras terras.
Em abril de 1965, Guevara chega a Tanzânia, dando retaguarda aos revolucionários congoleses. Depois de uma estadia em Praga, volta secretamente a Cuba, de onde decide ir para a Bolívia, então sob o jugo da ditadura do general René Barrientos (militar e político boliviano pró fascismo, Vice-Presidente de seu país em 1964 e presidente da Bolívia de 5 de novembro de 1964 a 26 de maio de 1965, e novamente entre 6 de agosto de 1966 e 27 de abril de 1969).

O objetivo: lançar um movimento insurrecional que se expandiria por toda a América do Sul.
No dia 7 de novembro de 1966, Che começa a escrever seu diário da Bolívia.
No dia 20 de abril de 1967, o exército prende Regis Debray e Ciro Bustos, dois membros da rede de apoio à guerrilha. Ambos são submetidos à tortura e fornecem informações que permitem ao regime localizar os revolucionários.
Mario Monje, Secretário-Geral do Partido Comunista da Bolívia, em vez de dar à tropa a ajuda logística e humana prevista, abandona Che e os guerrilheiros à própria sorte.
Che, longe de se dar por vencido,  lança sua famosa ‘Mensagem aos Povos do Mundo’ e chama os revolucionários a ‘criarem dois, três, muitos Vietnãs’.
Em agosto de 1967, o exército aniquila a coluna n°2, e Che fica só com duas dezenas de combatentes à frente da coluna n°1.
No dia 8 de outubro de 1967, o exército surpreende a tropa na Quebrada del Churo. Para permitir que os feridos escapem, Che decide enfrentar o exército com os poucos homens válidos. Depois de várias horas de combate, Guevara, ferido em uma perna, é capturado e levado a uma escola em La Higuera. Somente cinco guerrilheiros sobreviveriam e conseguiriam se refugiar no Chile.
No dia 9 de outubro, o ditador Barrientos, seguindo as ordens da CIA, ordena a execução de Che. O coronel boliviano Miguel Ayoroa, que participou da captura de Che, dá seu testemunho: “Um dos homens da CIA era Félix Rodríguez, um cubano exilado. ’Você sabe quem eu sou?’. Che o olhou com asco e respondeu. ‘Sim, um traidor’, e cuspiu na cara dele.

Em 1997, os restos de Che e de seus companheiros de luta são levados para Cuba, onde descansam no Memorial Ernesto Guevara, na cidade de Santa Clara.
Dotado de grande inteligência, Guevara deixou muitos escritos e uma filosofia política chamada guevarismo.

Segundo Fidel Castro, “Che era um homem de pensamento profundo, de inteligência visionária, um homem de profunda cultura. Isto é, reunia em sua pessoa o homem de ideias e o homem de ação. […] O pensamento político e revolucionário de Che terá um valor permanente no processo revolucionário da América Latina.”.
Che fica na memória coletiva dos povos como o defensor dos oprimidos, que se indignou com as injustiças.

O símbolo do desinteresse individual, e o homem que pegou em armas em nome das necessidades superiores dos condenados da terra.

Resumo – resumidíssimo – de artigo de Salim Lamrani, disponível em <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/geral/33342/50+verdades+sobre+ernesto+che+guevara.shtml>
Acesso em: 31 ago 2017.

‘Mensagem aos Povos do Mundo Através da Tricontinental – Ernesto Che Guevara – 1967’.
Lido em inglês, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=58dv3rfNyy8>

Em português, disponível em: <https://www.marxists.org/portugues/guevara/1967/04/tricontinental.htm>
Acessos em: 04 mai 2018.

‘Fidel Castro – carta de despedida de Che Guevara’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1YjWUAGigNY>
Acesso em: 22 fev 2018.

Carta escrita, disponível em: <http://www.marxists.org/portugues/guevara/1965/10/carta.htm>
Acesso em: 21 ago 2017.

‘Che Guevara – Revolução Cubana’.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=O98VUyX6Z_o>
Acesso em: 20 nov 2013.

‘Geraldo Vandré – Che’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6iIdle8Is5c>
Acesso em: 21 ago 2017.

‘Silvio Rodriguez – Cancion del elegido (Che Guevara). wmv’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1TshCQ1RoJg>
Acesso em: 15 fev 2018.

‘Diários de Motocicleta – filme completo (dublado em português)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YK7C9lbxAPE&t=4649s>
Acesso em: 21 ago 2017.

Pauta: Centro Cultural Casa del Che en la Cabaña.
Foi a primeira casa, em La Habana, ocupada por El Che a partir do dia 03 de janeiro de 1959, quando veio de Santa Clara.

O centro cultural – aberto desde 1970 – conserva os aspectos de museu e espaço sociocultural.

Faz parte do complexo de Museus Históricos Militares localiza-se dentro do Parque Histórico Militar, na Rodovia do Cristo, em Casablanca.

A casa pertenceu anteriormente ao chefe de regimento do exército de Batista, Roberto Fernández Miranda.

No escritório foram discutidos e decididos muitos assuntos da Revolução, entre eles a Lei da Reforma Agrária.

Aqui não era a casa familiar do Che, mas sua morada militar. Ele não passou muito tempo aqui, indo, logo, logo, para outras lutas, onde considerava que precisavam mais dele.

Adágio

Che,

Bem sabes que eu sei que não ficarias nesta casa, ocupando-te com trabalho burocrático, por muito tempo, quando toda a América Latina clamava por tua força de guerrilheiro.

O guerrilheiro exuberante que foste, levar-te-ia – quando vivo – a imensos lugares, a imensas lutas.

E, ainda depois de ‘morto’, pessoas de inúmeros países do mundo continuam te levando, e garantindo que nunca morrerás.

Alegro
Na casa encontramos: recepção, escritório de trabalho, exposição fotográfica, quarto do Che, sala de xadrez, sala de exposição sobre o mate, sala de leitura, sala de protocolo, cafeteria, administração, entre outros espaços.

Resumo de texto disponível em: <https://www.ecured.cu/Centro_Cultural:_Casa_del_Che_en_La_Caba%C3%B1a>
Acesso em: 22 fev 2018.

Alegro
Faço fotos com a fachada da casa-museu, na entrada, com obras de arte, com a árvore veterana, e na sala de xadrez.

Espaço
No jogo de xadrez são exercitados: gestão e liderança; objetivos e metas; trabalho em equipe; planejamento estratégico; tomada de decisões; responsabilidade social; evolução das lutas; batalha final.

O jogo de xadrez

Um tabuleiro – o campo de batalha.

De cada lado: oito soldados – a linha de frente – a peãozada.
Dois cavalos – a tecnologia.
Dois bispos – a igreja católica. A promessa do céu, após a morte – dos peões, claro – nas lutas.
Uma rainha – a ser protegida. (Ideia).
Um rei – o detentor do poder. O último que entrega o jogo do poder.
O xeque, uma ameaça – uma chantagem.
O xeque-mate, a vitória na guerra. Uma troca de posição entre os poderosos.

 Nada mis explícito!

7º Movimento
Andante
O estrategista.

Alegro

 El Che

El Che estrategista
me inspira ao silêncio
necessário ao jogo
do jogar político.
Este é El Che
ainda El Che de Alta Gracia
pero,
El Che que silencia
por um rápido instante
meus batimentos cardíacos
pelo sorris
do home
do guerrilheiro
da ideologia
que aqui
nesta casa
planejou os últimos movimentos
de sua vida militar em Cuba
e exercitou
com maestria
seu planejamento a favor
dos camponeses
dos trabalhadores
dos povos deste país
e de todo o mundo.
Sabia, com certeza
que toda a América Latina
ansiava por gritos de liberdade
mesmo que
ainda que
isso lhe tirasse a vida
e tantas outras vidas.

 

A tua vida
causou e causa
aos revolucionários do mundo
suspiros…
suspiros…
suspiros…

‘Discurso del Che Guevara en Santa Clara 1961’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lHGFJ25fVTM>
Acesso em: 22 fev 2018.

‘Victor Jara, Zamba del Che’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gALdDksnxm8>
Acesso em: 28 ago 2017.

‘Entrevista al Comandante Che Guevara, por Lisa Howard de la cadena ABC (47 minutos) – 22 de fevereiro de 1964’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DLBmnFUONzs>
Acesso em: 22 fev 2018.

‘Entrevista de Ernesto Che Guevara a BBC, en 1964’. (Fuente: <http://www.cubadebate.cu/>).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RAguQs1-910>
Acesso em: 22 fev 2018.

‘Che Guevara, discurso en la conferencia de la OEA, Punta del Este,1962’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=impabbwTVSA>
Acesso em: 21 ago 2017.

‘Che Guevara – Discurso (ONU 1964)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tg9t4ZqTw7g>
Acesso em: 21 ago 2017.

Entrevista à filha del Che.

‘Entrevista exclusiva de Aleida Guevara March, hija de Ernesto “Che” Guevara‘.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BI41zH1crA4>
Acesso em: 23 fev 2018.

‘Canciones dedicadas al Che (2 CD’s)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=J_nGIP3OFjQ&t=2122s>
Acesso em: 20 ago 2017.
CD 1
01. Canción del elegido – Silvio Rodríguez; 02. El aparecido – Víctor Jara; 03. Canción fúnebre por Che Guevara; 04. Che Guevara – Nicolás Guillén; 05. Zamba del Che – Víctor Jara; 06. Una canción necesaria; 07. Diciembre 3 y 4 – Noel Nicola; 08. Consternados, rabiosos – Mario Benedetti; 09. Su nombre ardió como un pajar – Patricio Manns; 10. Guitarra en duelo mayor – Angel Parra; 11. Nada más – Atahualpa Yupanqui; 12. Elegía al Che Guevara – Quilapayún; 13. Homenaje – Juvencio del Valle; 14. Carta al Che – Inti Illimani; 15. Che Comandante – Nicolás Guillén; 16. Hombre – Silvio Rodríguez; 17. Carta de despedida del Che – Fidel Castro.

CD2
01. Hasta siempre – Carlos Puebla; 02. Che Guevara – Grupo Alan Mater; 03. Palabras del Che – Che Guevara; 04. América te hablo de Ernesto – Silvio Rodríguez; 05. Si el poeta eres tu – Pablo Milanés; 06. Reportaje al Che (La Habana 1959) – Che Guevara; 07. Andes lo que andes – Sara González; 08. Por los Andes del orbe – Omara Portuondo; 09. Canción al Hombre Nuevo – Nereyda Naranjo; 10. El Hombre Nuevo – César Portillo de la Luz; 11. Un nombre – Carlos Puebla; 12. Palabras del Che 2 – Che Guevara; 13. Canción al guerrillero heroico – Elena Burke; 14. Fusil contra fusil – Silvio Rodríguez; 15. Son los sueños todavía – Santiago Feliú; 16. Palabras del Che 3 – Che Guevara.

8º Movimento
Andante
A volta de Villa Cabaña a La Habana.
Espaço
Na volta, ainda no barco, observo a imensa igreja católica, com a sua cúpula feita de puro ouro!

Quantas vidas dos negros foram sugadas na mineração deste ouro?

La Habana, 04.11.2017 (sábado).
1º Movimento
Andante
Eu e o sol.
Alegro

Acordo cedo. O sol, nesta época do ano, somente acorda às 7:30 da manhã.

O galo também acaba de acordar em pleno centro de La Habana.
E canta.

O sol levanta tarde, tudo bem, mas entre as 11 da manhã e as 5 da tarde, ele arde em fogo.
E arde.
E arde.
E eu, se estiver embaixo dele, de alguma forma desprotegida, também ardo em fogo.
E ardo.
E ardo.

2º Movimento
Andante
Meu ‘aniversário’.
Alegro
Em minha documentação o dia 03.11 seria meu aniversário, e o pessoal da casa me presenteia com um buquê de flores.

Lindeza!
Agora tenho flores no meu quarto.

3º Movimento
Andante
Julio Antonio Mella.
Alguns(as) cubanos e cubanas  relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Julio Antonio Mella.

 Julio Antonio Mella nasceu em La Habana, em 25 de março de 1903. Revolucionário, cofundador do Partido Comunista Cubano, e da Federação dos Estudantes Universitário – FEU.

Ferrenho defensor do pensamento de José Martí, e liderança na Universidad de La Habana, logo entra em contradição com as formas de ensino da universidade, “Uma simples fábrica de títulos”.

E “La universidad moderna debe influir de manera directa en la vida social, debe señalar las rutas del progreso, debe ocasionar por medio de la acción ese progreso entre los individuos, debe por medio de sus profesores arrancar los mistérios de la ciencia y exponerlos al conocimiento de los humanos.”.

Fundador da Liga Anticlerical – 1924 – e a seção cubana da Liga Anti-imperialista de Cuba (inspirada pela Internacional Comunista).

Participa de várias associações.

Em 1924 publicou Cuba, um folheto, onde estão afirmados: “Cuba, un pueblo que nunca ha sido libre”, com subtítulos: ‘El imperialismo yanqui ha sido siempre enemigo de la independencia de Cuba’; ‘La soberanía de Cuba ante el Derecho Político’; ‘La Enmienda Platt’; e ‘Otras manifestaciones del dominio yanqui en Cuba’.

Deixou clara a necessidade da revolução contra o dólar.

Em 1926 o expulsam da Universidade de La Habana, por sua rebeldia e trabalho revolucionário, quando é preso.

O libertam, depois de pressão nacional e internacional, em 23 de dezembro do mesmo ano, quando segue para Honduras.

Julio Antonio Mella se exila na cidade do México, e se vincula ao movimento revolucionário continental e internacionli.

Participa, em Bruxelas, em fevereiro de 1927, do Congresso Mundial contra a Opressão Colonial e o Imperialismo, do qual participam 37 países e 137 organizações progressistas do mund.

Já nessa época a União Pan-americana foi por ele denunciada como instrumento da expansão estadunidense. Participa da Liga dos Camponeses do México, apoia as lutas de libertação da Nicarágua, as lutas na Venezuela.

Afirma que a luta atual – do seu tempo – mais importante, é a luta contra o imperialismo.

Membro do Comitê Central do Partido Comunista do México, trabalha por uma plataforma agrária, pela nacionalização do petróleo e nas greves dos mineiros.

Foi assassinado na cidade do México, em 10 de janeiro de 1929.

As cinzas de Mella foram transladadas para La Habana, em 29 de setembro de 1933.

Partes deste resumo estão disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Julio_Antonio_Mella>
Acesso em: 25 fev 2018.

O assassinato de Julio Antonio Mella é, até hoje, coberto de controvérsias, tais como as de que foi assassinado pelo então ditador cubano Gerardo Machado, a de que foi assassinado a mando da Internacional Comunista – por não concordar com Stalin, e a de que foi um crime passional.

Para os cubanos, a versão aceitável é a morte a mando de Gerardo Machado.

Sobre Julio Antonio Mella:

Julio Antonio Mella, “¡Muero por la Revolución!”’

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=y9RLMBxfZRM>
Acesso em: 25 fev 2018.

‘MicrHomenaje Julio Antonio Mella’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UNbvBn3_NKm>
Acesso em: 25 fev 2018.

‘Julio Antonio Mella’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8HdyuhAsYLY>
Acesso em: 25 fev 2018.

‘¿Quien mató a Julio Antonio Mella?’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=69Lm3ULTgf4>
Acesso em: 25 fev 2018.

4º Movimento
Andante
Mausoléu Julio Antonio Mella.

Pauta: Mausoléu Julio Antonio Mella.
Localizado Próximo à Avenida dos Presidentes, e à escada principal da Universidad de La Habana, no bairro El Vedado, La Habana, Cuba.

As cinzas de Mella foram depositadas no memorial no dia 10 de janeiro de 1976.

O monumento é composto de um monolito de 16m, simbolizando a personalidade de Mella. Foi construído com concreto e cimento branco.

Diversas arestas quebradas – como blocos de cimento e concreto partidos – simulam um terreno acidentado, simbolizam as dificuldades enfrentadas durante as lutas.

O busto de Mella, na foto acima, é obra do escultor Tony López.
Alegro

Chegamos aqui depois de tentarmos subir as escadas da Universid de La Habana, o que não nos foi possível, porque sendo sábado, não é permitida a entrada.

No memorial, sinto a força imensa das lutas pela libertação de Cuba.

As ‘arestas’, para mim, formam o conjunto das pessoas que foram caindo durante as lutas.

É a força do concreto
Imponente.
A singeleza do povo
estudantes
camponeses
mineiros
e todos os trabalhadores
intelectuais
artistas
que caíram, por décadas
um a um
uma a uma
uns a uns
umas a umas
com o objetivo único
de determinar o destino desta nação.
E de outras nações.

Isso é lindo.
Isso basta!

Basta?

 

Adágio
Respiro a necessidade de encontrar ‘os pares’, de buscar conhecer pessoas com ideias e ideais afins.

Assim, e somente assim, poderemos, um dia, minar o sistema capitalista – a tirania do poder econômico – com perspectivas que forcem transformações em favor da preservação dos povos e da Mãe Terra.
Espaço
Este monumento me fortalece.
Faz-me sentir a necessidade de ser dura como a rocha, pero, “sin perder la ternura jamás”.

 5º Movimento
Andante
Universidad de La Habana.

Pauta: Universidad de La Habana.
A Universidad de La Habana foi fundada em 05 de janeiro de 1728, por padres dominicanos, no  Convento de San Juan de Letrán, com o nome de Real y Pontificia Universidad de San Gerónimo de La Habana, sob o Reitorado do padre Tomás Linares del Castillo.

Iniciaram-se os cursos de Arte e Filosofia, Teologia, Cânones, Direito e Medicina.

Em 1950 passa a ser chamada de Real y Literaria Universidad de La Habana, quando são fundados o Museu de História Natural e o Jardim Botánico Nacional.

Nela estudaram inúmeras figuras fundamentais para a história cubana e da humanidade, tais como: Carlos Manuel de Céspedes, Antonio Bachiller y Morales, Felipe Poey, Francisco de Arango y Parreño, José Antonio Echeverría, Julio Antonio Mella, Rubén Martínez Villena, Henrique José Varona, Eduardo Chibás e Fidel Castro Ruiz.

Em 1871, oito estudantes do curso de medicina foram fusilados por um acontecimento historicamente considerado banal.

Após ‘roubarem’ uma flor de uma sepultura, foram envolvidos em acusações e acabaram presos, julgados e fuzilados pelos poderosos da vez.
Estes podem ser considerados (?) os primeiros assassinatos políticos de estudantes da atual Universidad de La Habana.

Os fuzilados:
Alonso Álvarez de la Campa y Gamba (idade: 16 anos); Anacleto Bermúdez y González de Piñera (20 anos); José de Marcos y Medina (20 anos); Ángel Laborde y Perera (17 anos); Juan Pascual Rodríguez y Pérez (21 anos); Carlos Augusto de la Torre y Madrigal (20 anos); Eladio González Toledo (20 anos) e Carlos Verdugo y Martínez (17 anos).

Até hoje os estudantes cubanos rendem homenagens a estes oito fuzilados.

A primeira mulher graduada (Filosofía y Letras) por esta universidade foi a espanhola Mercedes Riba, em 23 de setembro de 1885.

Em 1959, com o sucesso da Revolução Cubana, a Universidade que havia sido fechada três anos antes. é reaberta.
Em 1962 realiza-se a reforma universitária para atender às necessidades da nova Cuba.

Conta com 17 faculdades, 15 centros de pesquisa e 60 mil estudantes, distribuídos em 32 carreiras universitárias.

Site da Universidad de La Habana: <http://www.uh.cu>
Acesso em: 05 mai 2018.

Informações mais completas disponíveis em:
Sobre a Universidade: <https://www.ecured.cu/Universidad_de_La_Habana>

Sobre os oito fuzilados: <http://www.cubadebate.cu/especiales/2011/11/27/el-ejemplo-de-los-ocho-estudiantes-constituye-un-acicate-para-continuar-adelante/#.Wu82sLgh3ow>

Sobre a igreja católica (Ordem de Predicadores): <https://www.ecured.cu/Orden_de_Predicadores>
Acessos em: 05 mai 2018.

6º Movimento
Andante

Fotos com o Estandarte.

Alegro
Faço fotos com o estandarte em espaços desta universidade.

 
7º Movimento
Andante
Fotografo no campus.

Alegro

Faço foto em um dos espaços desta universidade.

8º Movimento
Andante
Meus pés.
Alegro
Finco meus pés neste chão!

7º Movimento
Andante
Visão crítica.
Alegro

10º Movimento
Andante
A ‘FEU’.

Pauta: ‘FEU’.

 Federación Estudiantil Universitaria (FEU).
Perante um modelo universitário inicialmente baseado nos vícios coloniais do poder – religião, racismo e escravidão – estudantes lançam-se na luta por seus direitos, e fundam em 20 de dezembro de 1922, a ‘Federación Estudiantil Universitaria’, com a finalidade de agrupar, representar e lutar pelos direitos dos estudantes universitários cubanos.

A ‘FEU’, cuja fundação foi encabeçada por Julio Antonio Mella, tem como seu presidente de honra José Antonio Echeverria, símbolo das lutas estudantis em Cuba.

É membro da Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes – (OCLAE), e da União Internacional de Estudantes – (UIE).

A ‘FEU’ conta com mais de 110 mil membros.

Informações completas disponíveis em: <https://www.ecured.cu/FEU>
Acesso em: 05 mai 2018.

 11º Movimento
Andante

Tribuna anti-imperialista.

Conceito: Anti-imperialismo.

“Teoria, movimento ou posição que se opõe ao imperialismo.”.(HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 235).

Sobre uma faceta do imperialismo:

‘Juan Villoro – Microscopia Econômica – Homenaje a las Madres de Plaza de Mayo’. (Conexão com a 2ª afinação deste Projeto – Argentina)
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=pvMzWwSfaMc>
Acesso em: 20 abr 2014

Pauta: Tribuna anti-imperialista José Martí.
Inaugurada no dia 03 de abril de 2000, localiza-se ao final do ‘Malecón’, em La Habana.

Mandada constuir por Fidel Castro, com a finalidade de abrigar atividades culturais, reuniões e manifestações do povo cubano, teve seu projeto encabeçado pela engenheira civil Annia Martínez, sob a direção do arquiteto Maikel Menéndez.

A tribuna tem tecnologia moderna de iluminação.

Comporta 10.500 pessoas sentadas, 3.000 de pé e 100.000 nos espaços abertos adjacentes.

Conta com quatro arcos de aço, montados sobre cubos de concreto de 2 metros de altura.
Alegro
Ao chegar neste local, pergunto à assistente, ‘o que é isso?’. Ela responde: ‘A Tribuna Anti-imperialista’!

Um gelo toma minha espinha, pelo ruído que esta palavra causa dentro de meu corpo e mente:

‘AN-TI-IM-PE-RI-A-LIS-TA!’.
Espaço
Piso firme, como desejando deixar a marca de meus pés aqui, bem aqui, neste exato lugar.

Que utopia – ainda – é esta, neste planeta globalizado?

Que possibilidade tenho de deixar – realmente – a marca de meus pés neste lugar?

 Conceito: Utopia.

“Lugar ou estado ideal, de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos; qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade; projeto de natureza irrealizável; quimera, fantasia.”.

(HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2817).

U: não, negação; topia: lugar.

 ‘O que é utopia?’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LuTi16obM-s>

Acesso em: 17 jul 2018.

Eu não definiria a utopia como algo irrealizável. Eu a definirIa como um não lugar, essencial para todas as descobertas e transformações realizadas pelos seres humanos… o que, supostamente, nos diferencia dos outros animais. Um motor, uma ideia. Um horizonte. Porém, quando andamos na sua direção, ele vai sempre estar mais para lá.

Como nos diz Atahualpa Yupanqui, em – Los Hermanos: “Con un horizonte abierto / Que siempre está más allá /  Y esa fuerza pa buscarlo / Con tesón y voluntad / Cuando parece más cerca / Es cuando se aleja más.”.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NvgTCTbIgTA>

Acesso em: 18 jul 2013;

Zeca Afonso, em ‘Grândola Vila Morena’: “Grândola, vila morena / Terra da fraternidade / O povo é quem mais ordena / Dentro de ti, ó cidade.”.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gaLWqy4e7ls>

Acesso em: 20 jul 2018;

Violeta Parra, em ‘Gracias a la vida’:  “O canto de todos, que é meu próprio canto.”.

Que canto é esse?

Que canto seria o de todos?

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=w67-hlaUSIs>

Acesso em: 18 jul 2018;

Geraldo Vandré – ‘Pra não dizer que não falei das flores’: “Caminhando e cantando / E seguindo a canção / Somos todos iguais / Braços dados ou não.”.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=A_2Gtz-zAzM>

Acesso em: 20 jul 2018;

Em ‘Nkosi Sikelel’ iAfrika’, já no título ‘Deus abençoe a África’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NBKjWRjwMkY&start_radio=1&list=RDNBKjWRjwMkY>

Acesso em: 20 jul 2018.

Porém, estamos todos perdidos!? Como observa Mário Benedetti, em ‘Bandoneón’, quando nos fala “deus só toca harpa, e mal.”.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FgpUY9sNiZE>

Acesso em: 20 jul 2018;

A utopia de todo o povo não se mover da luta, podemos ver em Joan Baez, em ‘No nos moverón’: “Unidos na vida / Não nos moverão […] / Como uma árvore / Firme junto ao rio / Não nos moverão.”.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kKopB66ujuQ>

Acesso em: 30 jul 2018;

Na ‘Internacional’: “Sejamos nós que conquistemos / A terra mãe livre e comum!”.

‘A Internacional’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DGIb–joV_w>

Acesso em: 20 jul 2018;

Na mundialmente conhecida ‘Guantanamera’.

“Cultivo uma rosa branca / Em junho como em janeiro / Para o amigo sincero / Que me dá sua mão franca”.

‘Guantanamera Playing For Change Song Around The World’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WkA9b2W-0Fw>

Acesso em: 20 jul 2018.

E, no ultimato da filosofia hippie, com John Lennon em ‘Imagine’:“imagine que não há países.”

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RwUGSYDKUxU>

Acesso em: 18 jul 2018.

Marxismo-Lêninismo e Socialismo Utópico X Socialismo científico:

 
Algumas explicações, nos fornece o professor Marcos Melo:

“MarxismoLêninismo:

As ideias defendidas por Lênin podem ser consideradas uma leitura das teses desenvolvidas por Karl Marx e Friedrich Engels.

Em suas teses, Marx concluiu que o capitalismo entraria em colapso em função das próprias contradições do sistema, e por meio de uma revolução promovida pelo proletariado, portanto, a primeira revolução socialista deveria ocorrer num país de capitalismo avançado.

No início do século XX, a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), tornou as situação  dos trabalhadores insustentável, criando condições para uma oportunidade revolucionária no país.

Na época, a Rússia era um dos países mais atrasados da Europa no início do século XX. Portanto, segundo as teses marxistas, seria impossível uma revolução de cunho socialista num país atrasado e com uma classe operária pequena.

Lênin considerou que Marx e Engels, por terem vivido no século XIX, não viveram a fase do IMPERIALISMO (que apenas se consolidou no século XX). Segundo o ativista e intelectual russo, o imperialismo teria permitido, entre outras coisas, que a burguesia dos países desenvolvidos atendessem a algumas reivindicações dos trabalhadores, como as leis trabalhistas. Isso teria arrefecido a luta de classes e a possibilidade de uma revolução proletária de cunho socialista.

Portanto, se as condições de uma revolução de cunho socialista se apresentavam, ela deveria ser efetivada imediatamente. Isso implicava em contar também com a participação camponesa.

Essas ideias contrariavam, em parte, as teorias marxistas. Isso gerou, entre outros fatores, uma cisão no Partido Operário Social Democrata Russo, resultando na formação dos Bolcheviques (liderados por Lênin) e dos Mencheviques.

Os primeiros defendiam a revolução socialista imediata, enquanto os segundos defendiam uma tese mais ‘etapista’, ou seja, defendiam primeiro a consolidação do capitalismo para, apenas depois, promover a revolução socialista.

Durante o processo revolucionário as teses bolcheviques acabaram prevalecendo.

Socialismo utópico e socialismo cientifico:

Diante da extrema exploração sofrida pelos trabalhadores entre os séculos XVIII e XIX, diversas teorias surgiram denunciando essa exploração e até propondo uma sociedade mais justa e igualitária.

Didaticamente é feita uma divisão entre ‘socialistas utópicos’ e ‘socialistas científicos’.

Os socialistas utópicos (Robert Owen, Saint Simon, Charles Fourier, Louis Blanc, entre outros) no seu conjunto, defendiam uma sociedade mais justa e igualitária, mas não defendiam a abolição da propriedade privada. Não viam no proletariado a verdadeira força para as transformações que defendiam, imaginavam uma transformação pacífica e aceita pela burguesia (e não a destruição dela). Idealizavam uma sociedade mais justa, mas não apontavam os meios para isso.

O socialismo científico – Marx e Engels se diferenciavam desses grupos por fazerem uma análise minuciosa do capitalismo, apontando as contradições que resultariam no seu colapso. Além disso, Marx e Engels entendiam que apenas por meio de uma revolução e conduzida pelos trabalhadores (luta de classes) a destruição do capitalismo seria plena.

A partir do desenvolvimento desses conceitos e formas de análise como: ‘luta de classes’, ‘mais valia’, ‘materialismo histórico’, o marxismo passou a ser conhecido como Socialismo Científico – se contrapondo aos seus antecessores que passaram a ser denominados de ‘Socialistas Utópicos’.”.
Adágio
Voltando à Tribuna:

O furacão Irma, com ventos de até 250Km/h, no dia 09 de setembro de 2017, arrasou o litoral de La Habana, e destruiu parcialmente a Tribuna Anti-imperialista.

 12º Movimento
Andante
Monte de Las Banderas ou Plaza de Las Banderas.

 Pauta: Monte de Las Banderas.
O Monte de Las Banderas faz parte da tribuna anti-imperialista.

Localizado no final do ‘Malecón’, em frente ao edifício onde funciona a representação dos EUA, em La Habana.

Composto de 138 bandeiras pretas com uma estrela branca, significando o luto e o sofrimento causados ao povo cubano pelos governos norte-americanos.

Em algumas ocasiões são erguidas bandeiras cubanas, “Dignas em frente aos olhos do império”.

Foi construído no governo de Fidel Castro, para fazer frente à soberba do Império-Norte.

Inaugurado em 06 de fevereiro de 2006, homenageia mais de 3.400 caídos nos ataques terroristas contra Cuba, e também recorda o 10 de outubro de 1868, quando, guiados por Carlos Manuel de Céspedes – o Pai da Pátria – foi decidido combater com armas nas mãos pela independência de Cuba.

O número de bandeiras equivale aos anos de luta, ininterrupta, entre este fato e a inauguração do monumento – 1868 + 138 = 2006.

Como disse Hassan Pérez Casabona, no ato inaugural: “[…] No serán arriadas, no se plegarán, permanecerán señeras, altivas, vigilantes. Como centinelas insomnes de la Patria en amaneceres y crepúsculos, resistirán hermosas y puras vendavales y tempestades y podrán divisarse como las más bellas que existen en el llano, en el mar y en la cumbre.”.

Artigo completo disponível em: <https://www.ecured.cu/Monte_de_Las_Banderas>
Acesso em: 26 fev 2018.

Alegro
Depois de ver a Tribuna Anti-imperialista praticamente destruída pelo furacão Irma, encontramos somente os mastros, e os resquícios do que aqui estava antes do furacão. De toda maneira, é lindo!

 

Vejo os mastros
imagino as bandeiras
pretas em dias normais
tricolores em dias de festejos.
Pero,
vejo o que não quero ver

ao fundo
a representação ‘diplomática’
do Império-Norte
outro furacão
este, fincado em solo cubano
que rosna nas entranhas
de sua fachada estética

DESNECESSÁRIA…

Espaço
Que lugar é este que não está em nenhum lugar?

Mejor,

que lugar é este que está por toda parte?
Há um lugar?
Há um não-lugar?

13º Movimento

Andante
Parque de Los Martires Universitários.

 Pauta: Parque de Los Martires Universitários.

O parque localiza-se próximo à Universidad de La Habana, Rua Infanta com San Lázaro. Homenageia os estudantes universitários caídos nas lutas contra o regime ditatorial de Fulgencio Batista.
Alegro
Damarys Benavides lê o texto que encontra-se na praça:


 

La Habana, 05.11.2017 (domingo)
1º Movimento
Andante
La Habana Vieja.
Alegro
Fiz um passeio turístico pela Habana Vieja, com dois novos amigos brasileiros.

É surpreendente o luxo de alguns hotéis desta cidade, que está ‘tomada’ por turistas de inúmeros países…

cada hora a gente ouve uma língua diferente sendo falada nas ruas.
Adágio
Eu me pergunto o que buscam estes turistas – se o mesmo olhar que buscavam: o exótico – e se encontram o que aqui buscam.

A maioria dos turistas trabalhou ou trabalham para adquirir o direito ao lazer, e carregam “uma cultura que está para o lazer e a diversão e que jamais concebera o lazer e a diversão para a cultura.”, citando o professor Raphael Silva Fagundes, quando fala da cultura – referindo-se à classe média brasileira, mas que posso aplicar aqui referindo-me ao turismo ao redor do mundo.

 

( Movimento
Andante
Os cinco presos em Miami.
Alegro
Em nossa caminhada, passamos pelo Museo de Historia de las Telecomunicaciones.

No hall de entrada, encontramos um mural com foto dos ‘Cinco de Miami’, dos quais falarei mais tarde neste projeto.

Informações sobre o museu disponíveis em: <https://historiatelefonia.com/2017/01/01/visitamos-el-museo-de-historia-de-las-telecomunicaciones-en-la-habana/>
Acesso: 27 fev 2018.

Alegro
Logo do outro lado deste museu encontramos o prédio da Bacardi… o produto cubano que mais chegou para nós no Brasil.

 

 

3º Movimento
Andante
Alguns(as) cubanos e cubanas relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Leonardo Padura.
Leonardo Padura nasceu em 09 de outubro de 1955, em La Habana, Cuba.

Jornalista e ensaísta, também naturalizado espanhol. È conceituado internacionalmente por sua produção literária, que está traduzida para mais de dez idiomas.

Licenciou-se em Línguas e Literatura Hispanicas, em 1980.

Em 2012, recebeu o Premio Nacional de Literatura, do Ministério da Cultura de Cuba, e em 2015, na Espanha, recebeu o Premio Princesa de Asturias de las Letras.

Informações mais completas, disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Leonardo_Padura>

Acesso em: 27 ago 2017.

Para conhecer Leonardo Padura, melhor em sua própria voz:

‘Estados de Exceção – Leonardo Padura e Martín Kohan na Paulicéia Literária’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NpU83F1fkok&t=1s>
Acesso em: 27 ago 2017.

‘Entrevista com Leonardo Padura – Observatório da Imprensa’.
Disponivel em: <https://www.youtube.com/watch?v=zjmhZ3dz2uQ&t=1s>
Acesso em: 27 ago 2017.

‘Roda Viva Internacional – Leonardo Padura – 16/07/2015’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=InSnxIIUjHE>
Acesso em: 27 ago 2017.

Entrevista impressa: ‘Leonardo Padura: Cuba não é o paraíso nem o inferno’.
Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/cultura/leonardo-padura-465.html>
Acesso em: 31 jul 2016.

Sobre a obra ‘O homem que amava os cachorros’, que trata do assassinato de León Trotsky: ‘SPPA – Café Literário da Psicanalítica – O Homem que amava os cachorros de Leonardo Padura’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=x64669O9qYQ>
Acesso em: 27 ago 2016.

4º Movimento
Andante
Algumas canções.
Alegro
‘Víctor Jara – A Cuba’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XGXk0iPxvAI>
Acesso em: 30 ago 2017.

‘Casualmente. La canción de Chico Buarque a La Habana’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XEEDzAF5goU’>
Acesso em: 15 mai 2018.

 

La Habana, 06.11.2017 (2ª feira)
1º Movimento
Andante
Segunda vista do Capitólio.
Alegro
Apesar de ventos fortes, que não me dão trégua, faço fotos do Estandarte com o Capitólio – de onde somente posso ver uma parte, por causa de obras de restauração.

 

2º Movimento
Andante
Visita à Plaza de La Revolución.

 Pauta: Plaza de La Revolución José Martí.
A ideia inicial da praça, surgida no início da década de 1940, foi erguer um monumento a José Martí, projeto que somente foi concretizado em 1952, quando do centenário do seu nascimento, com o nome de ‘Plaza Civica’.

Após a Revolução, passa a ser nominada de ‘Plaza de La Revolución José Martí’.

Atualmente, fazem parte do conjunto monumental da praça, o Memorial José Martí, o Edifício Sede do Partido Comunista Cubano, o Mural a Che Guevara e o Mural a Camilo Cienfuegos.

Cenário de muitas doa principais comemorações da Revolução Cubana, entre elas: atos internacionais e de solidariedade aos povos irmãos; aniversário da tomada ao Quartel Moncada; aniversário do triunfo da Revolução; assembleias gerais do povo cubano; marchas do povo combatente; desfiles de trabalhadores, militares e estudantes.

Uma cronologia completa dos acontecimentos mais importantes aqui realizados, está disponível em: <https://www.ecured.cu/Plaza_de_la_Revoluci%C3%B3n_Jos%C3%A9_Mart%C3%AD>
Acesso em: 27 fev 2018.

Alegro
Chegamos à praça, com dúvidas se poderíamos, ou não, montar o Estandarte para fazer as fotos, considerando que esta é uma zona militar.

Montamos o Estandarte e ficamos muito à vontade.

Faço fotos do Estandarte com o Mural ao Che, com o Mural a Camilo Cienfuegos, e no Memorial José Martí.¨¨

 

Pauta: Camilo Cienfuegos.

“Tan altos y firmes como la Sierra Maestra son hoy la vergüenza, la dignidad y el valor del pueblo de Cuba […]”. (Camilo Cienfuegos).

Camilo Cienfuegos Gorriarán nasceu em La Habana, em 6 de fevereiro de 1932.

Aos 21 anos, foi fichado e se viu obrigado a deixar Cuba. Exilado em Nova York, trabalhou como camareiro, pintor e alfaiate.

Deportado no ano seguinte por participar de manifestações, foi para o México, e depois volta para Cuba.

Em 1956, o prendem novamente. Voltou aos Estados Unidos e se aproximou do Movimento 26 de Julho.

Um dos principais líderes nas lutas revolucionárais contra a ditadura de Fulgencio Batista, ao lado de Fidel Castro, Che Guevara, Raúl Castro e Vilma Espín, entre muitos outros.

Após o início da Revolução, Camilo foi nomeado ‘Jefe de todas las Fuerzas Armadas’ em La Habana, e ‘Jefe de Estado Mayor del Ejército Rebelde’.

Cienfuegos foi o primeiro comandante do Exército Rebelde a entrar na capital e o responsável pela tomada do Regimento Columbia, um dos maiores símbolos da força militar do ditador Fulgencio Batista.

Rapidamente, Cienfuegos tornou-se um dos mártires da revolução.

O livro Guerra de Guerrilhas, de Che Guevara, é dedicado a Camilo Cienfuegos.

Morreu em acidente aéreo, em Cuba, em 28 de outubro de 1959 – em um bimotor Cessna 310, que viajava da província de Camagüey até La Habana. Nem o avião, nem Camilo, nem os outros dois passageiros – o piloto Luciano Fariñas e o soldado Félix Rodrigues – foram encontrados.

Mais informações disponíveis em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Camilo_Cienfuegos>
Aceso em: 27.02.2017.

e em: <http://redelatinamerica.cartacapital.com.br/954/>
Acessos em: 20 ago 2017.

‘El Che habla de Camilo’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=25A6AfUYwtA>
Acesso em: 14 ago 2017.

‘Fragmento de una entrevista realizada al querido Comandante Camilo Cienfuegos’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=O9mP9UBh_zc>
Acesso em: 14 set 2017.

‘Entrevista al Comandante Camilo Cienfuetos Gorriaran, por Gerardo Unzueta’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9PT4AhesMUA>
Acesso em: 05 mai 2018.

‘Conversando con Hubert Matos – Sobre Camilo Cienfuegos’.
Parte 1/4
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LCf995hf1Ck>
Parte 2/4
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8-2FQebJuZc>
Parte 3/4
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2m5UqIteQI0&t=81s>
Parte 4/4
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UIwwde9DFZY>
Acessos em: 13 set 2017.

‘Erase una vez un Comandante – Retrato de Camilo Cienfuegos’.
Parte 1/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=J48hN6ASPFs>
Parte 2/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bmkXgxTWTek>
Parte 3/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=48mDlsObrKm>
Acessos em: 14 set 2017.

‘Canto a Camilo – Carlos Puebla’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wIRZlgGsURg>
Acesso em: 05 mai 2018.

 

 

Alegro
Detalho meu olhar no mural ao Che.

 

2º Movimento
Andante
Memorial José Martí.

 

 Pauta: Memorial José Martí.

Localiza-se na praça da Revolução.

Compõe-se de uma coluna de 112,75 metros, até a torre a 141,99 metros, até as hastes dos faróis de iluminação e das bandeiras, o memorial constitui o ponto mais alto da cidade de La Habana.

 

 

Na base da coluna se encontra o memorial, onde podem ser lidos 79 pensamentos martianos, grafados em dourado, distribuídos em cinco salas de exposições.

 

No piso da torre, há informações sobre as distâncias do monumento até as capitais de 43 países.

O mais marcante neste monumento é a estátua de José Martí, formada de 52 blocos de mármore, com altura de 18 metros.
Alegro
As fotos ao pé da figura de José Martí reverenciam este grande homem, e sua importância para a América Latina.

3º Movimento
Andante
‘O barco à vela’.
Espaço
O estandarte funciona como uma vela de barco! Que trabalheira beixá-lo parado!

 

 4º Movimento
Andante
Mirador.
Alegro
Do mirador – na torre do memorial – faço algumas fotos da cidade de La Habana.

 

La Habana, 07.11.2017 (3ª feira)
1º Movimento
Andante
Alguns(as) cubanos e cubanas relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Dulce Maria Loynáz.

 

Dulce María Loynaz nasceu em La Habana, em 10 de dezembro de 1902, e faleceu na mesma cidade, em 27 de abril de 1997.

Poetisa e novelista. Começa a publicar sua poesia em vários periódicos de La Habana, aos 16 anos, em 1919.

Forma-se em Direito Civil em 1927, e exerce a profissão de advogada até o ano de 1961, dedicando-se paralelamente à literatura.

Na década de 1930, sua casa de La Habana começa a se transformar em centro da vida cultural da cidade, com as ‘juevinas’ com diversos intelectuais e artistas, tais como: Federico García Lorca, Juan Ramón Jiménez, Gabriela Mistral e Alejo Carpentier.

Em 1951 é eleita membro da Academia Nacional de Artes y Letras de Cuba e, no mesmo ano nomeada filha adotiva de Puerto de la Cruz (Canárias).

Ingressa na Academia Cubana de la Lengua em 1959 e, nove anos mais tarde na Real Academia Española.
Em 1992 recebe o Premio Miguel de Cervantes. No ano seguinte recebe a Orden Isabel La Católica e o Premio Federico García Lorca.

Sua última aparição pública aconteceu em abril de 1997, quando a Embaixada da Espanha em Cuba lhe homenageia, em sua casa.

Sua obra, parte da poesia intimista, já foi traduzida para o francês, italiano, inglês, sérvio, norueguês, entre outras línguas.

Biografia mais completa disponível em: <http://www.cervantes.es/bibliotecas_documentacion_espanol/biografias/tunez_dulce_maria_loynaz.htm>
Acesso em: 24 ago 2017.

‘Dulce Maria Loynaz’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DrG-yoGud54>
Acesso em: 24 ago 2017.

Segundo suas palavras:
“Em minha casa sempre houve paixão pela liberdade.”.

‘Con Acento Cubano – Para no olvidar – Dulce María Loinaz’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LcIa9lRcabM>
Acesso em: 28 fev 2018.

‘Reflexiones de Dulce María Loynaz’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=pwcWYVrteqk>
Acesso em: 24 ago 2017.

2º Movimento
Andante
Visita ao Centro de Estudos Ernesto Che Guevara.

 Pauta: Centro de Estudos Ernesto Che Guevara.
Localizado na Rua 47, número 772, Plaza de la Revolución, em La Habana.

Fundado em outubro de 1983, se encarrega de promover estudo e conhecimento do legado ético, político, teórico e prático do Che Guevara, para as gerações atuais e futuras, buscando promover a emancipação humana.

O trabalho encontra grande expressão com publicações, pesquisas, realização de oficinas (computação, cerâmica e fotografia) e exposições.

O centro conta com documentos, livros, fotografias, e pesquisas já realizadas sobre ideário e ações revolucionárias.

Dirigido pela viúva de Che, Aleida March, o centro está na última casa em que El Che viveu com sua família.

Do Centro, também faz parte um edifício novo, usado para as atividades de grandes grupos.

Conta com salas de leitura, de projeções, de exposições, e de conferências.

As publicações dos resultados dos trabalhos científicos acontecem através do ‘Proyecto Editorial Centro de Estudios – Ocean Press’.

Algumas publicações do Centro: ‘Marx y Engels. Una síntesis biográfica’; ‘Che desde la memoria’; ‘Revista Contexto Latinoamericano No. 5’; ‘Apuntes críticos a la economía política’; ‘Diario del Che en Bolivia’; ‘América Latina. Despertar de un continente’; ‘El Gran Debate’; ‘El Socialismo y el hombre en Cuba’; ‘Punta del Este. Proyecto alternativo de desarrollo para América Latina’; La Guerra de guerrillas’; ‘Justicia Global. Liberación y socialismo’; ‘Pasajes de la guerra revolucionaria’; ‘Notas de Viaje’; ‘Otra Vez’; ‘Che Guevara Presente. Una antología mínima’.
Disponível em: <https://www.ecured.cu/Centro_de_Estudios_Che_Guevara>
Acesso em: 28 ago 2016.

Adágio
Chegamos primeiro ao grande edifício, que fica logo em frente à última casa Del Che.

Esta parte do Centro somente abre em momentos de realização de atividades.
Alegro
Faço fotos do Estandarte em frente ao edifício.
Espaço
Sinto-me pequena… quase como se nada o que fizer na minha vida terá a importância que teve este homem! Mas isso não importa. Cada um participa na vida com o que constrói ao seu redor.
3º Movimento
Andante
A casa Del Che.

 

Alegro
Aqui somos recebidas carinhosamente.

Faço fotos com o Estandarte na mesma janela onde el Che e sua família foram fotografados pela última vez.
Espaço
Estas duas fotos juntas fazem uma analogia ao quanto eu também sou cria deste grande ser humano.

A primeira foto foi feita por mim em Alta Gracia, Argentina, no Museu Casa Che Guevara. A segunda, aqui na janela onde ele foi fotografado, pela última vez, com sua família.
Alegro
No jardim, uma placa com a imagem de José Martí demonstra alguns pensamentos que inspiraram as lutas da América Latina.
Adágio
Sinto uma paz nostálgica que necessito trabalhar.

Buscar a história como conhecimento possibilitador de ações inovadoras para o ser humano e trabalhar essas experiências correlacionadas com minha própria história.
Alegro
Este é mais um capítulo de minha história relacionada às experiências com a vida e a obra del Che.

Uma luz que ilumina
e não se apagará jamais
nessa profunda escuridão
ao nosso redor
produzida pelo capitalismo inescrupuloso
que nos abarca
como massa manobrada
pelo dinheiro
sem nos possibilitar
novas palavras
e um possível dicionário
das solidariedades
e das alegrias.

4º Movimento
Andante
Aleida March.

Alguns(as) cubanos e cubanas relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Aleida March.

 

Nascida em Santa Clara, em 19 de outubro de 1936.
Combatente do Movimento ‘26 de Julio’ a partir de 1956, entrando depois para a clandestinidade, e mais tarde, para a guerrilha – 1958 – quando ajudava, inseparavelmente, o comandante Che Guevara.

Com a queda de Batista, Che se divorcia e casa-se com Aleida, em La Habana, no dia 02 de junho de 1959.

Tiveram quatro filhos: Aleida Guevara March – 17 de novembro de 1960; Camilo Guevara March – 20 de maio de 1962; Celia Guevara March – 14 de junho de 1963; Ernesto Guevara March – 24 de fevereiro de 1965.

A ‘Mi única’ del Che, foi por ele amada e protegida.

Em seu livro ‘Evocaciones’ Aleida narra sua vida com el Che, o argentino-cubano, um dos mais famosos seres da história humana.

Atualmente Aleida dirige o Centro de Estudos Ernesto Che Guevara, em La Habana.

Mais informações, disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Aleida_March>
Acesso em: 28 ago 2017.

Poema dedicado por Ernesto Che Guevara a sua esposa Aleida March, antes de sua partida para Bolivia:

“Mi única en el mundo

A hurtadillas extraje de la alacena de Hickmet
este solo verso enamorado,
para dejarte la exacta dimensión de mi cariño.
No obstante,
en el laberinto más hondo del caracol taciturno
se unen y repelen los polos de mi espíritu:
tú y todos.

Los todos me exigen la entrega total,
¡que mi sola sombra oscurezca el camino!
Mas, sin burlar las normas del amor sublimado
Le guardo escondida en mi alforja de viaje.
(Te llevo en mi alforja de viajero insaciable
como al pan nuestro de todos los días).

Salgo a edificar las primaveras de sangre y argamasa
y dejo en el hueco de mi ausencia,
este beso sin domicilio conocido.
Pero no me anunciaron la plaza reservada
en el desfile triunfal de la victoria
y el sendero que conduce a mi camino
está nimbado de sombras agoreras.

Si me destinan al oscuro sitial de los cimientos,
guárdalo en el archivo nebuloso del recuerdo;
úsalo en noches de lágrimas y sueños…
Adiós, mi única,
no tiembles ante el hambre de los lobos
ni en el frío estepario de la ausencia;
del lado del corazón te llevo
y juntos seguiremos hasta que la ruta se esfume…”.
Disponível em: <http://instituciones.sld.cu/facultadfinlayalbarran/ernesto-che-guevarra-de-la-serna/poema-dedicado-a-su-esposa/>
Acesso em: 05 mai 2018.

5º Movimento
Andante
Esquina da Rua 23 com a 12.

 

Alegro
No edifício desta esquina aconteceu a reunião de onde alguns revolucionários saíram para a tomada do Palácio Presidencial, em 13 de março de 1957.
6º Movimento
Andante
Cemitério de Colón.

Alegro
Este cemitério apresenta uma predominância de tumbas – monumentos mortuários feitos em mármore – vindo da Isla de La Juventud.
Alegro
Este é um ponto turístico da cidade por causa da monumentalidade de alguns túmulos.

Entre as pessoas famosas, enterradas no Cemitério Colón, encontramos: Beatriz Allende (1943-1977), socialista e revolucionária chilena; Santiago Álvarez (1919-1998), cineasta; Beatriz Azurduy Palacios (1952-2003), cineasta; José Raúl Capablanca (1888-1942), campeão mundial de xadrez; Alejo Carpentier (1904-1980), escritor e musicologista; Nicolás Guillén (1902-1989), poeta; Tomás Gutiérrez Alea (1928-1996), cineasta; Alberto Korda (1928-2001), fotógrafo; Dulce María Loynaz (1902-1997), poeta e novelista; Chano Pozo (1915-1948), músico pioneiro do jazz afro-cubano.
Espaço
Aqui buscamos, sem nenhum sucesso, visitar o memorial aos mortos da Guerra de Angola – os cubanos que lá morreram na luta contra a colonização portuguesa. Encontramos o ‘Pantheon de los Veteranos y Caidos por la Defensa’.

Porém,

HAY PERIMETRO.

 Conceito: Perímetro

Sendo um organismo de governo, eu, como estrangeira, não posso entrar… nem pelo menos fazer uma foto, mesmo que a partir da porta de entrada.

Bem,

Primeiro esperamos a senhora que abre o monumento. Ela encontrava-se em horário de almoço. Sentamos e esperamos uma meia hora.
Espaço
Ao chegar, a funcionária, fria, distante, não nos oferta nada de sua possível simpatia.

A mulher de mármore

 

A mulher
fria como o mármore
não tem um nome
como os têm
cada um dos heróis
das lutas lutadas
por liberdades
dos povos do mundo.

Ela desceu
em vida
à catacumba
a passos lentos
e lá embaixo
pretende permanecer
imóvel
muda
mais muda e imóvel
que os heróis mortos
que gritam
aos meus ouvidos
e clamam
por novos heróis
vivos
que resgatem no ser humano
o sentido de humanidade.
A mulher de mármore
está mesmo morta
mortíssima!

Porém
ainda assim
vive neste poema.

7º Movimento
Andante
Visita à ‘UNEAC’.
Pauta: Unión de Escritores Y Artistas de Cuba – (UNEAC).
Localização: Rua 17, esquina com H.

Fundada em 22 de agosto de 1961.

O processo de fundação, encabeçado pelo poeta cubano Nicolás Guillén, objetivou a preservação do projeto de justiça social e independência nacional. Guillén manteve-se na direção da organização durante 25 anos.

Participaram da fundação, entre muitos outros: Roberto Fernández Retamar (poeta, ensaísta e promotor cultural); Lisandro Otero (novelista, diplomata e jornalista); José Lezama Lima (escritor e advogado); Argeliers León (músico); Juan Blanco (músico); Pablo Armando Fernández (escritor); José A. Baragaño (escritor); Alejo Carpentier (escritor); Harold Gramatges (compositor, diretor, pianista, professor); Fayad Jamís (diplomata); Luis Martínez Pedro (artista plástico).

Tornaram a ‘UNEAC’ um espaço de convergência da intelectualidade cubana.

A ‘UNEAC’ tem personalidade jurídica e plena capacidade legal, e finalidade sociocultural. Participa do Conselho Consultivo II, do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas.

Informações completas disponíveis em: <https://www.ecured.cu/UNEAC>

Acesso em: 30 ago 2017.

Conceito: Arte

“É ter autonomia. Ter um olhar insubordinável da criação, e evitar que o mercado (da arte) mude esse olhar.”. (Roberto Fabelo, artista plástico cubano).

“É fazer algo sem esperar recompensas materiais, com o mesmo espírito despreocupado de uma criança. Isso, todos os grandes artistas têm feito.”. (Pedro Juan Gutiérrez, escritor cubano).

8º Movimento
Andante

 Alguns(as) cubanos e cubanas relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Nicolás Guillén.

 

Nicolás Guillén (Nicolás Cristóbal Guillén Batista), poeta cubano cuja temática gira em torno da exaltação do negro e a situação social.

Nasceu em 10 de julho de 1902, em Camaguey, e faleceu em La Habana, no dia 17 de julho de 1989.

Jornalista, poeta e político. Considerado como Poeta Nacional de Cuba. Esteve exilado, por suas ideias políticas, durante os últimos anos da ditadura de Batista, voltando para seu país em 1959.

Recebeu, em 1981, a condecoração Ordem José Martí.

Sua obra vem sendo reconhecida por incorporar a plenitude do espírito de luta dos seres humanos, e sua esperança de conquistar uma sociedade melhor.

Entre suas obras, podemos encontrar: Motivos de son, Elegía a Jesús Menéndez, Sóngoro Cosongo, e El son entero.

Por sua obra, recebeu vários prêmios.

Em setembro de 1920, obteve o título de bacharel e vai estudar Direito na Universidad de La Habana, curso que não conseguiu concluir por problemas financeiros.

Em 1926 volta para La Habana, conhece Federico García Lorca. Tem contato com o ambiente de protestos, em todo o país, e participa do grupo literário Minorista, formado por jovens intelectuais de esquerda.

Conhece o poeta negro norte-americano Langston Hughes, cuja amizade e influência seriam fundamentais para Guillén. Retrata, pela primeira vez, o povo negro de Cuba, seu vocabulário peculiar e seus costumes, discriminados e ilhados peoas classes burguesas do país.

Em 1934 Guillén publica ‘West Indies Ltd.’, livro que ironicamente evoca as companhias transnacionais americanas, denuncia a exploração sofrida pelo arquipélago nas mãos do imperialismo dos EUA, e a exploração continental.

Em 1935 se vincula ao esquerdismo cubano, e faz parte do corpo editorial da revisra ‘Resumen’, órgão do Partido Comunista Cubano.

‘Esperanza’ (Nicolás Guillén) – fragmento.

“Yo, / hijo de América, / hijo de ti y de África, / esclavo ayer de mayorales blancos dueños de látigos coléricos; / hoy esclavo de rojos yanquis azucareros y voraces; / yo chapoteando en la oscura sangre en que se mojan mis Antillas; / ahogado en el humo agriverde de los cañaverales; / sepultado en el fango de todas las cárceles; / cercado día y noche por insaciables bayonetas; perdido en las florestas ululantes de las islas crucificadas del Trópico; / yo hijo de América, / corro hacia ti, muero por ti.”.

Nas décadas de 1940 e 1950, desenvolve intensa atividade política e cultural. Participa da Frente Nacional Antifascista, organismo de apoio aos soldados da Rússia durante a II Guerra Mundial.

Em 1945 vai à Venezuela, e daí inicia um giro – que durará três anos – por vários países: Colômbia, Peru, Chile, Brasil, Uruguai e Argentina.

No Brasil, visita o Rio de Janeiro e São Paulo, onde recebe homenagens da Academia Brasileira de Letras e da Sociedade Brasileira de Escritores. Visita Belo Horizonte, Sabará e Ouro Preto.

Passa quase seis anos exilado, fora de cuba, com peregrinação em vários países da Europa, voltando a Cuba depois do sucesso da Revolução.

A partir de 1962, dedica-se à recém-criada ‘UNEAC’.

Biografia completa disponível em: <https://www.ecured.cu/Nicol%C3%A1s_Guill%C3%A9n>
Acesso em: 31 ago 2017.

Homenagem de Guillén ao Che: ‘Che comandante, amigo – Nicolás Guillén.wmv’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=rO8dA_VPo0g>
Acesso em: 02 mar 2018.

‘La Muralla – Nicolás Guillén’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ClD9Mj2zyZY>
Acesso em: 31 ago 2017.

‘Pablo Milanés – 1975 – Pablo Milanés canta a Nicolás Guillén’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Mn4SdFEnctY>
Acesso em: 31 ago 2017.

‘Nicolás Guillen – Son entero’ (disco completo).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KO2rjw4qqes>
Acesso em: 31 ago 2017.

9º Movimento
Andante
Palestra na ‘UNEAC’.
Alegro
A conversa comemora os 100 anos da Revolução Russa.
Deixarei para falar neste tema na etapa russa deste projeto.

 

La Habana, 08.11.2017 (4ª feira)
1º Movimento
Andante
Trabalho na ‘APC’.
Alegro
As mulheres que fotografarei aqui estão envolvidas nos processos educacionais de Cuba.

 Pauta: Educação em Cuba.

A educação é considerada, pelos revolucionários cubanos, como um dos principais sucessos da Revolução Cubana.

Em 1953, com uma população de 6,5 milhões de habitantes, Cuba tinha meio milhão de crianças sem escolas e um milhão de analfabetos.

O ensino primário chegava somente à metade da população em idade escolar.

Com a Revolução, criou-se um contingente de mestres voluntários – cerca de 3.000 – que partiram para educar o povo nos lugares mais longínquos do país. Esta Campanha Nacional de Alfabetização, e outros projetos, erradicaram o analfabetismo no país.

Funcionamento da educação em Cuba: Círculos infantis e educação pré-escolar: recebe crianças a partir dos 45 dias de vida, até os 5 anos.Primário: Do primeiro ao quinto ano – Matermática, Espanhol, Informática, O mundo em que vivemos, Educação Física e Educação artística.

No quinto e no sexto anos, são acrescentadas as matérias: inglês, educação cívica, história e geografia de Cuba, ciências naturais e educação para o trabalho.

Secundário: do sétimo ao nono ano.

No sétimo ano, reforçam-se os ensinamentos do primário, e nos dois últimos anos trabalha-se com a preparação para o pré-universitário ou para a profissionalização técnica.

Pré-Universitário: Oferece, em três anos, formação técnica e prepara para a Universidade. Os estudantes, através de provas, e de seus desejos pessoais, são direcionados para as diversas formaçõe.

Ensino técnico: conta com 322 centros politécnicos, 152 escolas de ofícios, com aproximadamente 300.000 alunos (dados de 2008).

Universidade: Cuba tem 47 universidades públicas, espalhadas em várias cidades.

Para informações sobre o ensino universitário em Cuba, veja: <http://www.spainexchange.com/es/estudiar-extranjero/universidades-CU-es-cu.htm>Acesso em: 08 mai 2018.

Educação de adultos: existem três níveis de educação para adultos – a educação operária e camponesa, secundária operária e camponesa, e faculdade operária e camponesa, que buscam melhorar o nível educativo de adultos subescolarizados.

Educação especial: atende as pessoas com necessidades especiais. Existem 421 escolas especiais no país.

Mais informações disponíveis em <https://www.ecured.cu/Educaci%C3%B3n_en_Cuba>
Acesso em: 06 mai 2018.

2º Movimento
Andante
Fotografar e entrevistar Mariela Figueiras Gomez.

A pergunta do projeto ‘O que une sua memória à sua esperança?’, coloca em sintonia mulheres nascidas entre 1950 e 1954.

 Conceito: Memória.

Para Sigmund Freud, ”A maneira como lembramos o passado é através do presente. E nossas memórias do passado estão sempre mudando. Elas não são fixas.”.

Conceito: Esperança.

”À medida que se distancia a potencialidade humana de busca pela liberdade, a qual implicaria no progresso e realização da humanidade, a esperança associa-se à melancólica busca por reaver o que ficou no passado, caracterizando-se predominantemente, nos dias atuais, como esperança de autoconservação e de reposição do que está perdido. […]

Para Ernst Bloch (1959/2005), já no século XX, a esperança não é vista como oposta à razão, mas como afeto expectante que alimenta a transformação do homem através do ‘pensamento engajado’. Ele circunscreve a esperança no campo da consciência utópica e dos sonhos diurnos, considerando-a um princípio que impele o homem a sonhar e agir por um mundo melhor. A esperança se fundamenta na antecipação, na utopia e na práxis, pois, sem o elemento racional e a ação transformadora, a esperança não passa de uma divagação inerte, que nada pode modificar. […]

Atentos aos percalços objetivos e […] subjetivos do caminho, os autores frankfurtianos (entre eles Theodor W. Adorno) entendem que a possibilidade de revolução não está mais atrelada à militância, mas a um redimensionamento da razão e de suas certezas.

Ainda que Theodor Adorno não apresente em seus textos um estudo específico sobre a esperança, toda a sua obra indica a necessidade de que uma transformação ocorra no percurso do esclarecimento, em seu progresso, que se sustenta na dominação da natureza interna e externa aos homens e na falta de contato destes com os objetos. Este movimento do autor carrega consigo algo de esperança e abre, nesse sentido, espaço para que a esperança seja pensada não mais como um elemento transcendente, individualizado ou inerente, mas como algo que deve ser analisado a partir das relações estabelecidas entre indivíduo, sociedade, natureza e cultura.

Mas, afinal, há mesmo esperança a ser tratada? Considerando a renúncia do pensamento que tem se expandido para um cerceamento das emoções e do encantamento da vida – pelo rebaixamento da imaginação e da fantasia – o que é possível dizer sobre a inscrição da esperança em nossos dias?”. (NASCIMENTO, Sandra Maria de Resende. Os Caminhos da Esperança em meio ao progresso do esclarecimento – Os novos filhos de Ítaca. Tese de Mestrado da UFSJ. São João Del Rei, 2012.

Disponível em: <https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/ppgpsi/Publicacoes/Dissertacoes/SANDRA%20FARIA%20DE%20RESENDE%20NASCIMENTO.pdf)>

Acesso em: 02 mai 2018.

“A ação é a mãe da esperança.”. (Pablo Neruda).

Poema: ‘Uma Esperança – Clarice Lispector por Aracy Balabanian’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QK7IYNXj1XQ>

Acesso em: 01 mai 2018.

Alegro

Voltando às fotos das mulheres…

Mariela Figueiras Gomez, já há 41 anos trabalhando na educação. Afirma que, para ela, sua memória se une à sua esperança através do amor, da liberdade, da solidariedade, do patriotismo, da unidade de todos para todos, de um grande sorriso, de uma, de todas as pessoas.
3º Movimento
Andante
Fotografar e entrevistar Xiomara Santos Lago.

Alegro

Xiomara, professora, vem a mim com grande alegria.
Para ela, o que une sua memória à sua esperança são os logros da Revolução Cubana e que os acertos de cada dia sejam sentidos em Cuba, e com a continuidade da Revolução, levando em conta o legado de Fidel Castro.
4º Movimento
Andante
Fotografar e entrevistar Milagros Román Gonzalez.
Alegro
Milagros, membro da ‘APC’, fala como uma cachoeira em época de enchente. Faz questão de dizer que nasceu em Santa Clara. Tem orgulho dos feitos revolucionários de Che, e de seus companheiros de lutas.

Seus olhos se enchem de água potável ao falar do dia em que conheceu Fidel, na escola rural em que ensinava, e que ele apertou sua mão, ao que ela dá imenso valor. Ele lhe perguntou sobre o interesse dos alunos a respeito do que estava sendo ensinado na escola. E lhe perguntou, também, se as crianças gostavam de usar uniforme escolar.

Para ela, sua memória e sua esperança estão ligadas pela fundamentação da educação.

Espera ser capaz de continuar em sua profissão, e que sejam aprofundadas as pesquisas dentro da perspectiva de Paulo Freire, “Ensinar para crescer e transcender”, no que se refere ao ensino das pessoas da 3ª Idade, porque aprendemos enquanto vivemos.

 

5º Movimento
Andante
Noitada cultural – música.
Alegro
Bem pertinho de minha morada há um espaço chamado ‘Galpão’, no qual funciona um bar e palco para apresentações culturais.

Entre os músicos que se apresentam estão dois brasileiros, Pedro Munhoz e Joca Prziczinsky.

 

Pedro se coloca parte da esquerda brasileira, falando contra o golpe ocorrido em 2016, no Brasil, que derrubou a Presidenta democraticamente eleita, Dilma Housseff.

E, com relação à música brasileira, observa que a ‘Bossa Nova’ – a música brasileira mais conhecida internacionalmente – surge como movimento musical da classe média do Rio de Janeiro.
Espaço
Esta é uma noitada da música de protesto da América Latina.

Fico serena. Creio que haverá uma luz ao final deste túnel, desde que tenhamos novas ideias para encontrarmos outras formas do viver para trabalhadores do mundo.

Fragmento de uma das canções de Pedro Munhoz: “Eu não sou um forasteiro / Meu mundo é o mundo inteiro / Meu país é um planeta.”.

Isso faz parte do meu próprio pensamento quando falo: O mundo é minha casa. Meus ancestrais são meu Élan Vital.

‘Canto de todos – Pedro Munhoz – Brasil – Meu País é o Planeta’.
Disponível em: <https:/0/www.youtube.com/watch?v=O6NGIAtrgwY>
Acesso em: 03 mar 2018.

 

La Habana, 09.11.2017 (5ª feira)
1º Movimento
Andante
Busca de comida.
Alegro
É sempre uma tarefa, mental e física, cuidar da alimentação por mais de um mês, em todas as minhas viagens deste projeto.

Comer e ter cuidado com o que como. Comer e estar alimentada e hidratada para o trabalho.
2º Movimento
Andante
Minhas memórias.
Espaço
O que restou dos paralelos, feitos por mim, ao ler sobre Marxismo-Leninismo, há mais de 40 anos?

Que imagens mentais, individuais, intransferíveis criei do que seria um país socialista, e hoje estar aqui, vivenciando a vida do povo da Ilha? Que práticas sociais afetam minha utopia?

Aqui, reativo sentimentos e práticas de alteridade. O orgulho dos logros da Revolução, salta aos meus olhos e ouvidos.

Volver a creer en la lucha!

3º Movimento
Andante
Arte em Cuba.
Alegro
Primeiro um apanhado histórico antes que eu chegue a alguns artistas da atualidade em Cuba.

‘Los pintores cubanos: Dos siglos de pintura cubana’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=aM3bsd1AMuA>
Acesso em: 01 mai 2016.

Documentário de Roberto Cayuso, que repassa a pintura cubana desde o século XVIII até o princípio do XXI, inclusive a obra de artistas plásticos cubanos que vivem na Ilha e também no exterior.

Salienta a emigração ocorrida com a vitória da Revolução, no início dos anos 1960.

Destaco aqui alguns artistas cubanos. Talvez alguns dos mais importantes, mas sobretudo, aqueles sobre os quais encontro, neste momento, informações na rede mundial de computadores e, certamente, alguns que apoiam e outros que questionam a Revolução Cubana.

Wifredo Lam:

‘Ya era otoño en París – Documental dramatizado sobre Wifredo Lam’.
Parte 1/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1Jbl_H5KrcE&t=30s>
Parte 2/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GaUelHn-2Zg>
Parte 3/3
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=yF8f2ODu3zY>
Acessos em: 21 ago 2017.

‘Metrópolis: Wilfredo Lan’. (Sobre exposição no Memorial da América Latina, em São Paulo).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wd0QsGIDvQc>
Acesso em: 03 mar 2018.

Eduardo Roca – ‘Choco’:
‘Visit at Choco workshop with Libia’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tarGsPvUAWs>
Acesso em: 14 mar 2018.

Segundo Choco, “Cuba tem se aprendido.”, e “Cuba para mim é um Oxum.”.

Conceito: Oxum.

“Orixá feminino cuja encarnação no Brasil é a água doce em geral; é dada, em alguns mitos, como filha de Aganju ou de Oxaguiã, e como mulher de Ifá. As diversas qualidades com que surge nos candomblés são uma revivescência dos espíritos (em iorubá, ibu) de sua corte original nela consubstanciados.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001, p. 2097).

‘Art Basel Salon – New Role for Art in Cuba’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MvvNGG9YEsE>
Acesso em: 11 set 2017.

Conversa entre Stéphane Aquin, curador de arte contemporânea no Montreal Museum of Fine Art, Carlos Garaicoa e Glenda León, artistas cubanos. Moderados por Iliana Cepero Amador, historiadora de arte, curadora e professora adjunta da New School and New York University, Nova York.

A conversa começa com a discussão de como a arte cubana funciona, levando em conta que “a arte contemporânea é limitada pela economia.”.

Como se toda a história da arte não o fosse! E a da humanidade? Mas a questão aqui é se a frase se aplica aos artistas cubanos e como eles se movimentam na perspectiva do mundo capitalista.
Espaço
Depois de longas décadas sob uma política de governo que não permitia questionamentos da Revolução Cubana, o que se apresenta hoje são algumas tentativas de abertura do regime, o que pode-se notar em falas de artistas que antes não podiam publicar suas obras, e que hoje já o conseguem e mesmo de alguns artistas famosos, que preferem viver fora da Ilha, e optam por não discutir as necessidades de seu país de permanecer cuidadoso com relação aos interesses do Império-Norte em Cuba, e com a manutenção dos ganhos da Revolução.
Alegro
Várias galerias privadas vêm se estabelecendo em Cuba nos últimos anos, oferecendo novos caminhos para alguns artistas, e trazendo para Cuba arte produzida em outros países.
Adágio
Espero que seja uma via de mão dupla!

Espaço
Discute-se, hoje em dia, a entrada das galerias privadas, e como isto influencia alguns artistas que buscam produzir ‘o que vende’.

Isso deixa a desejar quando pensamos nos processos criativos da arte, um problema para todos os artistas do mundo, não somente para os cubanos.

É preciso salientar que, com a crise dos anos 1990, Cuba necessitou abrir suas portas ao mundo capitalista, gerando novos questionamentos e contradições na sociedade.

O Império-Norte recebe ‘de braços abertos’ os artistas cubanos que tenham propostas de crítica ao sistema cubano, e que queiram deixar Cuba.
Adágio
Situações difíceis de discutir e resolver se apresentam no cenário da Ilha.

O ‘meu sonho de revolução’ está minado por todos os lados.

“Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho”, com diz a canção de Dona Ivone Lara.

Carlos Garaicoa:

‘Entrevista a Carlos Garaicoa’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Zzki0ravRHU>
Acesso em: 14 mar 2018.

Glenda León:
Disponível em: <http://www.glendaleon.com>
Acesso em: 13 ago 2017.

‘Cada respiro II’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=D-7Ut-WcbKk>
Acesso em: 14 mar 2018.

Roberto Fabelo:
‘Entrevista con Roberto Fabelo’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_AAlCWZevX8>
Acesso em: 13 set 2017.

Sandra Ramos:
Site da artista disponível em: <http://www.sandraramosart.com/videos>

Acesso em: 13 set 2017.

Jesús Hdez-Güero:

Site do artista disponível em: <http://jesushdez-guero.wixsite.com/home/dialogo-bilateral-2014-2015>
Acesso em: 14 mar 2018.

‘Dialogos Bilaterales’. (É necessário ver os dois vídeos).
Parte 1/2
Disponível em: <https://vimeo.com/163043268>
Parte 2/2
Disponível em: <https://vimeo.com/163272007>
Acessos em: 14 mar 2018.
Adágio
Não consegui encontrar informações sobre inúmeros artistas cubanos que vivem em Cuba, devido às dificuldades de alguns deles relacionadas ao acesso à rede mundial de computadores, o que vem sendo, progressivamente, melhorado em Cuba.

Artigo da Folha de São Paulo sobre mostra de arte cubana, produzida no século XX.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq3001200610.htm>
Acesso em: 18 nov 2013.

Jorge Obtero:
(Da nova geração de fotógrafos cubanos)

Site do artista disponível em: <http://otero.photos./en/works/>
Acesso em: 21 ago 2017.

Yanahara Mauri:
Trabalhos da artista disponíveis em: <https://www.havanatimes.org/?p=124974>
Acesso em: 13 mai 2018.

Revista cubana de artes visuais, disponível em: <https://artoncuba.com/tag/yanahara-mauri/>
Acesso em: 31 jul 2017.

Pedro Pablo Oliva:
Site do artista disponível em: <https://pedropablooliva.com/>

Acesso em: 20 mai 2018.

‘Utopias y Disidencias’.

Disponível em: <http://pedropablooliva.com/works/utopias-y-disidencias/>
Acesso em: 27 jan 2018.

4º Movimento
Andante
Alguns(as) cubanos e cubanas relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Cándido González Morales.

 

Cándido González Morales nasceu em 06 de janeiro de 1929, em Puerto Padre, cidade da atual província de Las Dunas, Cuba.

Nos anos 1930 muda-se para Camagüey. Desde a adolescência, destaca-se na luta contra as injustiças.

Elegeu-se secretário e depois presidente da Asociación de Alumnos, tornando-se um dos mais importantes dirigentes estudantis nas lutas contra a ditadura de Batista.

Integra-se, em dezembro de 1948, à Juventude Ortodoxa, e apresenta, em 10 de outubro de 1954, no Congresso Provincial da Juventude Ortodoxa, um manifesto, onde se pode ler:

“Ya hoy tenemos un camino, camino que señalaron esos bravos que fueron el 26 de julio de 1953 a entregar sus vidas en holocausto de la Patria, a luchar con armas adquiridas con dinero de la entraña del pueblo cubano. Respaldamos al compañero Fidel Castro, por su valentía y decidida posición revolucionaria, que lo ha convertido en máximo orientador y representante de la juventud cubana.”.

Trabalhou na formação do Movimento 26 de Julho. Foi vítima de perseguições, detenções e ameaças.

Participa, em 1956, da expedição do ‘Granma’.

É assassinado no dia 08 de dezembro de 1956, em Niquero, província de Granma, por soldados da ditadura Batistiana.

El Che fala sobre Cándido González Morales: “Revolucionario sin tacha.”.

Em Camagüey, levam o nome deste revolucionário: o estádio de beisebol; uma escola primária e uma secundária; um instituto politécnico de ciências econômicas; a Escola Provincial do Partido Comunista de Camagüey; um bairro desta cidade e um ‘batey’ açucareiro, em Santa Cruz del Sur.
Disponível em:<https://www.ecured.cu/C%C3%A1ndido_Gonz%C3%A1lez_Morales>
Acesso em: 11 out 2017.

5º Movimento
Andante
Mistério.
Espaço
Para mim, ainda é um grande mistério o funcionamento da economia deste país.

Existe, sem dúvidas, uma classe social – os dirigentes? – alguns que vivem em casas relativamente grandes e que têm carros novos, os quais aqui são muito difíceis de se conseguir. No entanto, eles vivem com simplicidade.

A grande massa da população, também vive com simplicidade e igualdade.

A maioria defende, independentemente da posição em que cada um esteja, a busca por igualdade sociocultural e a desaprovação ao embargo do Império-Norte.

Esses dois itens os unem e os levam a uma coesão invejável.

Em La Habana, falando especificamente desta cidade – como um exemplo plausível aos turistas que visitam a Ilha – podemos observar a Habana Vieja, tombada pela UNESCO como Patrimômio da Humanidade, em 1982.

Na Habana Vieja encontram-se vários hotéis de luxo – do período colonial – galerias, espaços culturais, bares e restaurantes, usados pelos turistas que ‘fervilham’ indo de um lado a outro em ruas estreitas.

Apesar das possíveis contradições, o que acontece nas galerias e espaços culturais tem entrada franca.

No hall dos hotéis de luxo, encontramos inúmeras pessoas usando a internet Wi-Fi, o que é bastante interessante: as pessoas trazem seus computadores ou celulares e sentam ou nas poltronas ou no chão desses lugares de extremo luxo, economicamente inatingíveis para a ‘maioria dos mortais’.

A divisão financeira – o uso de duas moedas – ainda me parece confusa, mas compreensível, levando em conta que, para os cubanos, o que está acessível a eles, custa pouco dinheiro.

Por exemplo, ao comprar água mineral, paga por mim em CUC, recebo o troco em CUP, em uma transação financeira bastante complicada, porém honestíssima.

Há diferenças de preço, entre o que eu posso comprar na Habana Vieja e no centro da cidade.

Hoje, é grande a quantidade de dinheiro que entra na Ilha pela via do turismo.

Creio que necessitaria de um estudo financeiro aprofundado para compreender e falar com propriedade sobre a economia de Cuba, o que não é o caso deste projeto.

 

La Habana, 10.11.2017 (6ª feira)
1º Movimento
Andante
Mandela e Fidel.
‘Documental – Mandela y Fidel’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BHWYAYttWmQ>
Acesso em: 03 set 2017.

Mandela fala sobre o apoio de Cuba aos movimentos revolucionários do continente africano e, em especial, à Namíbia.

Segundo Nelson Mandela, Fidel é “Um amigo em que se pode confiar.”,

“Fidel é um símbolo desta era.”.

 

2º Movimento
Andante
‘Fidel Castro y Nelson Mandela’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NWzqBisf624>
Acesso em: 03 set 2017.
Fidel fala no Parlamento Sul-Africano.

3º Movimento
Andante
 A José Martí

Tua vida de menino
Rebeldia.
Inquietude valente
de olhos de águia
que viram com profundidade
o menino
negro
escravizado.
Muito cedo na vida
tua rebeldia
transmutada em palavras
escritas
letra a letra
fizeram-te o homem
de textos afiados
e mensagens acuradas
agudas e singelas
em busca de outro mundo
possível
necessário.

Outros josé Martís
ao redor do mundo
haverão de vir
em um dia
num lindo dia!

 

La Habana, 11.11.2017 (sábado)
1º Movimento
Andante
Pelas ruas de La Habana

 

Alegro
Gosto disso.
Nas ‘tiendas’:

 

Gosto muito de caminhar, com minha câmera no pescoço, nestas ruas do centro de La Habana e da Habana Vieja!

 

Espaço
Buscas de um tempo distante.

Alegro
Como se fossem noivos que saíram da festa em carros de bois, eles desfilam pelas ruas centrais de La Habana, em um carro aberto.

Serão o carro e a proposta dos anos 1950?
Daqui a dez anos, estarão juntos? Terão filhos, filhas?
Que Cuba será a de seus descendentes?

Espaço
Alguns transportes.
 
2º Movimento
Andante
O jogo de bolas de gude.

 

Alegro
Quimera

 Felizes as crianças cubanas
que aos 10 anos de idade
jogam bolas de gude
na rua da maior cidade deste país.

Quiçá as crianças do mundo
exercitassem a liberdade
brincando nas ruas
em todas as cidades do mundo.

E

que neste jogar
uma linha mágica
as unissem todas
sem fronteiras
que tornassem iguais
os desiguais do mundo.

3º Movimento
Andante
Pressa.
Adgio
Alguém tem pressa!

 

 

4º Movimento
Andante
Filme: ‘7 días en La Habana’.

Direção: Benicio del Toro, Gaspar Noé, Julio Medem, Laurent Cantet, Elia Suleiman, Pablo Trapero, Juan Carlos Tabío.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-ePaqvo38ks>
Acesso em: 23 ago 2017.

Sete diretores de cinema retratam histórias do dia a dia e esperanças íntimas, de personagens locais e estrangeiros, que transitam por lugares emblemáticos de La Havana.
5º Movimento
Andante

Filme: ‘El Megano’ (1955).
Direção: Julio García Espinosa.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KEDJDrN_48E>
Acesso em: 23 ago 2017.

No link do filme:
“Vivia-se ainda a ditadura de Fulgencio Batista na ilha e o filme foi proibido logo após a sua estreia, com a prisão do negativo e do diretor.

No filme, vemos trabalhadores interpretando a si mesmos no trabalho de carvoeiros que extraem madeira numa região pantanosa. O pagamento miserável que recebem gera conflitos.”.
6º Movimento
Andante
‘Sube, baja, cuidado…

 

Sube
baja
cuidado…

Pés pra cima
pés pra baixo
pé dentro do buraco
dentro de uma poça d’água…
sacode água do pé
espicha pé.

“¿Duelen?
¿te duelen los pies?”.

 

O subterfúgio
a resposta negativa
na necessidade de continuar.
Sin embargo
pela noite adentro
nenhum deus me acodirá
especialmente
porque não creio neles.

 

E meus pés mortificam meu ânimo
para o próximo dia
de trabalho certeiro.
Sem escusas
estou nas ruas novamente.

Sube…
baja…
cuidado…
soa a voz atenciosa
da assistente ao projeto
rua acima, rua abaixo.

 

La Habana, 12.11.2017 (domingo)
1º Movimento

Andante

Algumas perguntas para este dia:
1-O que se produz em Cuba?

Níquel, cobalto, cobre, minério de ferro, tabaco, rum, açúcar, têxteis, fertilizantes, peixes, fármacos e equipamentos médicos, cítricos, café, calçados e turismo.

2-O que Cuba exporta?
Níquel, minério de ferro, calçados, café e charutos. E, essencialmente, saúde, educação, orgulho, resistência e solidariedade.

3-Quem são os principais compradores dos produtos cubanos?
Por ordem de volume de compra: Países Baixos, Canadá, China e Espanha

4-O que Cuba importa?
Máquinas, equipamentos elétricos e eletrônicos, peças para automóveis, petróleo e produtos químicos.

5-De onde provém os produtos importados por Cuba?
Por ordem de importância: Venezuela, China, Espanha e Brasil.

6-Que porcentagem do PIB cubano é gasto com a educação?
O maior gasto com educação, proporcional ao PIB, entre os países do mundo, pertence a Cuba (8,96% do PIB), seguida da Dinamarca (8,51%) e Suécia (7,66%).

2º Movimento
Andante
A relação pátria/homem-mulher/trabalho/produto do trabalho.
Espaço
Que lugar é esse?

A expansão do capitalismo internacionalista funciona através de um apurado sistema de globalização, e distancia, cada vez mais, os seres humanos dos produtos de seus trabalhos.

Este sistema dissolve a procedência, não só das matérias primas, como do trabalho; ‘despatria’ o trabalhador; aumenta a manipulação do pago pelo trabalho, e dos direitos trabalhistas.

Se existem reinvindicações da massa dos trabalhadores em um país, as empresas simplesmente se mudam para o outro lado do mundo, onde podem aplicar o trabalho semiescravo.

Eu me pergunto como o consumo desenfreado, tanto do Império-Norte, como por exemplo o que vem sendo aplicado pelos brasileiros, cria o fetiche da mercadoria no povo cubano.

Pode-se esperar de Cuba – que tem se aprendido – um realinhamento aos ideais de José Martí, do Che, além de tantos outros e outras? Ou precisamos nos preocupar, muito, com a possibilidade de estar indo na direção oposta? (do capital exploratório).
3º Movimento
Andante
Tarde musical no Centro Cultural Pablo de La Torriente Brau.
 Pauta: Pablo de La Torriente Brau.

Nasceu em 12 de dezembro de 1901, em San Juan, Porto Rico. Cresceu e viveu em Cuba.

Escritor, jornalista e líder revolucionário. Conhecido como o maior cronista de sua época e um dos expoentes do jornalismo cubano do século XX.

Perseguido, encarcerado e exilado por suas atividades políticas e sua escrita revolucionária, por escrever criticamente sobre os acontecimentos políticos de Cuba, Estados Unidos e Espanha.

Tomou parte do Diretório Estudantil Universitário, criado em 1930 para lutar contra a tirania do governo de Geraldo Machado.

A última etapa de seu trabalho periodístico ocorreu durante a Guerra Civil Espanhola.

Morreu em combate em Majadahonda, Espanha, em 19 de dezembro de 1936, como comissário das Brigadas Internacionais que lutavam contra o fascismo.

Destacamos em sua obra: ‘La isla de los 500 asesinatos’ (que escreve no presídio da Ilha de Pinos); ‘Presidio Modelo y 105 días preso’ (antecedente do jornalismo testimonial da América Latina); ‘Peleando con los milicianos’ (crónicas y testimonios); ‘Realengo 18’.

Crônicas: ‘Reivindicación de Emilio Salgari’; ‘Hombres de la revolución’; ‘Cuatro muchachas’; ‘En el parapeto’.

Contos: ’El héroe’ (1928); ‘Batey’ (1930); ‘Asesinato en la casa de huéspedes’.

Ensaio: ‘Álgebra y política‘.

Novela: ‘Aventuras del soldado desconocido cubano’.

Poesia: ’A Pablo’; ‘Motivos del viaje bajo la noche lunar’ (1929).

Cartas: ‘Presidio Modelo’ (1942); ‘New York’ (1935 e 1936); ‘Madrid’ (1936).

Outras obras: ‘Cartas Cruzadas‘ (sobre seu exílio); ‘Cartas y Crónicas de España’.

Informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Pablo_de_la_Torriente_Brau>
Acesso em: 15 mar 2018.

 Pauta: Centro Cultural Pablo de La Torriente Brau.

Localizado na Calle de la Muralla, nº 63, entre Oficios e Inquisidor, Habana Vieja, Ciudad de La Habana, Cuba.
Funciona como instituição cultural independente, sem fins lucrativos.

Foi criado em meados de 1996, sob os auspícios da Unión de Escritores y Artistas de Cuba.

Contou, em sua fundação, com um comitê acessor formado por figuras públicas relevantes e destacados profissionais, entre eles: Zoe e Ruth de la Torriente Brau, Raúl Roa Kourí, Ada Kourí, María Luisa Lafita, Salvador Vilaseca, José López Sánchez, Julio Girona, Diana Abad, Ana Cairo, Ambrosio Fornet, Eduardo Heras León, Fernando Martínez Heredia e Jaime Sarusky.

Além do ‘Círculo de Amigos’ que oferece seu apoio e respaldo aos projetos realizados, o Centro conta com uma junta patrocinadora integrada por várias instituições e organizações sociais cubanas, entre elas o Ministério da Cultura, a Oficina del Historiador e a Unión de Escritores y Artistas de Cuba.

Atualmente, Victor Casaus dirige o Centro, e María Santucho responsabiliza-se pela coordenação.

Informações disponíveis em: <http://www.centropablo.cult.cu/>
Acesso em: 15 mar 2018.
 Alegro
Inúmeras figuras importantes da arte e da cultura cubanas encontram-se no Centro Pablo, para o programa ‘A guitarra limpia’, com o concerto ‘Créeme que seguimos seguiendo’, em homenagem ao aniversário de 70 anos de Vicente Feliú.

Acontecem apresentações musicais de Ricardo Flecha (Paraguai), acompanhado por Ricardo Padila (piano); Jaz Arenas (Colômbia), acompanhado por Oscar Alfonso (percussão); Pedro Munhoz (Brasil), acompanhado por João Przyczynski (harmônica); Aurora de Los Andes Feilú, Karel Garcia, Mauricio Figueiral, Pepe Ordas e Rey Montalvo.

Convite:
Espaço
A chuva caiu, caiu pesada em vários momentos do show.

Corremos para dentro, esperamos, vamos para fora, enxugamos cadeiras, sentamos, corremos para dentro…

e foi esse o mote da tarde!

Que lugar é este?
Faz um sol de rachar a semana inteira… praticamente sem tréguas, e exatamente no domingo, na hora desta maravilhosa apresentação cultural, os ‘torós’ resolvem participar da festa!
Alegro
Uma deliciosa imersão na cultura, no que acontece na vida cubana.

Que domingo!

4º Movimento
Andante
Os músicos
Alegro
Vicente Feliú

‘Vicente Feliú: Concierto en la Sala Federal’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gFviM95ZLqY>
Acesso em: 19 mar 2018.

Ricardo Flecha
‘Versión en guaraní de Imagine, de John Lennon – Eimo-ana – Ricardo Flecha’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_1S5rKOakHc>
Acesso em: 19 mar 2018.

‘Solo le pido a Dios (Ñandejárape ajerure) – Ricardo Flecha y León Gieco’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lob2qo3eo1Y>
Acesso em: 19 mar 2018.

Jaz Arenas

‘Jaz Arenas – Manifiesto (Victor Jara)’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uSlrgcCUZLQ>
Acesso em: 19 mar 2018.

‘Jaz Arenas – La América’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yzehiTI6954>
Acesso em: 19 mar 2018.

Pedro Munhoz

‘Canto de todos – Pedro Munhoz – Brasil – Meu País é o Planeta’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=O6NGIAtrgwY>
Acesso em: 19 mar 2018.

‘Pedro Munhoz – A História cobrará’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HLuBQG3Me_Y>
Acesso em: 19 mar 2018.

Aurora de Los Andes Feliú

‘Aurora de los Andes y Vicente Feliú: Créeme’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5awyaJS4F_k>
Acesso em: 19 mar 2018.

‘Aurora de Los andes Feliú – Regalo Nº1 (Fotos Juan Miguel Morales López)’.
Disponíviel em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZQRKg_Tt7ew>
Acesso em: 19 mar 2018.

Karel Garcia
‘Karel Garcia – Lo Sensible Se Renueva’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ri7nSWNjIps>
Acesso em: 19 mar 2018.

‘Karel García – Palabras Quedan’.
Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=2ecTpFzCbrI>
Acesso em: 19 mar 2018.

Mauricio Figueiral
‘Mauricio Figueiral – Tu cielo de rodillas’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KmuKw1xDvL4>
Acesso em: 19 mar 2018.

‘Mauricio Figueiral – Todo un país’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AT1e-VDj
Acesso em: 19 mar 2018.

Pepe Ordás
‘Monte adentro, tema de Pepe Ordás’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=njU1RDgpEnA>
Acesso em: 19 mar 2018.

‘Son para tí / Vicente Feliú y Pepe Ordás’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=171_adtMO2Y>
Acesso em: 19 mar 2018.

Rey Montalvo
‘Punto – Rey Montalvo – Video oficial’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lUJ2_bfdFvM>

Acesso em: 19 mar 2018.
‘Rey Montalvo con Silvio Rodríguez – Versos Camino de Casa’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ulo9aY3196I>
Acesso em: 19 mar 2018.

 

La Habana, 13.11.2017 (2ª feira)
1º Movimento
Andante
Compra de bolas para o projeto-ação ‘Desejos Compartilhados II’.
Alegro
Andamos metade de La Habana, até que, finalmente, uma amiga da assistente ao projeto liga dizendo que existem bolas à venda em uma determinada loja…

Partimos para essa loja como um raio! Finalmente conseguimos comprar as bolas, já à tarde…

As crianças do Brasil por pouco não ficavam sem as bolas cubanas!

Estou exausta!
Espaço
2º Movimento
Andante
Filme: ‘La Muerte De Un Burócrata’.
Dirigido por: Tomás Gutiérrez Alea. Filme de 1966, satiriza a burocracia e suas complicações.
Um operário exemplar é enterrado com sua carteira de trabalho, o que impede a viúva de receber pensão.
Parte 1/7
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IOAnmj6QLoc&t=22s>
Parte 2/7
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=pcQdiK3V3yU&t=303s>

Parte 3/7

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ma4c6MTV9QU>
Parte 4/7
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IB8rNEg0a2U>
Parte 5/7

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MtBpCCnulVQ>
Parte 6/7
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qQudvqwxHuk>
Parte 7/7
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=aspDq8Y2E9c>
Acessos em: 24 ago 2017.

3º Movimento
Andante
Guantánamo.

 

Pauta: Guantánamo – Base Naval.

A base Naval de Guantánamo  – a base norte-americana de Guantánamo Bay, localiza-se ao sul da Ilha de Cuba – em território cubano. Conta com área de cerca de 116Km².

Em 1903, a bahia foi ‘concedida’ aos EUA, por um aluguel de 2,000.00 dólares por ano.

Na base naval, existe uma ilha – Navassa – com 5Km², situada entre a Jamaica e o Haiti, onde funciona a prisão de Guantánamo – o ‘Campo Delta’ – presídio político/de guerra, onde os Estados Unidos mantém os presos da guerra do Afeganistão, do Iraque, além de outros presos políticos.

O funcionamento desta base naval norte-americana encontra-se fora de toda e qualquer convenção internacional, tornando impossível a fiscalização do que acontece em seu interior.

Existem denúncias de torturas e maltratos – incluindo a proibição de visitas, e também de inspesão da ONU, o que desrespeita a Convenção de Genebra e os Direitos Humanos.

O único campo minado ainda existente no ocidente está ao redor da base de Guantánamo.

Fidel Castro tentou, em vão, desfazer a concessão. Nunca utilizou o valor do aluguel, que continua o mesmo.

Segundo a Cruz Vermelha: “Guantánamo é o símbolo da injustiça e do abuso, e deve ser fechada.”.

Sobre Guantánamo, melhor consultar alguns links:
‘Torture – The Guantanamo Guidebook’ (Em inglês. Produzido pelo UK, canal 4).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HCUzHnVeI10>
Acesso em: 25 ago 2017.

‘Documental – El Infierno de Guantánamo’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4KiMyUMKpXA&t=85s>
Acesso em: 25 ago 2017.

‘Caetano Veloso – Guantánamo’.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=iR3j81C9fuY>
Acesso em: 20 ago 2017.

 

La Habana, 14.11.2017 (3ª feira)
1º Movimento
Andante
Universidad del Adulto Mayor.

Pauta: Univesidad del Adulto Mayor.
Fundada no ano de 2000, parte integrante da Universidad de La Habana, tem como principais objetivos atender às pessoas da terceira idade e melhorar suas vidas, elevando a qualidade de seu envelhecimento e uma adequada reinserção na vida familiar e comunitária; permitir, aos matriculados, maior crescimento como seres humanos para realizarem seus projetos de vida.

Propõe atividades tais como: leitura; pintura; cerâmica e jogos de mesa, além de disciplinas de história e conhecimentos gerais.
Alegro
Ao chegarmos, nos sentamos junto ao grupo que conversa animadamente.

Nos apresentamos. Eu falo, em poucas palavras, sobre projeto Senha Aberta.

Combinamos a minha volta aqui, para fotografar e entrevistar algumas mulheres, e também para entregar flores da ação ‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.
Adágio
A maioria das mulheres que fazem parte da Universidad del Adulto Mayor nasceu antes de 1950, e não podem ser parte da ‘matronimia’, no meu projeto.

‘Cuba: Universidad del Adulto Mayor, mejora calidad de vida en la tercera edad’
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z2jm-vpaEeQ>
Acesso em: 20 set 2018.
Alegro
A animação deles é contagiante. Nos oferecem lanche, refrigerante e vinho caseiro, feito por um deles.

Alegro
Os olhos deles brilham ao falarem da Revolução Cubana.
Adágio
Quem dera todo o povo deste país tivesse brilho nos olhos ao falar da Revolução – que hoje enfrenta inúmeros problemas.

Penso que os que fizeram, realmente, parte dos movimentos revolucionários, têm uma perfeita consciência sobre o que foi o antes e o depois, o que já não está acontecendo com os mais jovens – forjados pelo fascínio das mercadorias, que a eles chegam ainda que em pequena quantidade.

Este povo
maravilhoso povo
de sangue mestiço
de esperança incógnita
vive todos os dias
pensando no outro
como o eu-outro
como o outro-outro
como o outro-eu.

 

Eles se movimentam
com corações orgulhosos
e sabem o custo
de manter viva
a chama da revolução
e seus ideais
de igualdade para todos.

2º Movimento
Andante
Federação de Mulheres Cubanas.

Pauta: Federación de Mujeres Cubanas.

A Federación de Mujeres Cubanas ‘FMC’ classifica-se como organização de massas, que desenvolve políticas e programas destinados a alcançar o exercício pleno da igualdade da mulher, em todos os setores e níveis socioculturais.

Preocupa-se, sistematicamente, com a formação e bem-estar das novas gerações.
Alegro
Depois de algumas dificuldades para chegarmos ‘à pessoa certa’, sou liberada para fazer fotos com o Estandarte.

Sobre as mulheres cubanas, encontramos na rede mundial de computadores um disco completo:

‘Federación de Mujeres Cubanas – 1975 – La mujer en la Revolución’ (Disco).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WnHtq9cjl1w>
Acesso em: 29 ago 2017.

Disco completo ‘Federación de Mujeres Cubanas – 1975 – La mujer en la Revolución’.
01.Ella salió desnuda – Silvio Rodríguez – Los Cañas; 02. Campesina – Pablo Milanés – Pablo Milanés; 03. Mujer del mundo tercero – Martín Rojas – Tema; 04. La mujer posible – Margarita Mateo – Margarita Mateo; 05. Zamba para una flor militante – Conjunto Antares – Conjunto Antares; 06. Mujer Bayamesa – Sindo Garay – Grupo Manguaré; 07. Para una imaginaria María del Carmen – Noel Nicola – Noel Nicola; 08. La mujer está con la revolución – Carlos Puebla – Carlos Puebla y sus Tradicionales; 09. Mi compañera – Adolfo Costales – Adolfo Costales; 10. Madre – Silvio Rodríguez – Jesús del Valle; 11.La mujer hoy – Grupo Moncada – Grupo Moncada.

‘Mujeres en la Revolución: 55 años de la FMC’ (Mesa redonda).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0wWuEQNUQ0g>
Acesso em: 29 ago 2017.

‘As mulheres na Revolução Cubana’.
Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/noticia/284189-7>
Acesso: 26 ago 2017.

3º Movimento
Andante
Fragua Martiana.
Museo Fragua Martiana – onde funcionaram as antigas pedreiras de San Lázaro. Está situado na intersecão das ruas Hospital e Vepor, no centro de La Habana.

A Frágua Martiana, local de encarceramento de José Martí aos 16 anos de idade, pelo regime colonial, conta com mais de 65 anos de fundada.

Constitui-se em reservatório do patrimônio crítico, do pensamento e da razão de ser de José Martí.

Martí, profundamente anti-imperialista, escreveu: “Ya estoy todos los días en peligro de dar mi vida por mi país y por mi deber – puesto que lo entiendo y tengo ánimos con que realizarlo – de impedir a tiempo con la independencia de Cuba que se extiendan por la Antillas los Estados Unidos y caigan, con esa fuerza más, sobre nuestras tierras de América. Cuanto hice hasta hoy, y haré, es para eso. En silencio ha tenido que ser y como indirectamente, porque hay cosas que para lograrlas han de andar ocultas, y de proclamarse en lo que son, levantarían dificultades demasiados recias para alcanzar sobre ellas el fin.”.

Informações completas disponíveis em: <http://www.cubadebate.cu/opinion/2017/06/03/fragua-martiana-reservorio-de-cultura-y-caracter-patrio/#.WrFiRbgh3ow>
Acesso em: 20 mar 2018.
Alegro
Chegamos bem na hora do almoço. Saímos e voltamos depois. Aqui encontramos a parede da pedreira, com inscrições de pessoas que estiveram presas neste local.
Espaço
Para onde foi cada uma das pedras que quebraste?

Aonde andaram teus pensamentos nesses momentos de trabalhos forçados?

Adágio
Uma escultura nos apresenta José Martí, aos 16 anos, com correntes amarrando-o da cintura ao pé… a forma como os prisioneiros faziam trabalhos forçados na pedreira.

De toda maneira
aqui estou
com meu olhar agudo
meu coração de pluma
para falar de ti
aos surdos e cegos do mundo
que sempre ignoraram
e ignorarão
o que importa na vida.

E,

para garantir
que teus 42 anos
vividos da tua vida
nunca se esgotem
enquanto houverem palavras
para falar de ti.
Adágio

A forja.
Alegro
Os pais de José Martí, são aqui homenageados.
Sua mãe lutou ferrenhamente para libertar o adolescente Martí desse trabalho forçado.
4º Movimento
Andante
Casa Museu Abel Santamaría.
Alegro
Apartamento preservado como um dos pontos de onde saíram os revolucionários para o assalto ao Quartel Moncada, ocorrido no dia 26 de julho de 1953.
Alegro
Objetos, móveis, fotografias e  escritos concretizam a importância deste apartamento transformado em museu.
Sobre o ataque ao Quartel Moncada, ‘Marta Rojas: La cronista del Moncada’.
Disponível em: <http://www.cubadebate.cu/especiales/2016/07/27/marta-rojas-la-cronista-del-moncada-fotos/#.Wd4tCLhrzow>
Acesso em: 11 out 2017.
5º Movimento
Andante
Aos torturados e mortos durante o ataque ao Quartel Moncada.
Adágio
Em nome de todos os torturados e mortos nas lutas por libertação de Cuba, em sua ‘primeira etapa’ (dos Espanhóis), na ‘segunda etapa’ (dos EUA), e de sempre – desde os povos originários, tomo um morto durante a ditadura de Batista, para homenagear a todos e todas: William Soler Ledea, assassinado com a idade de 15 anos.

Pauta: William Soler Ledea.

Nasceu no dia 15 de novembro de 1941, participou entusiasticamente, como membro, do Movimento 26 de Julho, em Santiago de Cuba.

Aos 14 anos, para ajudar seus pais, começou a trabalhar na Unión Gráfica SA.

Segundo orientação de grupos de ação, em toda a Ilha, haviam sabotagens com queima de canaviais e ações para impedir as festas de final de ano.

No domingo, 20 de dezembro de 1956, explodiram umas 30 bombas. Depois dessas ações, alguns membros do Movimento 26 de Julho foram assassinados no meio das ruas.

Neste mesmo dia, William Soler Ledea e Froilán Guerra Ramírez foram detidos. Quando suas famílias os procuraram, os corpos repressivos negaram que eles se encontravam em uma de suas unidades.

Foi assassinado no dia 30 de dezembro de 1956, junto com o companheiro de lutas Froilán Guerra. A autópsia no corpo de William apresentou três perfurações a bala de arma de calibre grosso, feitos à queima-roupa.

Informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/William_Soler_Ledea>
Acesso em: 11 out 2017.
6º Movimento
Andante
Compra de livros.
Alegro

Compro livros da coleção ‘Espiral’, dos seguintes artistas: Raul Corrales, Belkis Ayon e Ernesto Fernández.
7º Movimento
Andante
O povo cubano.
Alegro

Um povo singelo
de sorriso largo
tem o coração apertado
por não saber
o que pode vir
em futuro próximo
com seus espaços ocupados
por turistas estrangeiros.

 

Todos sabemos
que os poderosos
têm braços vorazes
e bocas imensas
devoradoras das gentes
dos povos del sur.

 

Os povos del sur
têm braços abertos
anfitriões de gentes
dos povos do mundo.

 

Tantos poderosos
de interesses escusos
observam ‘de cima’
de pontos privilegiados
preparando o bote.
Um dia virá
em que os povos del sur
bastar-se-ão
e mandarão ‘se danar’
propostas imperialistas
dos comedores de gentes?

 

Espaço
Cada vez que penso
vejo sobre minha cabeça
o capitalismo expansionista
que não tira os olhos
de todos nós.

 

Perguntas

Tenho perguntas profundas
ainda não respondidas.

Em que tesouro profundo
do seio da terra
estarão suas respostas?

Alegro
Antes de tudo, no meio de tudo, e depois de tudo, preciso dizer que acredito no povo cubano.

Acredito que este povo não vai perder sua alegria, seu orgulho da pátria, e seu desamor aos poderosos.

Acredito que a pior solução ao fim do embargo comercial e político é a estrada do norte.

Acredito que somente um olhar afetuoso sobre Cuba – realizado pelos países da América-Latina – livraria a Ilha das garras afiadas dos imperialistas.

A esperança que aqui existe, com relação ao fim do embargo, é uma faca de dois gumes. Nenhum dos gumes está para o lado cubano. E quem a segura é uma águia voraz.

Para formar um bolo recheado
que não será partilhado
entre os trabalhadores cubanos.
Adágio
Parte da cidade de La Habana
é um imenso parque de diversões, onde muitos cubanos trabalham
para os prazeres
de alguns poucos estrangeiros.

Os heróis

Alguns heróis estão mortos,e são heróis por estarem mortos, apesar de viverem nas memórias dos povos.

Outros tantos são heróis vivos, e muito vivos, buscando na dificuldade e na escassez, os pilares para seguir nas lutas.

Estes, quase nunca podemos encontrar nos museus, mas os reverenciamos por suas bravuras diárias, cujos valores parecem dissolvidos no amálgama social.

Nós podemos encontrá-los nas ruas:

La Habana, 15.11.2017 (4ª feira)

1º Movimento
Andante
Sobre Cuba
Alegro
Algumas opiniões sobre Cuba e a Revolução Cubana:

Eduardo Galeano fala sobre o país mais solidário do mundo: Cuba. Galeano en Cuba: “Mil gracias por ese alimento de vitamina d, ‘d’ de dignidad.”.

‘Cuba es un país prohibido’.
Disponivel em: <https://www.youtube.com/watch?v=p9s5AY0sR5g>
Acesso em: 21 ago 2017.

Sobre Cuba e sua relação com os Estados Unidos: ‘História: História de Cuba – Silvia Cezar Miskulin’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dQXiJnhs3e4>
Acesso em: 11 out 2017.

‘Julio Cortázar y su relación con América Latina’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JFoABeq-XAs>
Acesso em: 21 ago 2017.

2º Movimento
Andante
Visita ao Centro Pablo.
Alegro
Sou recebida como ‘gente de casa’, pela coordenadora do Centro Pablo – Maria Santucho – que me presenteia com vários postais, catálogos e livros produzidos pelo Centro, também me disponibiliza a internet para que eu a use sempre que precisar, durante minha estadia em La Habana.
Adágio
Tenho saudades de um tempo, um tempo que está em minha memória, ou de uma ideia de centro cultural como este, uma sensação de casa, de pertencimento.

Não é um lugar
é um lugar-lugar.

Não estou a passeio
pertenço.

O que acontece aqui
habita dentro de mim.

3º Movimento
Andante
Doações
Alegro
Faço doações, ao Centro Pablo, de CDs do compositor brasileiro Jorge Dissonância, e do meu livro Sonho Branco – Trilogia.

‘Entrevista: Víctor Casaus, Director del Centro Pablo de la Torriente Brau’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=TPfLj4X05JI>
Acesso em: 29 ago 2017.

4º Movimento
Andante
‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.
Alegro
Inicio, neste momento, a ação ‘Uma rosa branca ao amigo sincero’. (Ação do Projeto Senha Aberta).

 ‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.

Objetivo: Ressaltar a importância da Amizade entre as pessoas e entre os povos; comemorar os 42 anos vividos por José Martí.

Verso de inspiração: José Martí, em ‘Guantanamera’, que nos diz: “Cultivo la rosa blanca / En junio como en enero / Para el amigo sincero / Que me da su mano franca.”.

Histórico:
Esta ação baseia-se no ‘Projeto Manifesto das Flores‘, do artista plástico brasileiro Severino Iabá, que vem há mais de 10 anos realizando intervenções com rosas coloridas, feitas em papel crepom, em diversas situações no Brasil.

Metodologia de trabalho: Fabricar em papel crepom, 42 rosas brancas, e as numerar (1/42 a 42/42), e entregar uma a uma a 42 homens cubanos.

Ser fotografada entregando cada uma das 42 rosas brancas aos 42 homens cubanos.

Para o Projeto Senha Aberta, simboliza a consagração da Amizade, da Sinceridade e da Dignidade.
Alegro
Entrego a flor número 1/42 ao sr. Idalino Sanchez Polido, que em agradecimento, me oferta um poema.

Espaço
O sr. Idalino abre esta ação com ‘chave de ouro’.
Ele, nascido em Santa Clara, é veterano das lutas de guerrilha, tendo lutado juntamente al Che.

 Ao sr. Sanchez

A tua luta vitoriosa
levou ao triunfo do povo
contra o império voraz
que a tudo devora
destruindo dignidades
corrompendo as almas
e o coração dos povos
onde o capital determina
o valor de cada qual.
A minha luta fracassou
em meu país, Brasil
porque hoje impera
o capital internacional
a política corruptora
de homens e mulheres
que vendem suas almas
por alguns poucos tostões.

 

Nossas lutas, juntos
não fracassaram
e não fracassarão jamais
pois aqui estou
constatando
que continuaremos lutando.

 

E, se continuamos
nunca seremos derrotados
mirando sempre e sempre
a autodeterminação dos povos.
5º Movimento
Andante
Pablo Neruda, sobre Cuba.
Alegro
Machado

“Machado, em Cuba, arreou sua ilha
com máquinas, importou tormentos
feitos nos Estados Unidos,
silvaram as metralhadoras
derrubaram a florescência
o néctar marinho de Cuba,
e o Estandarte, apenas ferido
era lançado à agua onde
os tubarões terminavam
a obra do benemérito.
Chegou até o México a mão
do assassino, e rolou Mella
como um discóbulo sangrento
pela rua criminosa
enquanto a ilha ardia, azul,
embrulhada em loteria,
hipotecada com açúcar.”.

(NERUDA, PABLO. Canto Geral. Rio de Janeiro, Record/Altaya, Coleção Mestres da Literatura Contemporânea, nº. 51, Record/Altaya. Rio de Janeiro/São Paulo, p. 169).

6º Movimento
Andante
Filme: ‘Historias de la Revolución’ (1960).
Dirigido por Tomás Guriérez Alea.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2NNNMWOoojc>
Acesso em: 22 mar 2018.

7º Movimento
Andante
Flores.
Alegro
Neste meu dia, faço flores brancas para a ação ‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.

 

La Habana, 16.11.2017 (5ª feira)
1º Movimento
Andante
Cidade Escolar Liberdade.

 Pauta: Cuidad Escolar Libertad.

No dia 14 de setembro de 1959, o antigo acampamento militar de Columbia, primeira fortaleza do regime ditatorial de Fulgencio Batista, foi entregue por Fidel Castro a Armando Hari, Ministro da Educação, para ser transformado em Escola.

É considerada um bastião do ensino, e centro de desenvolvimento e formação de novos professores.

Ocupa uma extensão aproximada de 2,6Km2 e localiza-se no subdistrito Habana-Matanzas.

Na inauguração, Fidel Castro declara: “De todos los actos hechos que hemos vivido, desde que iniciamos esta lucha revolucionaria, ningún momento es más feliz que éste. Porque este acto de hoy, esta reunión con ustedes, los niños cubanos con nosotros, es el acto más hermoso de esta Revolución.

Cuba es el único país del mundo que ha logrado convertir una fortaleza en un centro de educación. Fortaleza ¿para qué?”.

Na Cidade Liberdade, seu nome popular, se educam em torno de 12.000 estudantes.

A Cidade Liberdade compõe-se de: 02 Círculos Infantis; 01 Concentrado de Pré-Escolar; 06 Escolas Primárias (1º a 6º graus); 03 Escolas Secundárias (7º a 9º graus); 01 Escola Especial (cegos e deficientes visuais); 01 Escola Especial (dificuldade de aprendizagem); 01 Escola de Artes (crianças a partir do 2º grau); 01 Instituto Pré-Universitário (10º a 12º graus – bacharelado); 01 Instituto Politécnico (forma trabalhadores e técnicos de nível médio) e 01 Universidade de Ciências Pedagógicas.

Informações completas disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Ciudad_Escolar_Libertad>
Acesso em: 20 fev 2018.

Alegro
Este, certamente, constitui um dos maiores centros escolares – públicos – do mundo.

Os prédios, instalados entre um mar de verde, dão a sensação de amplidão e bem-estar para as crianças e adolescentes que frequentam esta cidade escolar.

Não consigo ouvir barulho vindo dos prédios.

Este empreendimento representa, sem dúvidas, um dos maiores feitos da Revolução, no que se refere à questão da educação cubana.
Espaço
Todos usam fardamento, o que os iguala, não permitindo observações sobre o tipo de roupa que cada um poderia usar.
Alegro

Isso é lindo!

2º Movimento
Andante
Arte.
Alegro

Observo objetos de arte.

3º Movimento
Andante
Memorial a los mártires da educação.
Alegro
Este memorial abriga registros de importantes feitos educacionais de Cuba, principalmente da Campanha de Alfabetização.

Vivencio atentamente a experiência de estar cercada por homenagens aos mestres que alfabetizaram a população.

Aqui homenageia-se Paulo Freire, de maneira muito especial.

4º Movimento
Andante
Referendo todos os educadores cubanos na figura de Pedro Manuel Benavides, através de poema feito por sua filha Damarys Benavides.

A mi padre Profesor de Matematicas

Siempre conte hacia alante
y llegue hasta 30
después conte hacia atrás
y llegue a 50
ya no hay tiempo
ya cuento  solo un despertar con cariño
y es que no has llegado a viejo
solo has llegado a niño.”.

5º Movimento
Andante
Fotos com o Estandarte.

Alegro
Faço fotos, com o Estandarte, neste museu emblemático para a história da educação cubana.
Alegro
Observo uma montagem com várias bandeiras cubanas.
6º Movimento
Andante
Viagem de volta.
Alegro
Nossa custosa viagem de volta transcorre sem novidades.
7º Movimento
Andante
Rua Campanário.
Espaço
Rua Campanário, no centro de La Habana, onde está minha morada – com café da manhã na Rua San Miguel.

 Campanário

Blém, blém, blém
toca o sino católico
associado aos espanhóis.
Blém, blém, blém
toca o sino do povo
nesta rua central
em La Habana.

 

Um passa
como se fora caixa de som
e reproduz efeitos sonoros.
Seria música?
O sistema que o reproduz
de tão pequeno
nem se pode ver
parece inserido
no corpo do homem
que anda
e anda
e anda
devagar
quase parando.

Sentadas
nas portas de suas casas
pessoas observam
a vida passar
blém, blém, blém…
um desce a rua
com um saco de pão
um sobe a rua
… uma criança pela mão.

 

Uma passa reboculosa
… saia tão curta!
quase deixa aparecer
os babados
de sua ‘bunda rica’.

 

Blém, blém, blém
o povo passa
a vida passa
passa, passa
tudo passa.

 

A Campanário – a rua
continua da igreja católica?

 

Observação: ‘bunda rica’ – tipo de calça infantil cheia de babados, supostamente para aparecer por baixo das saias curtas das crianças.

Ressalva: Os três últimos papas de Roma visitaram Cuba: João Paulo II, em 1998, Bento XVI, em 2012 e Francisco, em 2015. Quais foram suas intenções?

blém, blém, blém…

8º Movimento
Andante
Lista de ruas de La Habana.
Espaço
Supermercado das almas.
Quem compra isso?
Alegro
Estima-se que somente 5% da população cubana seja católica.
9º Movimento
Andante
Transporte coletivo.
Alegro
Bici-taxi.

Pedaladas certeiras, de moços jovens e robustos, levam as pessoas de um lado a outro, e de outro lado a um.

Este transporte parece uma carruagem, porém tem forma de bicicleta, e motor humano.

As pedaladas certeiras de seus condutores nos ofertam a certeza de chegar com eficiência e rapidez aos nossos destinos.
10º Movimento
Andante
Indo à pé.
Alegro
Aqui no centro de La Habana, todos andam á pé, e pelo meio das ruas…

os carros andam devagar, e as pessoas sobem nas calçadas a cada vez que vem vindo um deles, ou mesmo uma bici-taxi.

E todos fazem isso tranquilamente e de bom humor! Sem a menor pressa!

Incrível!

 

La Habana, 17.11.2017 (6ª feira)

1º Movimento

Andante
Viagem de La Habana a Cienfuegos.

Alegro
O primeiro taxista – acertado para nos levar – não apareceu.

Finalmente viajamos em um ‘Chevrolet’ ano 1957, com um motor da Toyota.

Alegro
O carro vermelho.
Saída: 8h:20min.
Chegada: 11h:49min.

Distância total: 233Km.

A estrada, duplicada, encontra-se em bom estado de conservação.

 

Pauta: Cienfuegos.

Município da Província de Cienfuegos, a cidade conta com território de 388Km², e uma população de 158.384 habitantes.

Sua fundação aconteceu no dia 09 de março de 1819.

Na cidade, encontramos o segundo porto mais importante de Cuba.

O jenipapo, fruto da ‘Jagua’ (jenipapeiro), é símbolo de Cienfuegos e, também o nome aborígene da região. Simboliza saúde, caridade, esperança e abundância.

A cidade foi palco de inúmeros movimentos de libertação do país, no período colonial e depois, contra a dominação norte-americana.

Ao final do ano de 1955, o Movimento 26 de julho foi organizado nesta cidade.

Os ‘cienfuegueros’ escreveram gloriosa páginas em defesa da Revolução.

A cidade possui 11 centrais açucareiras, o terminal de embarque de açúcar, uma fábrica de fertilizantes, um combinado lácteo, uma termoelétrica, moinhos de trigo, fábrica de levedura, entre outros, além de uma refinaria de petróleo.

Informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Cienfuegos_(municipio)>
Acesso em: 06 mai 2018.

 

Cienfuegos, 17.11.2017 (6ª feira)
1º Movimento

Andante
Do centro de Cienfuegos à Escuela Pedagogico, da Universidad Cienfuegos.

Pauta: Universidad Cienfuegos.
Fundada em 06 de dezembro de 1979, a Universidad de Cienfuegos Carlos Rafael Rodríguez conta com um coletivo altamente comprometido com os objetivos da Revolução Cubana, buscando consolidar, desenvolver e promover a ciência, a cultura, a inovação tecnológica e as necessidades do desenvolvimento sustentável.

Conta, atualmente, com: Faculdade de Mecânica (Engenharia); Faculdade de Informática; Faculdade de Ciências Econômicas e Empresariais; Faculdade de Ciências Sociais e Humanísticas; Faculdade de Ciências Agrárias.

Dela fazem parte vários centros de pesquisas, com cinco Centros de Estudos: Centro de Estudos de Energia e Meio Ambiente, Hidráulica e Náutica, Socioculturais, de Direção e Didática da Educação Superior, Estudos para a Transformação Agrária Sustentável. Grupos de Estudos de Gerência Organizacional, de Desenvolvimento Socioeconômico local e de Desenvolvimento de Tecnologia Educativa.

Mais imformações disponível em:  https://www.ecured.cu/Universidad_de_Cienfuegos>
Acesso em: 02 out 2017.

Alegro
Após chegamos de taxi coletivo, realizamos o percurso em um ‘coche’ – carroça de passageiros, puxada por um cavalo, nesta cidade de pequeno porte e vida pacata.

Este cavalo tem um nome: ‘Luzeiro’.

O dono grita: ‘Luzeiro! Anda Luzeiro!’.

Registro nossos transportes até aqui.

2º Movimento
Andante
O mural na universidade.

Mural produzindo durante o XI Encontro Paulo Freire. 2016.  Departamento de História, Artes e Letras.

Arte Mural Coletivo. Unidade Artística I.P.U. Martín Diogo. Prof. Victor Canteros.

Artistas Plásticos: Yasiel Vélie; Carlos Herón; Juan Carlos Echevería.

Equipe Argentina-Chile: Silvia Ebis e Maivo Suaréz.

3º Movimento
Andante

Ação ‘Desejos Compartilhados II’.

Treze alunos da Escola Municipal Prefeito Amintas de Barros, de Belo Horizonte, Brasil, assinaram treze bolas de beisebol e foram fotografadas, uma a uma, com a bola que assinou. Eu trouxe as bolas comigo para serem entregues a crianças cubanas.

A ideia principal é conectar alunos de escolas destes dois países.
Alegro
As bolas, assinadas pelas crianças de Belo Horizonte, serão entregues a alunos educadores da Universidad de Cienfuegos, como uma forma de cada uma das bolas chegar a uma escola diferente – o que otimiza a socialização das mesmas.

Depois de explicar os simbolismos e os significados de conectar crianças brasileiras com crianças cubanas, iniciamos o trabalho para fotografar os alunos que receberão as bolas, e que também enviarão bolas para as crianças da escola de Belo Horizonte.

Saliento o objetivo de ressaltar a amizade entre os povos e a ‘não-fronteiras’ entre as crianças.
Alegro
Formamos uma equipe de trabalho: uma pessoa se encarrega das autorizações de uso da imagem; uma escreve, na ‘lousa’ que trouxe comigo, o nome de cada uma das escolas às quais pertence o aluno-educador que receberá a bola; uma outra limpa a ‘lousa’ a cada foto realizada.
Espaço
Fotografo doze jovens e uma criança recebendo as bolas de beisebol.
Alegro
Faço também, uma foto de todos juntos com as bolas recebidas. Isso vira uma festa!

 

Alegro
Viva Cuba e Brasil!

Alegro
As fotos das crianças do Brasil, expostas em Cienfuegos.

 

Adágio
Penso que este projeto poderia ‘correr o mundo’, conectando crianças de diversos países, e ‘quebrando’ a mecânica do capitalismo que isola pessoas e povos.
Alegro
Aqui posto o registro fotográfico da entrega das bolas de Cuba aos estudantes da Escola Municipal Professor Amintas de Barros. Belo Horizonte. Brasil.

 

4º Movimento

Andante

Cuba e Angola.

Alegro
Existe um intercâmbio importantíssimo para Cuba e para Angola, na área da educação.

Esta conexão – criada desde o período das guerras de libertação de Angola, do domínio português – mantém-se forte até hoje.

Atualmente, muitos angolanos estudam em Cienfuegos, e vários deles participam, hoje, desta ação do Projeto Senha Aberta.

5º Movimento
Andante
Fotografar e entrevistar Aleida Curbelo.
Alegro
Para ela o que une sua memória à sua esperança é ver, para o mundo, um futuro melhor.
6º Movimento
Andante
Fotografar e entrevistar Maria Magdalena S. Romero.
Alegro
Considera a paz um elo entre sua memória e sua esperança, pois desde que nasceu ouve falar das guerras.

Espera que, no futuro, haja paz para todos os povos do mundo.

7º Movimento
Andante
Fotografar e entrevistar Inês Silvera.
Alegro
Sua memória está conectada com sua esperança através das lutas das mulheres, para que os mais jovens não passem pelas mesmas coisas que ‘nós’ passamos, no que se refere às questões de gênero, família e respeito às suas opiniões.

Deseja que a juventude atual tenha um futuro mais vantajoso.

8º Movimento
Andante
Fotografar e entrevistar Teresita Martinez.
Alegro
A paz para todos os homens, mulheres e crianças conecta sua memória à sua esperança.
Adágio
A maioria das mulheres, que aqui se encontram hoje, trabalham na área de educação, e participaram durante os conflitos em Angola. Logo após essa guerra sangrenta, participaram nos processos de educação daquele país. Elas têm a noção exata do significado das guerras.

9º Movimento
Andante
A Praça José Martí no Centro de Cienfuegs.

10º Movimento
Andante
Deste lugar falou Fidel Castro:

11º Movimento
Andante
Fotografo o Estandarte no Centro da cidade, e com a árvore veterana, e em outros espaços do centro de Cienfuegos.

 

 12º Movimento
Andante
Dormida.
Alegro
Dormimos num apartamento pertencente a uma moradora da cidade. A morada para hoje foi cedida por ela, em apoio ao Projeto e à Associación de Pedagogos de Cuba.

Esta etapa do Projeto tem cooperação da Universidad Cienfuegos, através do Professor Dr. Mariano Isla.

 

Cienfuegos, 18.11.2017 (sábado)
1º Movimento
Andante
Viagem de Cienfuegos a Santa Clara.
Alegro
Saímos cedinho em direção a Santa Clara.

A viagem, feita em taxi coletivo, dura mais ou menos uma hora e quarenta minutos, quando percorremos cerca de 62,6Km.

 

Santa Clara, 18.11.2017 (sábado)
1º Movimento
Andante
Santa Clara.

Pauta: Santa Clara.

Santa Clara – capital da Província de Vila Clara – fundada no dia 15 de julho de 1689, ocupa uma extensão de 40,6Km², onde vivem 210.316 habitantes.

Durante a I Guerra Mundial, Cuba inicia uma nova etapa econômica, com a exportação de açúcar. Esse período é conhecido como ‘dança dos milhões’, ou ‘tempo das vacas gordas’, período quando cresce a imigração, notadamente de espanhóis.

Depois do triunfo da Revolução Cubana, a economia da cidade baseia-se no comércio e na produção agropecuária.

Santa Clara é uma das cidades mais industrializadas e um polo científico importante de Cuba.

Durante as lutas revolucionárias do final da década de 1950, destacam-se inúmeros heróis, entre eles: Julio Pino Machado, Agustín Gómez Lubián e Osvaldo Herrera.

Das lutas de libertação da ditadura batistiana, podemos destacar a ‘Batalha de Santa Clara’, quando aconteceu a captura do trem blindado.

Atualmente, Santa Clara recebe inúmeros turistas, vindos de todas as partes do mundo.

As atividades culturais, realizadas através da dignificação de artistas e escritores, foram incentivadas desde a vitória da Revolução, produzindo-se a divulgação de inúmeras manifestações culturais, com o intuito de massificar a cultura.

Entre as instituições culturais, podemos destacar: Complexo Escultórico e Memorial Comandante Ernesto Che Guevara de La Serna; Mausoleo Frente de Las Villas; Casa Provincial de Cultura Juan Marinell; Centro Cultural El Mejunje; Centro Cultural El Bosque; Complejo Cultural Abel Santamaría; Cine Camilo Cienfuegos; Cine Cubanacán; Museo de Artes Decorativas; Biblioteca Provincial José Martí; Teatro La Caridad; Museo Memorial Toma del Tren Blindado; Jardín Zoológico Provincial Camilo Cienfuegos (El Bosque); Casa de la Ciudad; Museo de la Universidad Central Marta Abreu, de Las Villas; Complejo Cultural Las Arcadas; Editorial Capiro; Editorial Sed de Belleza; Editorial Vanguardia; Editorial Melaíto; Emisora Provincial de Radio – CMHW (La Reina Radial del Centro): Telecubanacán; Centro Provincial de la Danza y el Teatro; Fondo Cubano de Bienes Culturales; Librería Pepe Medina; Galería de Arte de Villa Clara.

Mais informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Santa_Clara_(Villa_Clara)>
Acesso em: 09 mai 2018.

2º Movimento
Andante
Conjunto Escultórico Memorial Comandante Ernesto Che Guevara.

 

Pauta: Conjunto Escultórico Memorial Comandante Ernesto Che Guevara.

Localiza-se na Av. De los Desfiles, e se prolonga até a Rua Rafael Tristá, estendendo-se até o ‘desvio’ e à Avenida de Los Caneyes, em Santa Clara.

O projeto é dos arquitetos Jorge Cao Campos e Blanca Hernández Guivernaue, e do escultor José Delarra.

A museografia esteve a cargo do arquiteto José Ramón Linares Ferrera.

A praça, a Tribuna, o Museu e o Monumento a Che foram inaugurados no dia 28 de dezembro de 1988, como comemoração ao 30º aniversário da Batalha de Santa Clara.

Conhecido, em Santa Clara, como ‘La Plaza’, conta com mais de 17.500Km², nos quais encontramos 14 palmeiras que foram semeadas em cada lado, simbolizando o dia 14 de junho de 1928, data de nascimento del Che.

Foi concebido para atividades políticas e culturais, comportando até 80 mil pessoas.

 

A área central é de cimento vermelho, branco e preto.

No extremo final, duas fontes simbolizam a estrela do grau de Comandante Che.

A Tribuna, com extensão de 2.000m², tem capacidade para 900 pessoas.

Compõem o complexo:

Escultura del Che: Obra de Jose Delarra, a estátua del Che, em bronze, sobre um pedestal de 16 metros de altura, mede 6,80m e  pesa 20 toneladas.
El Che segura seu fusil M-2. Virada para o sul – mira a América do Sul.

Mural: Onde se observa diversas etapas das lutas na Sierra Maestra, as figuras do líder revolucionário Fidel Castro e outros heróis da contenda bélica pela definitiva independência de Cuba. Realizado em concreto, areia de sílica e cimento branco, pelo escultor José de Lázaro Bencomo.

Jardineiras: Medindo 6 e 2 metros de altura, são uma oferenda floral permanente ao Che. Na maior, encontra-se o texto da carta de despedida del Che a Fidel Castro.

Mausoléu: Nichos, onde descansam os restos del Che e de seus companheiros da guerrilha na Bolívia. Inaugurado em 17 de outubro de 1997, onde há uma chama eterna.

 

Museu: Encontra-se no museu uma cronologia da vida e da obra del Che, com imagens, fotos, objetos e documentos.

Aqui foi realizada uma vigília em honra a Fidel Castro, quando no dia 01 de dezembro de 2016, seus restos mortais saíram na caravana até Santiago de Cuba, onde ocorreu seu sepultamento.

Informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Plaza_Che_Guevara_(Santa_Clara)>
Acesso em: 07 mai 2018.

Alegro
É surpreendente a imensidão desta praça e do monumento.

 

Adágio
Opto por não visitar as partes internas do mausoléu. Primeiro porque ‘hay perimetro’, e não posso entrar com meu Estandarte e não poderei fotografar lá dentro. E, creio eu, essencialmente, porque não quero ver o local onde el Che está enterrado… assim, ele fica mais vivo para mim.
Alegro
Na parte externa, no local onde encontramos a chama eterna, há uma espécie de cemitério, onde estão sepultados os restos dos heróis das lutas.

Sinto paz neste local. Talvez como um sentimento de que eles cumpriram com suas missões.
Espaço
Neste local, existem tumbas sem nomes, para heróis que estão vivos e que, caso desejem, depois de mortos, poderão ter seus restos sepultados aqui.

 

Alegro
A estátua do Che, imensa e imponente como as palmeiras à minha frente!

 

3º Movimento
Andante
Monumento à Tomada do Trem Blindado.

 Pauta: Monumento a la Toma del Tren Blindado.

O Monumento, inaugurado no dia 13 de julho de 1987, refere-se a uma das ações mais importantes de sucesso do Exército Rebelde na área central de Cuba, encabeçada pelo Comandante Ernesto Che Guevara, no dia 16 de outubro de 1958. Este assalto tomou o trem blindado que levava tropas batistianas de reforço contra as lutas de libertação na área de Santa Clara.

O monumento – a céu aberto – à beira da ferrovia da cidade, é composto, essencialmente, de um obelisco, três vagões e uma escultura referente à explosão do trem.

De janeiro a junho de 2017, o monumento recebeu 115.374 visitantes.

As obras do monumento são de autoria de Ramón Rodríguez Limonte e de José Delarra.

Informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Monumento_al_Tren_Blindado>
Acesso em: 08 mai 2018.

Alegro
Considero o ponto marcante deste monumento a escultura que nos apresenta a explosão de um ‘coquetel Molotov’, utilizado para explodir o trem.

 

Conceito: Coquetel Molotov.

Bomba incendiária de fabricação caseira, feita com uma garrafa cheia de combustível e um pavio na garrafa. Ateia-se fogo no pavio e joga-se a garrafa no alvo a ser atingido.

Surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, quando os guerrilheiros soviéticos os usavam para atacar o exército alemão. O nome é em homenagem ao chanceler russo Vyacheslav Mikhailovich Molotov (1890-1986).

4º Movimento
Andante
Árvore veterana e os vagões do trem.
Alegro
Faço fotos do Estandarte com a árvore veterana no Monumento à Tomada do Trem Blindado, mais uma testemunha ocular desta história, e também com os vagões do trem.

 

5º Movimento
Andante
A via férrea.
Alegro
Busco conectar o Senha Aberta ao ir e vir do trem, um dos meios de transporte mais usados durante os séculos de ocupação de vários países por seus colonizadores-invasores, que implantaram a via férrea.

Esse sistema foi implantado, muitas vezes por companhias inglesas, exploradoras do transporte de mercadorias e passageiros, e a mão de obra, na maioria das vezes, de escravizados vindo do continente africano.

 

6º Movimento
Andante
‘El Che con un niño’.
Alegro
Faço fotos da escultura do Che com uma criança, na frente do departamento provincial da cidade de Santa Clara.

 

7º Movimento
Andante
Homenagens a Fidel Castro.
Alegro
Em alguns pontos da cidade, ficam claras a admiração do povo – e dos governantes – ao líder revolucionário Fidel Castro.

 

8º Movimento
Andante
Movimento 26 de Julho.
Alegro

 

Sobre o 26 de Julho, um resumo lido – o único disponível, em vídeo, atualmente:

‘O que foi o Movimento 26 de Julho?’

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nKBmtpC8GmA>
Acesso em: 18 mai 2018.

‘Marcha del 26 de Julio / Asalto al Cuartel Moncada’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Qszvzl4yl1o>
Acesso em: 27 ago 2017.

9º Movimento
Andante
O centro da cidade.
Alegro
Caminhamos pelo centro da cidade.
Apanhamos um ‘coche’ para irmos até a rodoviária, em busca de um carro para voltarmos para La Habana.

 

10º Movimento

Andante
Retorno a La Habana.

Alegro
Retornamos, ao final da tarde, em taxi coletivo.
La Habana, 19.11.2017 (domingo)
1º Movimento
Andante
Canções ao Che.
Alegro
Inúmeros artistas cantaram e cantam ao Che. Algumas canções podem ser ouvidas em dois CDs.

‘Canciones al Che – Varios Artistas’.
CD 1/2
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2Yo278FUWlY>
CD 2/2
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7F90YO3QpkY>
Acessos em: 21 out 2017.

2º Movimento
Andante
Filme: ‘Che – O Argentino’.
Dirigido por Steven Soderbergh.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_R6Sd4Cf5bw&t=168s>
Acesso em: 18 nov 2013.

No link do filme: “Em 26 de novembro de 1956, Fidel Castro vai de barco para Cuba com oito rebeldes. Um destes rebeldes é Ernesto ‘Che’ Guevara, médico argentino que divide um objetivo com Fidel – derrubar a ditadura corrupta de Fulgencio Batista. Che se mostra um lutador indispensável e rapidamente compreende e controla a arte da guerrilha armada. Sua dedicação à luta faz com que seja acolhido por seus companheiros e pelo povo cubano.

O filme acompanha a ascensão de Che na Revolução Cubana, de médico a comandante e a herói revolucionário.”.
3º Movimento
Andante
Filmes:
‘Che’ (1997).
Dirigido por Miguel Torres.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HQMjC53yXoo&t=122s>
Acesso em: 21 ago 2017.

No link do filme: “Sobre Ernesto Che Guevara, a evolução do homem, do médico, guerrilheiro, estrategista e humanista, até o surgimento do legendário comandante.”.

‘Che Guevara’. (Legendas em Português)
Roteiro e direção de Manuel Perez.
Apresenta a história da Revolução Cubana, tendo como fio condutor a história del Che.
Parte 1/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=95Guf4mXlkk&t=3s>
Parte 2/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nC9DJJtNVbg>
Parte 3/3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UvRpgnL2tpg>
Acessos em: 21 fev 2018.

 

La Habana, 20.11.2017 (2ª feira)
1º Movimento
Andante
Filme: ‘Un Día de Noviembre’ (1972).

Direção de Humberto Solás.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XYnL3YjjYhA>
Acesso em: 28 mar 2018.

Segundo o site do EcuRed: “Una dolencia aparentemente fatal conduce a Esteban a revisar su vida y sus relaciones humanas. El reencuentro con amigos y compañeros del clandestinaje no lo satisface, como tampoco la relación amorosa que tiene. Dialogar con un combatiente herido le resulta revelado.”.
2º Movimento
Andante
Filme: ‘Memorias del Subdesarrollo’.
Dirigido por Tomás Gutiérrez Alea.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=TdMurB4aF9A>
Acesso em: 23 ago 2017.

Segundo o EcuRed: “Una historia personal que hubiera sido intrascendente de no ocurrir en los vertiginosos días de la Revolución, cuando todas las contradicciones se pusieron al rojo vivo. La película entrega un monólogo interior con mirada a la calle, como es la novela homónima de Edmundo Desnoes.”.
3º Movimento
Andante
O céu de La Habana.
Alegro

Este céu, imensamente azul, visto do terraço superior da minha morada na Rua Campanário 310, entre San Miguel e Netuno.

 

4º Movimento
Andante
Uma pergunta singela.
Adágio
“O que é que os turistas usam para lavar suas roupas que as deixam com um perfume tão ‘rico’?”.

A pergunta me foi feita por uma das funcionárias da casa – especificamente uma das que trabalham na lavanderia. Fiquei surpresa… isto é, tomei um choque cultural com a pergunta, feita a mim com uma simplicidade cortante. Esta pergunta me aproximou, de forma visceral, da mulher que a fez.

Um fio de navalha próximo, muito próximo de meu coração…

Espaço
Tentei explicar, de forma carinhosa, que existem muitos produtos diferentes que deixam as roupas com cheiros diversos. Tentei deixar claro que não havia, realmente, vantagens em deixar a roupa perfumada e que, geralmente, isso é fruto de muitos produtos químicos acrescentados ao sabão.

Aproveitei para dizer que não gosto dos cheiros fortes, e que lavo minhas roupas com sabão de coco… e busquei responder sem contar nenhuma vantagem em se ter esse ou aquele produto! Acho que não consegui satisfazer sua pergunta.

Não dava pra falar sobre padrão de vida, sobre como uns ganham muito dinheiro e outros são extremamente pobres no mundo capitalista. E também, que os pobres do mundo não viajam, não tem água encanada em casa, não tem sabões cheirosos para lavar suas roupas… e quase não têm roupas, não têm saúde pública nem educação gratuita.

 

La Habana, 21.11.2017 (3ª feira)
1º Movimento
Andante
Museu de Numismática.
Alegro
Marcamos encontro com mulheres para entrevistar e fotografar, e homens para entrega de flores, na Habana Vieja, no Museo de Numismática de Cuba.

O museu, pequeno e muito bem-posto, apresenta a história das moedas do país.

Uma senhora nos apresenta, passo a passo, todo o museu.

Alegro
Aqui, entregarei flores, entrevistarei e fotografarei mulheres e homens.
2º Movimento
Andante
‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.
Alegro
Entrega da rosa nº 2/42 ao sr. Victor Denis Lara.
3º Movimento
Andante
‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.
Alegro
Entrega da rosa nº 3/42 ao sr. Miguel Alvares.
4º Movimento
Andante
Entrevistar e fotografar Mirian Navarro Matos.
Alegro
Filha de camponeses, Mirian começou a estudar em uma escola rural.

Chegou a La Habana em 1963, para estudar.

Na sua memória, os programas que ajudaram e ajudam os filhos de camponeses a irem para a escola.

Na sua memória, também, suas participações no sindicato e no movimento nacional pela cultura.

Ela explica que, durante todo o tempo, recebeu estímulo e reconhecimento pelo seu trabalho como educadora.

Ressalta sua importância para seu país, graças à Revolução Cubana.

Ela não fala, exatamente, sobre a esperança.

5º Movimento
Andante
Entrevistar e fotografar Maria Cristina Matos.
Alegro
Sente-se feliz em poder me contar o quanto a Revolução a ajudou, porque nasceu antes dela.

Em sua memória, a lembrança de ter somente sete anos quando triunfou a Revolução, e fazia parte de uma família de camponeses muito pobres, de 10 irmãos.

Puderam ter uma vida melhor e irem para a escola.

Em sua memória o fato marcante de ter sido possível abraçar Fidel.

Na sua esperança, continuar com plena saúde mental e corporal.

 

6º Movimento
Andante
Uma canção da infância.
Alegro
Mirian e Maria Cristina – gravam uma canção das suas infâncias.

7º Movimento
Andante
Ernest Hemingway.

 

(Pauta: Ernest Hemingway.
Ernest Miller Hemingway nasceu no dia 21 de julho de 1899, em Oak Park, Illinois, EUA.

Escritor e jornalista, cuja obra é considerada clássica na literatura do século XX.

Inicia-se como jornalista no Kansas City Star, e pouco depois se alistou, como voluntário, para dirigir ambulância na Itália, durante a I Guerra Mundial. Mais tarde, transferido para o exército italiano, foi gravemente ferido.

A partir de 1927, passa longas temporadas em Key West, Flórida, na Espanha e no continente africano. Voltou à Espanha durante a Guerra Civil, como correspondente de guerra.

Durante a II Guerra Mundial, como jornalista do exército norte-americano, cobriu o desembarque na Normandia. Depois desta guerra estabeleceu-se em Cuba.

Participou de uma organização antifascista.

Apesar de não participar diretamente da Revolução Cubana, simpatizava com alguns de seus líderes, o que causou sua expulsão dos EUA.

Em 1959, estava na Europa, e declara publicamente sua satisfação pela vitória da Revolução Cubana.

Seus textos, carregados de elementos trágicos, representam fotograficamente, a época por ele vivida.

Recebeu, em 1953, o Prêmio Pulitzer por ‘O velho e o Mar’ e, em 1954, o Prêmio Nobel de Literatura.

Apaixonado pela caça, pesca, pelas touradas e por aventuras.

Viveu em La Habana, por um período de vinte anos, onde uma marina e um torneio de pesca levam o seu nome.
Suas experiências de vida foram vastamente utilizadas em sua obra.

Em Cuba:
Em 1940, Hemingway decide radicar-se em La Habana, depois de um período visitando regularmente a Ilha. Compra a ‘Finca Vigia’, com o dinheiro ganho com direitos autorais do livro ‘Por Quem os Sinos Dobram’, tornando-a seu lugar.

Sofria de dores causadas por inúmeros ferimentos, consequentes de suas participações nos conflitos internacionais, e diz-se que bebia muito para aplacar as dores.

‘Batia o ponto’, praticamente todos os dias, no bar ‘El Floridita’, em La Habana, que por sua história, atrai até hoje, turistas de todo o mundo.

Maiores informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Ernest_Hemingway>
Acesso em: 30 mar 2018.

‘Hemingway habla en español sobre el Nobel y Cuba’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=hK42niNv85Y>
Acesso em: 03 abr 2018.

‘Ernest Hemingway. (El fin de algo)’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FSagQWBGOAg>
Acesso em: 03 abr 2018.
8º Movimento
Andante
Viagem de La Habana à ‘Finca Vigia’.
Alegro
Viajamos em um Chevrolet 1952, que atualmente roda com motor Mitsubishi a diesel, até a casa onde Ernest Hemingway viveu.

O carro veio ao mundo no mesmo ano que eu! (1952).

 

Pauta: Museo Ernest Hemingway.
A Finca Vigia, última morada de Ernest Hemingway em Cuba, situa-se a 12,5Km de distância do centro de La Habana, no povoado de San Francisco de Paula.

O arquiteto catalão Miguel Pascual y Baguer responsabilizou-se pela edificação da residência, em 1887.

Um ano depois da morte de Hemingway – no dia 21 de julho de 1962, data em que se comemoraria seu 63º aniversário – sua última esposa, Mary Welsh, com o objetivo de perpetuar a história do escritor, doa a casa ao governo revolucionário, que a converte em museu.

As instalações da casa se conservam como se o dono ainda a estivesse habitando. Cada objeto permanece tal como ele o deixou antes de ir para Kentucky, Idaho, EUA, lugar onde deu fim à sua vida no dia 02 de julho de 1961.

Mais informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Ernest_Hemingway>
Acesso em: 30 mar 2018.
Alegro
O taxi no qual chegamos à ‘Finca’ permanece na entrada principal nos esperando.

Caminhamos um percurso bucólico, repleto de árvores, até chegarmos à casa-museu, onde o escritor viveu.
Espaço
Tudo permanece impecável, como ele deixou!
Adágio
Hemingway, depois de tantos percalços e guerras com que teve contato, trabalhou – aqui em Cuba – em uma casa espaçosa, confortável e tranquila, repleta de raios solares que entram por suas janelas e portas. Sua biblioteca compõe-se de mais de 9 mil títulos.
9º Movimento
Andante
Fotos.
Alegro
Faço fotos no caminho de entrada da Finca e em alguns espaços externos da casa.

 

Alegro
Pelo lado de fora, fotografo alguns interiores – impecáveis – da casa.
Espaço
O Estandarte aqui, resignifica  minha missão de artista.

 

Adágio
Quem dera os escritores, espalhados ao redor do mundo, tivessem esse conforto para produzirem suas obras!

A cada passo
um espaço
uma lacuna que se abre
entre um sonho e outro
quase um fim de mundo
quase uma lágrima partida
quase um coração perdido.
Um sorriso surge
de entre meus dentes
pelas lutas que restam
a serem lutadas
na intensidade do mundo
que, ansioso, aguarda
por novas caras
de humanidade.

 

Aos cubanos e cubanas

Este povo constrói
seu próprio destino
com acertos e tropeços.
Risos e choros
encantam seus caminhos
aprofundam visões
para o caminhar
em caminhos incertos
como incertos sempre foram
os destinos
de homens e mulheres
do mundo.
O Império-Norte

O Império-Norte
mira com olhos de fogo
os povos da Ilha
que insistem em buscar
seu próprio destino.

 

10º Movimento
Andante
Olhar ao redor.
Alegro

 

Ao voltar para ‘casa’, depois de mais umdis de trabalho árduo, fico curtindo os espaços da cas onde estou morando.

 

 

La Habana, 22.11.2017 (4ª feira)
1º Movimento
Andante
Escuela Latinoamericana de Medicina.
Espaço
O trajeto até a Escola:

Do Parque de Curita a Coppelia, viajamos em um taxi coletivo, ano 1952.

De Coppelia a Paradero de Playa, 45 minutos, em ‘guagua’, com ar-condicionado e música.

 

De Paradero de Playa a Baracoa, em um taxi coletivo.

Espaço
Este percurso fizemos em mais de duas horas de viagem.

2º Movimento
Andante
Chegada à Escola Latino-americana de Medicina.
Espaço
Chegamos, finalmente, à NÃO RECEPÇÃO da escola.

Digo não recepção, porque não conseguimos bem ser recebidas, nem mesmo na recepção da referida escola.

A atendente simplesmente falou que eu – estrangeira – não podia passar daquele lugar.

A assistente ao Senha Aberta, tentou, de todas as formas, que uma pessoa da escola viesse conversar conosco… seja da reitoria, seja das relações internacionais, alguém relacionado a estudantes vindos do Brasil, ou de qualquer departamento.

NADA!

Mostramos a carta da Associação de Pedagogos de Cuba.

NADA!

E nem ao menos a trataram bem ao telefone!

Depois de explicar e explicar, e explicar o que estávamos fazendo lá, desistimos e saímos daquele não lugar.

¡HAY PERIMETRO!

¡MUCHO PERIMETRO!

 

São proibidas fotos da escola feitas da portaria, com a portaria feitas do pátio da frente – da rua…

São proibidas…

Tudo é proibido em termos de fotografia…

Alegro
Sem problemas!
Atravesso a rua e faço fotos do que não é proibido por aqui.
Com a dificuldade de aceitação – no Brasil – dos médicos que se formam nesta escola, creio que ninguém se importa… pois eu aqui, no mínimo, possibilitando um canal de divulgação desta escola.
3º Movimento
Andante
Foto do outdoor.
Alegro
Estudantes sorridentes fazem a propaganda deste lugar impenetrável e enigmático.

 

SOTURNO.

Conceito: Soturno.

“Melancólico, tristonho, taciturno; que parece estar envolto em trevas; escuro, sombrio, grave; que infunde medo ou pavor; lúgubre, assustador sinistro; falta de claridade; escuridão, treva.”. (HOUAISS, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, p. 2614).

 4º Movimento

Andante
Relação Brasil/Cuba.
Alegro
Os governos brasileiros do PT (Partido dos Trabalhadores), firmaram contratos de cooperação com o governo cubano para envio de médicos para suprir as precárias condições da saúde pública do Brasil.

Por parte das associações de médicos, houve uma resistência forjada no sentido de boicotar o trabalho dos médicos cubanos, que utilizam a medicina preventiva, e vão radicalmente de encontro ao regime exploratório e barbarizante da medicina brasileira.

Viva Cuba! Viva os médicos cubanos!

‘Ofensas a Médicos Cubanos expõem o pior do Brasil’.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=NZ2MJmxqFPk>
Acesso em: 20 nov 2013.

Médicos cubanos chegam ao Brasil: “Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro. Trabalhamos porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo.”.
Espaço
Os médicos brasileiros, geralmente, se recusam a trabalhar nos interiores e nas localidades mais longínquas de nosso país, onde a população empobrecida não tem acesso a médicos.

Médicos brasileiros, formados geralmente em universidades públicas, ainda têm o descaramento de receber mal, muito mal, os médicos cubanos.

Que vergonha!

‘Médicos cubanos vaiados por médicos brasileiros – Fortaleza’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=B5lnkApccbA>
Acesso em: 20 mai 2018.

Alegro
O real significado da palavra dignidade:

‘Médicos cubanos agradecem ato de solidariedade, cantando Guantanamera’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XfHltYHa2XY>
Acesso em: 20 nov 2013.

5º Movimento
Andante
Viagem de volta.
6º Movimento
Andante
Escultura do Dom Quixote de La Mancha.

 

Pauta: Dom Quixote.
Personagem de Miguel de Cervantes, do livro escrito no início do século XVII.
Uma das obras literárias mais traduzidas no mundo.

“Relata os feitos de um ingênuo e fidalgo cavaleiro medieval, Dom Quixote. Ao lado dele, estão seu cavalo Rocinante e seu fiel amigo e escudeiro Sancho Pança. Ele vai em busca de justiça e de sua bela donzela imaginária (Dulcineia de Toboso), tal qual ocorria nas novelas de cavalaria.”.

 

Adágio
Somente um Dom Quixote para sobreviver a certos dias! A este dia!
7º Movimento
Andante
Pássaros.
Adágio
Os pássaros podem voar.
Alegro
Envio pássaros coloridos aos mal humorados da terra.

Os pássaros do Museu Violeta Parra, em Santiago do Chile.

 

Pájaros pueden volar.
Pássaros podem voar.
Birds can fly.

 

8º Movimento
Andante
Rádio Rebelde.
Alegro
Hay perímetro.
Pero, apesar de haver perímetro – segundo lei federal, estrangeiros não podem entrar – somos muito bem recebidas na RECEPÇÃO, e conseguimos conversar com o jornalista e professor de locução sr. Ibrahim Adbul, que animadamente, nos fala da rádio.

Ele nos explica que a primeira Rádio Rebelde fundada era outra rádio, não é esta. Que a rádio mais importante para a Revolução Cubana foi a Radio Reloj. Houve um tempo em que funcionavam cinco rádios ‘Reloj’ em Cuba.

Os pássaros podem voar, como o som voa.

Para ouvir Rádio Rebelde, de Cuba: <http://www.radiorebelde.cu/audios-bajodemanda/radio_rebelde_en_vivo.htm>.

9º Movimento
Andante
Casa dos Jornalistas.
Alegro
Aquí, me identifico com os jornalistas cubanos, ao caminar nas ruas e encontrar o Casa dos Jornalistas.

 

La Habana, 23.11.2017 (5ª feira)
1º Movimento
Andante Preciso de mais luz! Literalmente luz!
Alegro
Abro minha janela às primeiras luzes de um dia, um novo dia, mais um dia em Cuba.

Dentro do meu quarto, três luzes acesas iluminam, minimamente, a folha branca do papel em que escrevo.

Dentro de meu coração, sombras passeiam.

No mais profundo, volto ao tempo em que, para mim, tudo eram ‘flores’ nas revoluções, apesar do sangue derramado… e o sangue não importava, porque a vitória do povo sempre foi maior que tudo.

Do outro lado do mundo, outra revolução – que teve inúmeros eventos de radicalismos – dava suporte a esta pequena Ilha.

Agora, com a perda do suporte – cujas benesses e defeitos eu não sei se ainda existem – resta por aqui o que ficou dos logros – e não são poucos – e uma profunda crise de falta de alimentos e busca de novas perspectivas.

Cada movimento dos dirigentes para solucionar a crise financeira leva a Ilha mais e mais para perto do sistema capitalista. Não por algum problema da Ilha, mas de como o mundo funciona em nossos dias.

Quando se move em direção ao turismo, aumenta a crise no suprimento de alimentos – já que um turista ‘devora’, por dia, mais do que uma família cubana, inteira, consome em uma semana, sendo bem alimentada.

E, nesta luta, o individual – o indivíduo turista – muitos deles de olhos sombrios e sorriso duvidoso, troca por dinheiro muito mais do que por aqui se troca por trabalho, carinho, dedicação e amor à revolução.

A imensidão da capacidade do povo cubano de doar e doar-se ao outro, exercitando a igualdade entre eles, significa sua meta principal de humanização.

Luz!

Quero luz! Subjetivamente mais luz!

‘Vida – Chico Buarque’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iza3sJaHc6E>
Acesso em: 03 abr 2018.

2º Movimento
Andante
Visita à Casa de Las Américas.

 Pauta: Casa de Las Américas.
“Fundada em 1959 por Haydee Santamaría, e atualmente presidida por Roberto Fernández Retamar, a Casa de las Américas promove, investiga, suporta, auspicia, premia e publica o trabalho de escritores, artistas plásticos, músicos, teatrólogos e estudiosos da literatura, das artes e das ciências sociais do continente.
A instituição possui personalidade jurídica própria e realiza atividades de caráter não-governamental. […] Encaminha e desenvolve as relações com os povos da América Latina, do Caribe e do resto do mundo, [… ] através de instituições e pessoas.”.

Informações disponível em: <http://www.casa.co.cu/>
Acesso em: 11 mai 2018.

Andante
Compra de livros e discos.
Alegro
Compro um livro sobre a Caravana da Liberdade e CDs de poemas de alguns escritores latino-americanos.

Um achado! Coisa que não se consegue comprar no Brasil.

3º Movimento
Andante
Almoço com brasileiros.
Alegro
Almoço festivo com alguns brasileiros que visitam Cuba.
4º Movimento
Andante
Fernando Morais na Casa de Las Americas.

Pauta: Fernando Morais.
Fernando Gomes de Morais “Nasceu em Minas Gerais no ano de 1946, indo para São Paulo assim que completou 18 anos de idade. […]

Trabalhou em vários órgãos de imprensa de renome, tais como Jornal da Tarde, Revista Veja, TV Cultura e algum tempo, para o portal IG, sem falar em muitos outros órgãos da imprensa brasileira.

Foi agraciado, por três vezes, com o Prêmio Esso e por quatro vezes recebeu o Prêmio Abril de Jornalismo.

Nos anos 1970, Fernando resolveu largar o dia a dia da redação para trabalhar como ‘free lancer’ e se dedicar aos livros que publicou ao longo do tempo. […]

Lançou livros de grande sucesso, nos quais abordou o perfil de personalidades importantes para a nossa história, como ‘Olga’ (Olga Benário) e ‘Chatô’ (Assis Chateaubriand), tido como o Rei do Brasil.

É considerado um dos escritores brasileiros que mais comercializa livros no Brasil e em mais 19 países, já tendo atingido a marca de mais de 2.000.000 (dois milhões) de exemplares vendidos.

Em sua coletânea, intitulada ‘Cem Quilos de Ouro’, Morais examina e comenta uma série de doze reportagens assinadas por ele entre as décadas de 1970 e 1990. […]

‘A Ilha’ tornou-se seu primeiro marco editorial.

Pesquisador devotado e habilíssimo na abordagem de suas obras, lançou biografias e reportagens que cativaram cada vez mais os seus leitores. […]“.

Alguns livros de Fernando Morais: A Ilha – José Olympio – 1986; Olga – Companhia das Letras – 1994; Chatô, o Rei do Brasil – Companhia das Letras – 1994; Corações Sujos – Companhia das Letras – 2000; Na Toca dos Leões – Planeta – 2005; O Mago – Planeta – 2008; Cem Quilos de Ouro – Companhia das Letras – 2008; Montenegro – Planeta – 2008; Os Últimos Soldados da Guerra Fria – Companhia das Letras – 2011.

E, ‘Histórias de un Reportero’ – Casa de las Américas – 2017.

Informações disponíveis em: <https://www.infoescola.com/biografias/fernando-morais/>
Acesso em: 11 mai 2018.

Site de Fernando Morais, disponível em: <https://nocaute.blog.br/>

Alegro
Palestra e lançamento do livro de Fernando Morais, ‘Histórias de un Reportero’, publicado pelo Fundo Editorial Casa de Las Américas.

 

Alegro
O lançamento faz parte da Semana de Autor, com Fernando Morais.

 Pauta: ‘Histórias de un reportero’.

Melhor fala, nas próprias palavras de Fernando Morais, no lançamento do livro, em La Habana.

‘Presentación del libro Historias de un Reportero’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DfOFtPWj9WA>
Acesso em: 03 abr 2018.

Alegro
O livro relata, com depoimentos, documentos e entrevistas, a questão dos cinco cubanos presos nos EUA, acusados de espionagem.

Fernando declara: “O país mais espionado do mundo é acusado de espionagem pelo país que mais espiona no mundo.”.

Sobre o povo cubano ele afirma: “O povo cubano é um povo de retitude de caráter.”.
5º Movimento
Andante
‘Os cinco’.

 Pauta: ‘Os Cinco’.

Alegro
Cartaz de apoio aos cinco cubanos em Varadero, Cuba.

“Os Cinco cubanos acusados pelos EUA, de conspiração – Gerardo Hernández, Antonio Guerrero Rodríguez (poeta e pintor), Ramón Labañino (licenciado e economia. Graduado com diploma de ouro pela Universidade de Havana)., Fernando González (lutou em Angola, pela libertação desse país e na África do Sul, contra o apartheid), e René González (instrutor de voo e técnico em aviação. Participou como combatente internacionalista na guerra de Angola e nas lutas antiapartheid, na África do Sul). Receberam penas diversificadas.

Cuba reconheceu que os cinco eram agentes de inteligência mas afirmou que eles estavam espionando somente os grupos terroristas de exilados cubanos, não o governo dos Estados Unidos.

Em Cuba os cinco são vistos como heróis nacionais e os cubanos os apontam como tendo sacrificado suas liberdades em defesa de seu país.

Cuba conta 3.478 mortes por atentados terroristas da Revolução Cubana até 2001.

Nessas mortes o governo cubano contabiliza a explosão do Voo Cubana 455; a invasão da Baía dos Porcos; e diversos ataques e atos de sabotagem, com vítimas, a embarcações, fábricas, restaurantes e hotéis de Cuba.

Os cinco foram presos em Miami no dia 12 de setembro de 1998, e indiciados pelo governo dos Estados Unidos por 25 crimes, incluindo falsa identificação e conspiração para espionar.

Sete meses depois foi adicionado o indiciamento por conspiração para cometer homicídio para Gerardo Hernández.

Em abril de 2009, Hernández afirmou que os cinco já haviam passado 17 meses em solitária. Em junho de 2001, o grupo foi condenado de todos os 26 crimes pela Corte Suprema, em Miami, incluindo homicídio para Gerardo Hernández.

Em dezembro de 2001 o grupo foi condenado a variados tempos de prisão: Hernández foi condenado a duas prisões perpétuas; Guerrero e Labañino foram condenados a prisão perpétua; Fernando Gonzáles foi condenado a 19 anos; e René Gonzáles foi condenando a 15 anos.

O júri não incluiu nenhum cubano-americano, mas 16 dos 160 membros do grupo de seleção para o júri “conhecia as vítimas da derrubada do avião ou conhecia testemunhas do julgamento que voaram com elas”.

Ricardo Alarcon, Presidente da Assembleia Nacional de Cuba, aponta que um ano depois a mesma corte concedeu uma moção pela mudança de local de julgamento em um caso trabalhista com uma conexão a cubanos. Como resultado, os cinco pediram anulamento do julgamento e uma mudança de local para o novo julgamento; a moção foi negada. De acordo com Alarcon, a apelação dos cinco para uma corte superior foi dificultada por mais um mês de confinamento em solitária no começo de 2003, por acesso negado aos seus advogados.

Em 9 de agosto de 2005 um painel de três juízes da Corte de Apelações do 11º Circuito em Atlanta unanimemente derrubou as condenações e sentenças dos cinco cubanos e ordenou um novo julgamento fora de Miami. O painel afirmou que a comunidade de exilados cubanos e a publicidade do julgamento tornou o julgamento desfavorável e preconcebido contra os réus. Essa foi a primeira vez que uma corte de apelações do circuito federal dos Estados Unidos reverteu um julgamento de um pedido de mudança de local do julgamento. Entretanto, em 31 de outubro de 2005 a corte concordou com um pedido do governo dos Estados Unidos de rever a decisão, e em agosto de 2006 a decisão por um novo julgamento foi revertida por 10 a 2 pelo pleno da Corte de Apelações do 11º Circuito.

Em 13 de outubro de 2009 Antonio Guerrero, Ramon Labañino e Fernando González foram re-sentenciados a penas menores que as originais. Guerrero foi sentenciado a 22 anos; Labañino a 30 anos e González a 18 anos.

Desde suas condenações há uma campanha internacional para que os cinco sejam libertos.”.

Rene Gonzalez foi liberto em outubro de 2011, sob condicional, tendo que permanecer nos Estados Unidos por três anos.

Em outubro de 2011, René González é libertado, depois de cumprir suas penas.

Em fevereiro de 2014, Fernando González, é libertado depois de cumprir sua sentença.

Em dezembro de 2014, são libertados Gerardo Hernández, Antonio Guerrero e Ramón Labañino.

Resumidíssimo de informações de vários sites, inclusive: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_cubanos>

e em: <http://www.fidelcastro.cu/pt-pt/noticia/libertacao-dos-cinco-herois-cubanos-o-dia-que-justica-triunfou>

e em: <http://www.resumenlatinoamericano.org/2014/12/17/libres-los-5-heroes-ya-estan-otra-vez-juntos-en-cuba/>

Cronologia completa dos cinco, disponível em: <http://www.acn.cu/cuba/6141-detallada-cronologia-de-caso-de-los-cinco-heroes-cubanos>
Acessos em: 04 abr 2018.

6º Movimento
Andante
Ouvir Silvio Rodriguez.
Alegro
Ouvir Silvio Rodriguez em Cuba.
Sinto-me como cantarolando suas canções en las calles de La Habana.

Ouvindo Silvi
vejo um pássaro dentro do ovo
prontinho para sair
voando
por entre os prédios coloniais
desta formosa cidade
formosas canções
formoso povo.

Alguns(as) cubanos e cubanas relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Silvio Rodriguez.

 

AQUI DEVEIRA ESTAR UMA FOTO DE SILVIO RODRIGUES.

Silvio Rodríguez “tinha 18 anos quando, em 1964, ingressou no serviço militar e aprendeu a tocar violão para driblar os momentos de marasmo no quartel.

Compôs ali suas primeiras canções, algumas das quais seriam gravadas no futuro.

Em 1967, quando se associou ao Centro de la Canción de Protesta, Silvio Rodríguez passou a compor e a cantar de forma sistemática, com caminhos similares aos de Pablo Milanés.

Em fevereiro de 1968, os dois se somaram ao colega Noel Nicola e fizeram seu primeiro concerto, na Casa de las Américas.

O trio constituiu a base do Grupo de Experimentación Sonora del ICAIC (Instituto Cubano de Artes e Indústria Cinematográfica), o Gesi, que, em 1972, deflagrou oficialmente o movimento musical batizado de ‘nueva trova cubana’.

As primeiras gravações aparecem nos álbuns coletivos do Gesi. Dessa etapa inicial, sua obra preserva as engajadas Fusil contra fusil e La era está pariendo un corazón (“Ha que se queimar o céu se for preciso / para viver / por qualquer homem do mundo / por qualquer casa”). Nelas, fica evidente a aproximação da música tradicional de Cuba com sonoridades internacionais, como o pop e o rock inglês.

O primeiro LP autoral, Días y Flores, foi lançado em 1975.

Na Europa, foi intitulado Te doy una canción, porque a ditadura de Francisco Franco, na Espanha, proibiu a veiculação da faixa-título original Días y Flores, bem como de Santiago de Chile. Nesse primeiro disco, destacam-se Pequeña Serenata Diurna e Sueño con Serpientes. Ambas seriam gravadas no Brasil, a primeira por Chico Buarque, em seu LP de 1978, e a segunda por Milton Nascimento, no LP Sentinela, de 1980, com participação especial de Mercedes Sosa. As duas canções ficariam para sempre entre as mais importantes do autor.”.

Mais informações disponíveis em: <http://memoriasdaditadura.org.br/artistas/silvio-rodriguez/index.html>
Acesso em: 30 ago 2017.

‘Fusil contra fusil – Silvio Rodriguez’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ok4bBCrIV7w>
Acesso em: 04 abr 2018.

‘La era está pariendo un corazón – Silvio Rodríguez’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UsLKyYa2nfg&list=RDUsLKyYa2nfg>
Acesso em: 04 abr 2018.

‘Dias y Flores – Silvio Rodriguez’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6GJTFRNkaho&has_verified=1>
Acesso em: 04 abr 2018.

‘Silvio Rodríguez – Santiago de Chile’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KT5_i2EQb3I>
Acesso em: 04 abr 2018.

‘Silvio Rodríguez – Pequeña serenata diurna – Villa Lugano – 30-05-15’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bO_SJ_I2teM>
Acesso em: 04 abr 2018.

‘Chico Buarque y Silvio Rodríguez’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=szSnvsD-IEc>
Acesso em: 04 abr 2018.

‘Silvio Rodríguez: Sueño con serpientes’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=I6OUMPZqijM>
Acesso em: 04 abr 2018.

‘Milton Nascimento – Sueño Con Serpientes’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=b9QDqWVmtMs>
Acesso em: 04 abr 2018.

‘Mercedes Sosa e Milton Nascimento – Sueño con Serpientes’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=f06LvRjKD90>
Acesso em: 04 abr 2018.

7º Movimento
Andante
Unicornio azul
Espaço
‘Mi unicornio azul – Silvio Rodríguez’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dnvVtkVaM84>
Acesso em: 31 ago 2017.

 

FOTO DE PROPAGANDA DO BRINQUEDO.

Espaço
O que é um unicornio azul?

Poderia ser um brinquedo de criança – e o é.
Esse brinquedo eu recordo bem, no período em que vivi fora do Brasil.

Um unicórnio azul é um suprassumo da subjetividade.
Sendo um animal mítico, ainda mais na cor azul!
Ele pode ser, também, uma utopia.

Utopia azul.

Azul é da cor de como vemos o céu: utópica.

Ele pode ser o desejo da liberdade, da subjetividade, da criatividade.

Um unicórnio azul perdido, a perda de tudo isso?

Ao se ir (como diz Silvio Rodriguez: ”se foi”), o que restará depois dessa perda?

Ao pedir socorro a quem por acaso tiver alguma informação, acredito seria a busca de novas falas, novos textos, novas perspectivas para a sociedade.

Assim leio esta canção.

E também:

Simboliza a criança. A liberdade criativa característica da infância. A infância da Revolução. A infância da esperança, que vai se transformando nas inquietudes da adolescência e nos questionamentos da vida adulta.

Algo já distante para as pessoas que não participaram do processo revolucionário, durante a Revolução?

Creio que não, pois ela pode ser vista em muitas partes na Ilha.

A nova juventude, que, fascinada pelo fetiche do consumo busca novos parâmetros para entendimento do mundo em que habitam?

Que caminhos encontrará o povo cubano, para esse caldeirão de ideias que se apresenta na sociedade cubana?

Como os de mais idade encontrarão caminhos para reavivar o orgulho revolucionário nos de menos idade?

Como poderão ser enfrentados os desafios trazidos pelas novas tecnologias?

O unicórnio azul significa, também, a maturidade. A chegada à idade onde as coisas são conhecidas. Onde se pode ver através do olhar das experiências vividas.

Considero uma negociação obscena trocar os ganhos da revolução pelos desígnios do capital.

Acredito que o povo cubano será capaz de encontrar seus próprios caminhos. E isto, para mim, está na direção da esperança, e para eles no caminho da ação, do compartilhamento, da dignidade do povo cubano.

Os tiranos do mundo continuam mirando com olhos gananciosos a Ilha.

Porém, o ‘crocodilo’ continua de olhos abertos, movimentando seu rabo.

Nas águas barrentas – revolvidas pelos movimentos do ‘crocodilo’, peixes e outros animais marinhos protegem a Ilha.

Viva Cuba!

Alegro
Um grupo de cubanos e cubanas, que vivem em Cuba, dentre eles o músico Silvio Rodriguez, utilizam a rede mundial de computadores para dialogar sobre as questões que envolvem as preocupações relacionadas a Cuba e outros países.

Endereço do site: <http://segundacita.blogspot.com/>
Último acesso em: 21 jul 2018.

Alegro
Caso se deseje, é possível inscrever-se no site acima e entrar na lista de postagem deles.

 

La Habana, 24.11.2017 (6ª feira)
1º Movimento
Andante
‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.
Alegro
Ao caminhar em busca dos amigos, entrego flores a: 4/42 a 21/42 – Jorge Carlos Frometa; Angel Mendez; Richard Arango; Jorge Hernandez; Julian Depestre; William Capot; Luis Manuel Tamayo; Rodolfo Garcia; Diego Alberto Guerra; Evelio Cubertul; Dayrel Lopez; Alexandro Hernandez; Victor Casabella; Mario Sombert; Sinuhe Chiolg; Florial Emilio Perez; Raymond Hernandez; Raysel Delgado.

Espaço
Coisa mais linda estes homens cubanos!

Quando resolvem participar do projeto, o fazem com um amor intenso.

A maioria se surpreende com a ideia de ganhar uma flor branca.

Em geral, todos tem um orgulho imenso de José Martí e de seus pensamentos.

José Martí vive em cada uma dessas flores brancas entregues a estes homens que vivem tantos anos depois das lutas de Martí. Os cubanos se orgulham de saber coisas do Brasil – chamam o Brasil de ‘El gigante del Sur’.
2º Movimento
Andante
Um ‘regalo’.
Alegro
Ganho, de Rodolfo Garcia, o livro Versos Sencillos, de José Martí, com o seguinte oferecimento: “Para una amiga sincera, que me regaló una flor blanca.”.

Ele havia recebido a rosa 11/42.

Alegro
Este foi um dia fantástico! Estive o dia inteiro no corpo-a-corpo com o povo de La Habana.

 

Martí

Entrego as rosas brancas
que com gestos sinceros
cultivaste na vida
ao fazer caminhos floridos
iluminados pela luz
que cuidadosamente espalhaste
nos teus 42 anos de vida.
Tu és imortal
em cada flor que ‘regalo’
e juntos
te multiplicamos
infinitamente.

3º Movimento
Andante
Música e a Revolução.
Alegro
Encontrei um precioso CD, com canções referentes à Revolução Cubana:

‘La canción, un arma de la revolución – 1974 – EGREM’.
Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=8qvBKyjqJVY>
Acesso em: 20 mar 2018.

 

La Habana, 25.11.2017 (sábado)
1º Movimento
Andante
Os relógios.
Alegro

 

Soar

 

Estes relógios marcaram
as horas das chagadas
dos filhos
vindos de Espanha
soaram as horas
quando chegaram
os novos imperialistas do norte
com seu poder.
Mas soaram também
as horas de suas partidas
ao voltarem para o norte
sem nunca esquecer
as benesses desta Ilha.

 

Soaram a hora
da tomada do poder
a hora de ensinar os alfabetos
a todos e todas
as pessoas da Ilha.

 

As horas destes relógios
soaram o tempo
do orgulho de ser cubano.
Soaram a hora
de reconstruir a pátria.

 

Agora silenciados
substituídos por eletrônicos
não marcam mais
não soam mais.

 

As novas tecnologias
não esperam nada.

 

Não podemos esperar
que marquem horas gloriosas
para os trabalhadores do mundo.

(La Habana, durante meu café da manhã, olhando os relógios pendurados na parede).

2º Movimento
Andante

Lênin.

 

(Pauta: Vladimir Ilich Ulianov “Conhecido como Lênin, nasceu em uma família de intelectuais russos, em 22 de abril de 1870.

Revolucionário, liderou a Revolução Bolchevique.
Político comunista, principal dirigente da Revolução de Outubro da Rússia, em 1917.”.

“O nome de Lênin entrou definitivamente para a história mundial quando ele se levantou contra a guerra imperialista, iniciada em agosto de 1914, e denunciou a traição dos chefes socialdemocratas europeus, que capitularam vergonhosamente diante da carnificina promovida por seus respectivos governos burgueses.

Ele e um pequeno grupo de marxistas revolucionários passaram a se constituir como os principais defensores da paz entre os povos e da independência nacional.

Diante da bancarrota da 2ª Internacional, Lênin abraçou a tarefa de renovação do marxismo e da estratégia revolucionária dos socialistas. Nesse esforço intelectual, redigiu vários trabalhos seminais, entre eles Imperialismo, Etapa Superior do Capitalismo. Nesta obra, publicada em 1916, apontou a tendência do capitalismo em concentrar a produção e o capital em grandes monopólios; e fundir o capital industrial e bancário formando o capital financeiro. Nesta fase do capitalismo, a exportação de capital sobrepujaria a simples exportação de mercadorias. E o resultado seria a divisão e dominação econômica e territorial do planeta pelas grandes potências imperialistas.

A luta pela conquista de mercados e territórios entre elas levaria o mundo às guerras de conquista e interimperialistas.”

Foi o primeiro dirigente da União das Repúblicas Socialistas soviéticas.

Expert em metodologia da ciência, contribuiu para o avanço da lógica dialética e da teoria do conhecimento e da doutrina do conhecimento.

Ao chegaram ao poder, Lênin e os bolcheviques proclamaram três decretos:
– da terra, que entregou a terra aos camponeses.
– da Paz, que determinava a saída da Rússia da guerra imperialista, iniciada em 1914.
– das Nacionalidades, que dava às nações subjugadas pelo nazismo, a opção da independência ou de integrar a ‘República Socialista Federativa Soviética’.

Lênin proclamou, em 30 de dezembro de 1922, a criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, formada por Rússia, Ucrânia, Moldávia, Belarus, Estônia, Letônia, Lituânia, Geórgia, Armênia, Arzeibaijão, Kazaquistão, Turcomenistão, Quirguistão, Uzbequistão e Tadjiquistão, e que espalhou seu poder em vários outros países da Europa.

Lênin foi substituído no poder, em 1922, por Joseph Stalin, cuja era discutiremos na etapa russa deste projeto.

Uma hemorragia cerebral causa a morte de Lênin no dia 21 de janeiro de 1924.

Ao final da II Guerra Mundial, o mundo ficou dividido em dois grandes blocos: os aliados dos EUA, e os aliados da URSS (incluindo alguns países que foram anexados, durante e após a guerra), quando teve início a ‘Guerra Fria’, que ‘supostamente’ teve seu final com a queda do bloco soviético, em 1991.

Algumas frases importantes de Lênin:

“É uma antiga verdade que com frequência em política se aprende com o inimigo.”.
“Não há teoria revolucionária, mas sim prática revolucionária e vice-versa.”.
“O marxismo é todo-poderoso porque é certo.”.
“A revolução não se faz, se organiza.”.

Autor de vasta obra sobre o Marxismo, filosofia conhecida como Marxismo-Lêninismo, tais como: ‘O Desenvolvimento do Capitalismo na Rússia’ (1899); ‘Que fazer?’ (1902); ‘Um Passo à Frente, Dois Passos Atrás’ (1904); ‘Duas Táticas da Social-Democracia na Revolução Democrática’ (1905); ‘Materialismo e Empiriocriticismo’ (1909); ‘Imperialismo, fase superior do capitalismo’ (1916); ‘As Teses de Abril’ (abril de 1917); ‘O Estado e a Revolução’ (1917).

Outras informações, disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Lênin>;

<https://www.todamateria.com.br/Lênin/>; <http://www.vermelho.org.br/noticia/292396-1>

Acessos em: 05 abr 2018.

 

3º Movimento
Andante
A caminho do Parque Lênin.
Alegro
Saímos às 10 horas da manhã, e depois de caminharmos 20 minutos, apanhamos uma ‘guagua’ que nos leva até a ‘Praça Vermelha’.

 

Espaço
Esperamos e esperamos. Aqui na praça não conseguimos nada!

 

Após mais cerca de 30 minutos de espera, mudamos de lugar para continuar esperando.

Logo na esquina da Praça Vermelha, encontramos o Centro Cultural La Víbora.

 

Em busca da parada da ‘guagua’, na qual viajamos até a entrada do Parque Lênin.
Alegro

Ao chegarmos à entrada do parque, conhecemos Carolina, a égua que puxa a carroça que nos deixa próximo ao escritório do Parque Lênin.

 

Alegro
Chegamos!

 

Pauta: Parque Lênin.

Localizado ao sul da Província de La Habana, forma-se por um complexo arquitetônico cultural e ecológico. As 80.000 árvores, existentes aqui, foram trazidas de outras partes do país para integrarem o parque.

Objetiva fomentar a recreação aumentando o escasso índice de áreas verdes da região.

Concebido em 1969, quando Celia Sánchez, juntamente com um grupo de camponeses, fez materializar-se o projeto do parque.

Compõem o complexo do parque: Monumento a Lênin; Galeria de arte; Oficina de cerâmica; anfiteatro; escultura gigante de Lênin (na entrada do parque); restaurante ‘Las Ruinas’ (com vitral desenhado por René Portocarrero); Restaurante ‘Los Jagüeyes’; arena para rodeio; zoológico; aquário; Palácio Central de Pioneiros Ernesto Guevara; Memorial a Celia Sánchez; Praça de motocross; e o Monte dos Poetas.

5º Movimento
Andante
No parque.
Alegro
O transporte, dentro do parque, é feito em uma ‘bici-taxi’.

 

Somos bem recebidas por pessoas que gostam de seus trabalhos.
5º Movimento
Andante
Monumento a Celia Sánchez.
Alegro
Monumento a Celia Sánchez Manduley, localizado dentro do Parque Lênin, numa placa de bronze de 3,25 metros de altura. Esculpida na placa de bronze encontramos a figura de Celia Sánchez.

Ela fundou o Parque, porém faleceu antes da sua inauguração.

6º Movimento
Andante
Dois heróis.
Alegro
Encontram-se, neste parque, placas colocadas embaixo de árvores, sobre os ossos aqui enterrados, de Diego Bourquez Subiarbe (chileno) e Anibal Maur Sibanik (argentino), Combatentes Internacionais que pediram para serem enterrados em Cuba. Eles lutaram durante a Revolução Cubana, na Nicarágua e no Chile de Salvador Allende:

 

(7º Movimento
Andante
Memorial a Vladimir Ilich Ulianov
Alegro
Chegamos ao memorial com sol iluminando a parte traseira do mesmo, o que dificultou bastante a tomada de fotos.

 

Adágio
Minha primeira experiência frente à imagem de Lênin! Esculpida em mármore branco, ofereceu-me uma sensação de paz.

Paz por ele, pela importância de sua vida para nosso conhecimento da política, da dialética, e do socialismo.
8º Movimento
Andante
Pelas ruas da cidade.
Alegro
Encontro murais referentes às questões de patriotismo e aos heróis dos movimentos revolucionários.

 

9º Movimento
Andante
Aniversário da morte de Fidel Castro.
Espaço

‘Aniversário da morte de Fidel Castro’.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=F2HSOy2r4WA>
Acesso em: 11 mai 2018.

Alegro
Consigo alguns jornais do período do aniversário da morte de Fidel.

 

 

La Habana, 26.11.2017 (domingo)
1º Movimento
Andante
Visita ao Professor Dr. Mariano Isla.

Alguns(as) cubanos e cubanas  relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Mariano Isla.

 Revolucionário, educador, articulador da educação, estudioso e praticante do método de Paulo Freire.

Grande ser humano!

Isto não basta para sinalizar na direção de definir o professor Mariano.
Aqui não quero sua biografia, mas somente minhas palavras.

Mariano

 

Homem sincero
de alma grandiosa
carregada de afeto
puro afeto
e solidariedades
infinitas.
Incansavelmente demonstra
que pessoas não se bastam
quando estão sozinhas.
Que caminhos se constroem
com caminhares coletivos
compartilhados.
Seu olhar singelo
e fala mansa
engrandece os povos
trabalhadores do mundo
em lutas
por novos porvires.

Alegro
Conheci o Dr. Mariano, em Belo Horizonte, quando este ano, ele participou de vários encontros com professores, onde falou sobre suas experiências em educação através do Método Paulo Freire.

Segundo explicação da educadora Ceciana Melo, a educação, segundo Paulo Freire “É o aprendizado da democracia, do diálogo, da cooperação, da justiça, da escuta, enfim, do amor verdadeiro, do sonho de uma sociedade mais evoluída”.

O Dr. Mariano organizou minha residência artística em Cuba, através da carta da ‘Asociación de Pedagogos de Cuba’, onde faremos uma oficina de processos criativos, na qual serei a facilitadora.
2º Movimento
Andante
Caminhar em ‘La Habana Vieja’.
Alegro
Caminho sem rumo, seguindo os sons das músicas tocadas – ao vivo – nos bares e restaurantes desta parte da cidade.

A cada parada, passo alguns minutos ouvindo as canções e até mesmo danço um pouco na calçada.

Alguns músicos mostram suas excelências, tanto nos seus instrumentos com em suas vozes.

Fantástico!

Espaço
Para separar as áreas ‘somente para pedestres’ eles fincaram canhões no meio das ruas.

Incrível a reciclagem!

 

3º Movimento
Andante
Feira de livros de La Habana.

Alegro

Depois de passar pela praça, conhecida como praça da cerveja, deparo-me com uma placa que me leva à feira do livro, onde se vendem livros usados, cartazes de cinema, postais, e várias outras coisas.

Consigo comprar um álbum de figurinhas sobre a Revolução Cubana.

 

Encontro um livro do fotógrafo que fez a mais conhecida imagem Del Che – Alberto Korda – e o livro de José Martí, ‘La Edad de Oro’, escrito ara crianças.
4º Movimento
Andante
Alguns(as) cubanos e cubanas relevantes, no âmbito da Quinta Afinação do Projeto Senha Aberta: Alberto Korda.

 

Fotógrafo cubano que tornou Che Guevara mundialmente conhecido através da foto que fez – uma das fotos mais reproduzidas do mundo.

Nasceu em 14 de setembro de 1928, em La Habana, e faleceu em Paris, no dia 25 de maio de 2001.
Teve duas filhas: Diana Diaz e Norka Korda.

‘Alberto Korda – Havana Cultura’.
(A história de sua vida, em depoimentos do próprio fotógrafo).

Parte 1/2
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=65&v=PKA1YZeJnPo>
Parte 2/2
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=hivoWMDZ9vI>
Acessos em: 30 jul 2016.

Artigo amplo, sobre Alberto Korda, disponível em: <http://havana-cultura.com/es/artes-visuales/alberto-korda>
Acesso em: 30 jul 2016.

5º Movimento
Andante
A lavanderia.
Alegro
O serviço de lavanderia do conjunto de casas de hospedagem, da qual faz parte a casa em que me hospedo, me impressiona!

Inúmeras toalhas, lençóis, e outros panos passam em frente à minha porta para serem lavados todos os dias, em um serviço interminável.

 

Várias máquinas trabalham ao mesmo tempo, o dia inteiro, juntamente com trabalhadores (as) incansáveis.

Lava-seca
Seca-dobra
Dobra-entrega
Entrega-usa
Usa-suja.
Lava-seca
Seca-dobra
Dobra-entrega
Entrega-usa
Usa-suja.

Infindo!

Pelo menos até que a temporada do turismo tenha passado.

O serviço é redondo, bem redondinho!
Sem fim!

Os trabalhadores trabalham e conversam e sorriem.

Oxalá tivessem um pouco do conforto que aqui é oferecido aos turistas!

 

5º Movimento
Andante
Filme:
‘Fresa y Chocolate – GA80’.
Dirigido por Tomás Gutiérrez Alea, e Juan Carlos Tabío
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=WazN7dCyy-M>
Acesso em: 24 ago 2017.

 

La Habana, 27.11.2017 (2ª feira)
1º Movimento
Andante
Sobre imperialismo e América Latina.
Alegro
Dr. Atilio Borón, primorosamente nos fala sobre o imperialismo e a América Latina.

‘Dr. Atilio Borón – America Latina en el marco del imperialismo. 2017’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=w5uJWJMtbLE>
Acesso em: 28 ago 2017.

Ele situa a América Latina no contexto do imperialismo.
Alguns trechos da palestra:

“Segundo falou, em 2004, Karl Rove, assessor do presidente norte-americano, quando eles acusaram o Iraque de desenvolver armas de destruição em massa: “Nós somos o império. Nós criamos a realidade. E enquanto vocês estudam esta realidade, nós já estamos criando outras.“ (Como já citei, em inglês, mais no início deste texto).

A mídia é controlada pelos grandes capitais.

“A América Latina constitui a fronteira imediata do império” (do norte). (10min42seg).

“A grande ilha, encabeçada pelo norte, e composta de toda as Américas (e pelo Caribe). Os EUA necessitam que este bloco seja compacto.” (12min:40seg).

Atílio sugere a leitura da revista norte-americana ‘Foreign Policy’, para entender o funcionamento do imperialismo norte-americano.

“Nenhum império é eterno”. (17min:10seg).

“Os países poderosos, fora os EUA, são a Rússia e a China.” (21min:20seg).

“A América Latina e o Caribe formam a retaguarda de segurança dos EUA.” (23min:25seg).

A frase acima já foi falada, há cinquenta anos, por Fidel Castro.

“O Caribe tem mais de 40 bases militares norte-americanas”.

“A Venezuela tem mais petróleo do que os Emirados Árabes”. (25min:30seg).

“Todas as ditaduras militares da América Latina foram apoiadas pelos EUA”. (28min:00seg).

“Fidel foi o grande estrategista da luta anti-imperialista”. (30min:00seg).

“A tentativa dos EUA de estabelecerem a ‘ALCA’ foi a tentativa de estabelecer a integração da economia, quer dizer, da política.” (34min:20seg).

“O império tem muito boa memória e fez Dilma Rousseff e Cristina Kirchne pagarem muito caro por simpatizarem com Hugo Chavez”. (35min:20seg).

Fala do imperialismo cultural, quando convence as pessoas de que alguma forma de agir – de independência – está derrotada.

Declara que o império não improvisa.

“A biblioteca da Universidade de Havard tem a coleção completa – desde o primeiro número – dos jornais ‘La Prensa’, e ‘La Nación’. Imagina o que eles têm na Biblioteca do Congresso Americano!” (40min:30seg).

“Caiu o império soviético, mas apareceram Rússia e China.” (41mim:40seg).

“Os EUA têm bases estratégicas em Honduras, na Colômbia e no Paraguai.” (46min:00seg).

“Na ditadura da democracia mundial:

  • utiliza-se de ofensiva midiática;
  • desclassifica a autoridade;
  • causa o esquentamento das ruas;
  • realizam-se ações diretas.
  • cria crise geral para necessitar intervenção;
  • gera crise humanitária para gerar intervenção externa.”

O Estado burguês foi criado para solidificar a dominação da burguesia, e não para fazer concessões para mudanças sociais profundas.” (57min:25seg).

“As instituições somente servem para controlar o poder.”

“A América Latina necessita de uma nova educação política. Caímos vítimas do fetichismo do consumo, pensando que a expansão do consumo pelas camadas populares iria significar ideia política, consciência política, ou mesmo compromisso reformista.

Não se compreendeu o impacto da exacerbação do consumo.”

  • “Saídas possíveis segundo Atílio Borón:
  • produzir ideias para realfabetização da América Latina;
  • transformar a mídia monopolista.

Mas,

Como lutar contra esses monstros?

Os donos da ‘Fox’, recentemente declararam que atualmente temos no mundo cinco cadeias de comunicação, que controlam 80% da mídia. Porém, em breve, elas serão somente três. (E, é claro, a ‘Fox’ será uma dessas três!).”

“A América Latina é um continente em disputa.”.

Algumas vias possíveis:

  • encontrar formas de organizar o poder popular;
  • usar as redes sociais de forma inteligente;
  • produzir uma ‘batalha’ de ideias;
  • produzir informação;
  • romper os monopólios da mídia.

Adágio
É fundamental compreender este bloco que forma as Américas para observar em que direções poderiam ir as ideias revolucionárias, hoje cultivadas em Cuba, com uma possível reaproximação do Império-Norte, partindo do princípio que não tenho visto, concretamente, um ‘desbloqueio’ eficiente dos outros países que formam todo e qualquer lugar abaixo do Rio Bravo – fronteira dos EUA com o México, que sirva de suporte à Revolução Cubana, e neste sentido, fica muito fácil para a águia do norte sobrevoar a Ilha, e derramar, lá do alto, coca-cola por sobre as cabeças –  mentes – dos cubanos.

Outros documentários interessantes sobre as questões do imperialismo:

‘Consecuencias – América Latina Imperialismo’.
Ressalta a construção do Canal do Panamá, e a tentativa do governo Bush de montar a ‘ALCA’ (Tratado de Livre Comércio das Américas).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=vDjbBJ1koiY>
Acesso em: 28 ago 2017.

‘América Latina en la era de Donald Trump – A. Borón’.
Atilio Borón analisa o governo Obama, a ascensão de Donald Trump, e o surgimento do conceito de pós-verdade.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lZMfhHV52dw>
Acesso em: 29 ago 2017.

Alegro
Acredito ser impossível analisar Cuba neste complexo paredão formado pelas Américas e Caribe, sem buscar um mínimo de conhecimento do poderio norte-americano e das manipulações do capitalismo.
Em Cuba a luta do poder do norte não encontra um governo, encontra um povo que defende suas ideias de sociedade.
Espaço
Atualmente não têm moeda própria – utilizam o dólar norte-americano, os seguintes países: El Salvador, Panamá e Equador, além de Porto Rico, este transformado em Estado dos EUA.

Atílio Borón enfatiza que a burguesia mundial – a classe dominante – está organizada como nunca esteve antes na história.

E, que as esquerdas do mundo nunca estiveram tão desorganizadas como agora.
2º Movimento
Andante
Filme: ‘O Bloqueio: A guerra contra Cuba‘. (Legendas em português).
Nos apresenta como o embargo do império-Norte boicota não somente Cuba, mas inúmeros países, proibindo-os de negociar com a Ilha.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kTKWT60LouI>
Acesso em: 23 mai 2018.

 

La Habana, 28.11.2017 (3ª feira)
1º Movimento
Andante
Visita à Embaixada do Brasil em La Habana.
Alegro
Em visita rápida, apresento, pessoalmente, o projeto Senha Aberta a algumas pessoas que trabalham na Embaixada.
Espaço
Este é um lugar simples e confortável para os que trabalham com as relações políticas do Brasil com Cuba.
2º Movimento
Andante
Entrega de flores.
Alegro
Continuo a ação ‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.

Aprecio nosso ‘embate’, nas ruas de La Habana, perguntando a homens se eles permitem ser fotografados recebendo, de ‘regalo’, uma rosa branca.

Alguns – muito desconfiados – dizem ‘não’, logo de cara!
Alguns ficam um pouco em dúvida – me olhando nos olhos – até dizerem ‘não’.
Outros sorriem, mas ainda assim dizem ‘não’.

Os que aceitam, o fazem com prazer e felicidade, e agradecem com alegria pela flor recebida.

São lindos!

Entrego as flores do número 22/42 a 32/42,a : Recebem as flores: Miguel A. S. Dominguez; Marlon G. Medero; José Leyet; Maximo Alejandro; José Luis Covas; Ernesto Guevara Rodrigues; Erick Mota; Carlos Sureda; Juan Alberto G. Marín; Juan José Beltran; Norberto Sanchez, e Ricardo Reye.
3º Movimento
Andante
Renovação de ‘Visa’.
Alegro
Tenho uma ‘Visa’ para 30 dias, e, pelo fato de necessitar permanecer em Cuba por 37 dias, preciso renovar este documento.
Adágio
Apesar de, formalmente, a imigração funcionar até bem mais tarde, a encontramos de portas fechadas… somente outro dia!
4º Movimento
Andante
Aquisição de discos.
Alegro
Nesta minha busca de conhecimento sobre a cultura cubana, procuro CDs , e compro: ‘Latin Jazz – super hits’, com dois CDs, Santiago Feilú, ‘Ay, la vida’, e Chocho Valdéz, ‘Canto a dios’.
5º Movimento
Andante
Algumas reflexões.
Alegro
O mundo ao redor de La Habana.
La Habana, cidade bela, que me dá a sensação de estar em um país de ‘primeiro mundo’ (com desculpas por essa expressão através da qual os países são divididos de forma capitalista).

Algumas áreas da cidade têm avenidas largas por onde circulam carros novos e velozes.

Na ‘Habana Vieja’ – centro turístico – encontramos pequenas ‘tiendas’, que vendem artesanato, sorvetes, pequenos lanches, e carroças vendendo água de coco, entre outras coisas.
Os bares e restaurantes, com música ao vivo, atraem os turistas.
Alguns artistas de rua fazem ‘figuras vivas’, trocando sua arte por dinheiro.
Aqui acolá algumas pessoas se oferecem para serem fotografadas em troca de alguma graninha.

No centro da cidade predominam as casas coloniais, muitas usadas como ‘habitación’ para turistas, outras por pessoas simples do povo cubano.
Nestas áreas do centro a acessibilidade é pouca. As calçadas sem conservação… e a maioria das pessoas caminha pelas ruas, onde, geralmente, somente passam carros bem devagar, taxis e bici-taxis, dividindo as ruas com as pessoas.

Pão, sorvete, banana, alho ‘pelado’, e outras coisas, são vendidas por ambulantes que ‘cantam’ suas mercadorias rua acima, rua abaixo.

Por aqui, a vida cubana-cubana fervilha.

As pessoas se encontram nas ruas, falam alto, sorriem muito, e conversam, animadamente, nas calçadas.

Alguns ficam quietos, sentados nas portas das casas, silenciosamente, somente vendo a vida passar.

 

Cafeterias espalhadas por toda a cidade nos oferecem boa comida. Fisicamente confortáveis, são iluminadas minimamente, quase sempre com luzes que usamos nas árvores de natal.

Para mim, que tenho baixa habilidade visual – considero um ‘breu’!

Saindo mais para a ‘periferia’, parece igual a qualquer cidade de interior.

A coisa mais incrível é como o povo cubano faz uma fila, qualquer fila.
Ao chegar ao lugar desejado, se pergunta: quem é o último da fila? (Usam a palavra cola e fila).
Alguém responde: eu sou o último.
E então, você sabe quem está na sua frente.
Mais um pouquinho alguém pergunta: quem é o último? E você fala, eu… e assim por diante.

O detalhe fundamental é que não se fica, exatamente, numa fila… você pode ficar até mesmo do outro lado da rua… olhando a vez do seu ‘da sua frente’, para tomar seu lugar de atenção, pois será o próximo.

 

Aqui, acolá, um pequeno atrito, questiona quem está na vez.

Considero esta uma forma de organização da solidariedade. Cada um sabe o seu lugar, e tenta, ao máximo, respeitar o lugar dos outros.

As dificuldades enfrentadas pelas pessoas parecem não afetar seus humores, e certamente não afetam sua solidariedade.

Isso é lindo!

Nas praças centrais, nos bancos, órgãos públicos, empresas, hotéis, de luxo ou não, existe internet disponível para quem a desejar usar. Misturando as pessoas.

Isto é fantástico!

 

A segurança permite que possamos nos sentar numa praça, abrir o computador e usar a internet… o mesmo para celulares e outras tecnologias.

Como brasileira, chego a me ‘chocar’ alegremente.

O uso de duas moedas me confunde bastante… também pelo fato de eu não conseguir ver muito bem a diferença física entre os dinheiros, apesar de os CUP apresentarem os heróis nacionais, e os CUC, os monumentos nacionais.

O turismo divide o país em dois mundos diversos: o do povo e o dos estrangeiros. Dois mundos em um mesmo mundo! Mediados pelo embate cultural, o corpo-a-corpo desses dois mundos!

Os eventos culturais, em espaços públicos, são sempre gratuitos. Os artistas também mostram seus trabalhos nesses espaços, parte deles em favor da cultura, sem serem pagos para isso.

Em inúmeros bares e restaurantes os músicos são pagos para tocar e cantar.
A cultura fervilha!

O transporte – apesar de precário – funciona 24 horas em La Habana.
Algumas linhas de ônibus –  ‘guaguas’ – micro-ônibus –  têm ar-condicionado e TV.
Nas laterais dessas ‘guguas’, uma cortina com pequenas frestas – por onde se vê o mundo lá fora – impedem a entrada do sol excessivo.

Os alimentos de cada temporada são consumidos naquela temporada, tornando a alimentação mais pura, menos artificial do que a de muitos outros países.

As frutas têm o gosto e o cheiro das frutas de minha infância, quando não eram usados, no Brasil, tantos fertilizantes e agrotóxicos. Quando a agricultura familiar nos oferecia alimentos melhores, o que não ocorre hoje com o domínio do agronegócio.

Muito saborosos!

Fantástico!

 

La Habana, 29.11.2017 (4ª feira)
1º Movimento
Andante
Imigração.
Espaço
“Não atende mais hoje”. Às 10 da manhã, “não tem mais ficha”.
2º Movimento
Andante
Entrevistar e fotografar Frida Granados.
Alegro
Para ela, o que une sua memória à sua esperança é o amor entre todos os seres humanos.

Deseja que todos os povos possam viver em paz.

Sobretudo, salienta que o governo dos EUA, não vem desenvolvendo formas de acabar com a desigualdade, o racismo, a homofobia, a violência contra as mulheres. Não vem, também, desenvolvendo a felicidade para as pessoas.

3º Movimento
Andante
A escola onde José Martí estudou.
Alegro
O antigo ‘Colégio San Pablo’, onde José Martí estudou, encontrasse em processo de restauração.
A Oficina del Historiador responde pela obra.
No prédio, após a restauração, funcionará a Escuela Primaria Rafael María de Mendive.

 

Nos tapumes da obra, várias reproduções de fotos relacionadas a José Marti.
4º Movimento
Andante
Entrevistar e fotografar ‘Rosa’.
Alegro
Em sua memória e na sua esperança: que todos que tenham uma profissão a tilizem como ela utilizou a sua. Que gostem de sua profissão, que a ame de paixão, como ela fez, como enfermeira, durante toda a sua vida.
Agora trabalha na portaria de uma escola para adolescentes.
Adágio
Ela foi ‘orientada’ para não se deixar fotografar.
Não vou fazer mais comentários para não prejudicar a Rosa.
Oferecrei uma rosa vermelha para a Rosa negra.
Espaço
Hoje foi um dia longo, longuíssimo, buscando mulheres para o projeto.

 

Aqui e agora
o cansaço me vence
como se nada houvesse
que eu pudesse fazer
além de dormir.
Porém
a noite ainda tarda a chegar
e se durmo agora
que farei à noite
se nem ao menos posso
gastá-la um pouco
saindo no lusco-fusco noturno?
Fico ‘azeitando o eixo do sol’ até vê-lo partir para iluminar
o outro lado do mundo.

 

La Habana, 30.11.2017 (5ª feira)
1º Movimento
Andante
Oficina ‘Processos Criativos’
Alegro
Dezesseis pessoas participam da oficina de processos criativos, que hoje realizamos na Asociación de Pedagogos de Cuba.
O público compõe-se de professores, psicólogos, artistas etc.
Cada um deles vem de um trabalho social, e em busca de aprimoramentos.

A primeira dinâmica, realizada para construir uma consciência de grupo, trabalhando a cooperação para a fluidez deste dia.

 

Para desenvolver nossas ideias sobre criatividade, utilizamos pedras (cada um trouxe a sua pedra), e eu colei – em cada uma delas – uma palavra diferente, com as quais vamos nos envolver.

As palavras: subjetividade; objetividade; intuição; sonho; liberdade; empenho; cultura; crer; atividade; ação; limite; observação; memória; medo; associação; língua; tensão.

 

Cada participante, ao retirar sua pedra do centro da roda, sem saber qual palavra está colada na pedra, desenvolve os pensamentos que sua palavra sugere.

Buscamos elaborar conceitos e reduzir o tempo necessário para a tomada de decisões. Esse processo gera certa pressão psicológica a cada palavra que surge na roda, porque todos podem desenvolver ideias sobre as palavras dos outros, mas somente depois do ‘dono’ (a) da palavra retirada do centro acabar de expor suas falas.

 

A última dinâmica do dia aprofunda a habilidade auditiva e as buscas por parcerias, através de sons similares a serem encontrados, em caixinhas iguais por fora, mas que têm dentro delas objetos que produzem sons diferentes.
Cada duas pessoas do grupo têm uma caixinha que produz o mesmo som.
As pessoas devem encontrar quem tem o mesmo som na caixinha.

Foram discutidos o individual e o coletivo.
Em vários momentos tentei salientar que o coletivo é formado por vários individuais, e que ao desenvolver as capacidades individuais se aprimoram as capacitações nos coletivos, nos seus espaços de trabalho, de convívio sociocultural. Pois não havendo duas pessoas exatamente iguais, sempre há o indivíduo no coletivo, como parte integrante, essencial dele.

Espero ter feito alguma diferença, ter transformado algum(s) deles.
Não os tornado melhores nem piores, somente ter sido capaz de acrescentar algo útil para eles.

O surgimento, na roda, das palavras ‘sonho’ e ‘liberdade’, geraram um ruído bem interessante, mas não conseguimos aprofundar bastante esses dois temas.
Adágio
Creio que aqui sintetizo os 45 anos que passei desejando vir a Cuba, e que agora o faço.
Alegro
Trabalhamos o dia inteiro. E se mais tempo tivéssemos eu estaria até hoje (no momento da revisão deste texto, setembro de 2018) com eles.

2º Movimento
Andante
‘Uma rosa branca para o amigo sincero”.
Alegro
Entrega das flores brancas a números 34/42 a 37/42, a:  Miguel Angel Anaya; Dagmar S. Cruz Perez; José Manuel Novales, e a Adrian Garcia Santiestevan.

 

La Habana, 01.12.2017 (6ª feira)
1º Movimento
Andante
Compra de passagem.
Alegro
Resolvemos, finalmente, meu primeiro passeio turístico em Cuba. Vamos a Las Terrazas, no domingo.
2º Movimento
Andante
Percurso do Granma.
Alegro
Encontro, em um mural em calçada próxima ao hotel onde compramos as passagens para o domingo, um mural com todo o percurso do Veleiro Granma.
3º Movimento
Andante
Filme: ‘Viva Cuba’ – (2005).
Direção: Juan Carlos Cremata Malberti.
Apresenta as relações entre crianças, suas contradições, problemas e soluções.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2fFnBcPrjtM>
Acesso em: 24 ago 2017.

4º Movimento
Andante
La luna.
Alegro
A lua cheia vista de La Habana.
Gosto de olhar a lua. Parece que me transporta para algum lugar romântico não existente.

Homenageio meu irmão que aniversaria hoje.

5º Movimento
Andante
Filme: ‘90 millas – (2005)’.
Direção: Francisco Rodríguez.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GJC-vfodASA&t=244s>
Acesso em: 23 ago 2017.

 

La Habana, 02.12.2017 (sábado)
1º Movimento
Andante
Calle San Miguel.
Alegro

O meu caminhar
de câmera nas mãos
rua acima, rua abaixo
em calle San Miguel, en centro Habana.

2º Movimento
Andante
Filme: ‘Now!’ (1965).
Direção: Santiago Alvarez.
Curta-metragem, quase um videoclipe, usando a canção now.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2E432cI5V3c>
Último acesso em: 10 abr 2018.

3º Movimento
Andante

Filme: ‘El Benny’ (2006).

Direção: Jorge Luis Sánchez.
O filme retrata a vida do cantor e compositor cubano dos anos 50, Benny Moré.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6-Qe2l6VZt4&t=160s>
Acesso em: 24 ago 2017.

 

La Habana, 03.12.2017 (domingo)
1º Movimento
Andante
Viagem de La Habana a Las
Terrazas.

 

Alegro
Logo cedinho, saímos da rodoviária de La Habana, para passarmos o dia na reserva ecológica Las Terrazas.
2º Movimento
Andante
Las Terrazas.

Pauta: Las Terrazas.

A comunidade de Las Terrazas, acentamento montanhoso, está localizada na Sierra del Rosario, na Província de Artemisa.
Tem extensão de 5.000 hectares, e população de 1.000 habitantes.
Compõe-se de uma zona de desenvolvimento sustentável, dedicando-se ao turismo, com várias áreas e diversas atividades para os visitantes.

Os residentes contam com duas escolas, (primária e secundária), espaços de convívio comunitário e biblioteca; posto médico, clínica estomatológica, laboratório clínico, farmácia, e duas casas de ‘médico de família’; Um museu comunitário e a Casa do cantautor Polo Montañez.

Mais informações, disponíveis em: <https://www.ecured.cu/Las_Terrazas>
Acesso em: 20 mar 2018.

 

Las Terrazas, 03.12.2017 (domingo)
1º Movimento
Andante
Em Las Terrazas!
Alegro
Caminhamos com um guia, para conhecer o projeto.
Há, como parte do programa, uma travessia em cabo de aço sobre parte de uma lagoa.

Eu preferi não passar por esta experiência. Tenho medo de altura, de cair na água, e não preciso provar nada para ninguém.

 

2º Movimento
Andante
Museu-casa Polo
Casa do cantautor Polo Montañez, onde se expõem imagens e documentos deste importante artista cubano da música tradicional.
3º Movimento
Andante
O Rio San Juan.

 Pauta: Rio San Juan.

Nasce no Concelho Popular de Triunvirato, município de Limonar, em Matanzas.

Sua bacia tem extensão de 372 Km2, dos quais 222Km2, na Província de Matanzas.

Quase sessenta e seis mil habitantes vivem na bacia do rio San Juan, a maioria nas cidades banhadas pelo rio, que hoje conta com 48 focos de contaminação, entre elas a causada por usinas de açúcar.

Informações disponíveis em: <https://www.ecured.cu/R%C3%ADo_San_Juan>

Acesso em: 14 abr 2018.

 

4º Movimento
Andante
Meu dia de folga.
Alegro
Para comemorar este meu dia de folga – finalmente de folga – eu tomo uma cerveja estupidamente gelada. Realmente a minha primeira cerveja na Ilha.

Havia sim, tomado um copinho antes, mas não uma latinha completa para mim.

Que delícia!

 

Meus pés

 

Pés já idosos
Doem!
Ai meus pés!
de tantos caminhares.

Fatigados
porém, sempre à procura
de outros caminhares.

 

Perguntam-me
olhando-me
desde a base do meu corpo:
que buscas?

Quem sabe, estar sempre perdida!

 

Sinto a água do rio aos meus pés. Reflito sobre tantas águas!

 Adágio
 

Este rio

 

O meio do rio
forrado de pedras
imóveis…
que águas revoltas
em dia de sol
ou em noite de lua
revirarão estas pedras
e mostrarão outros lados
hoje invisíveis
do leito deste rio?
5º Movimento
Andante
Viagem de volta a La Habana.
 
La Habana, 04.12.2017 (2ª feira)
1º Movimento
Andante
Entrevistar e fotografar Amparo Sanchéz.
Alegro
Para ela, em sua memória o convívio com os filhos, que agora vivem nos EUA, e lamenta que os americanos não a deixem visitar os filhos. Deseja que eles permitam a ela, que tem casa e meio de vida em Cuba, ir visitar os filhos.

 

2º Movimento
Andante
Filme: ‘Hasta cierto punto’ (1983).
Direção de Tomás Gutiérrez Alea.
Relata problemas diários de uma comunidade cubana.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FSFga7hoVog>
Acesso em: 22 ago 2017.

 

La Habana, 05.12.2017 (3ª feira)
1º Movimento
Andante
‘Uma rosa branca para o amigo sincero’.
Alegro
Entrego as flores 38/42 e 39/42, a: Nivaldo B. Mazo, e Reinier C. Morales.

 

La Habana, 06.12.2017 (4ª feira)
1º Movimento
Andante
Conversa de Rádio.
Alegro
Entrevista com o fotógrafo cubano Henrique Smith.

Alegro
Entrevista sobre a ‘Refotografia’, com Katia Hernández e Enrique Smith: ‘El Santo Ángel y el tiempo que vuelve‘.
Disponível em:

<http://www.ipscuba.net/espacios/setenta-x-70/diario-fotografico/el-santo-angel-y-el-tiempo-que-vuelve/>
Acesso em: 14 abr 2018.

2º Movimento
Andante
‘Uma rosa branca ao amigo sincero’.
Alegro
Entrego as flores 40/42 a 42/42, a: Victor Manuel Borrero; Frank Ernesto, e Orestes Diaz.
Espaço
Esta ação do Senha Aberta, fica na memória. Na minha, pela existência destes dias em Cuba. Nas memórias deles, espero eu, por terem recebido rosas brancas.

Viva Cuba!

3º Movimento
Andante
Bagagem.
Alegro
Depois de 37 dias em Cuba, arrumo minhas malas para viajar de volta ao Brasil.

Itens mais importantes da minha bagagem:

*13 bolas – 06 de futebol, 06 de voleibol e 01 de beisebol, que serão entregues às 13 crianças da Escola Municipal Prefeito Amintas de Barros, de Belo Horizonte. Uma mala somente para as bolas!

*Livros, discos, e dois instrumentos musicais adquiridos e/ou ganhos em Cuba;

*Um tripé, um prato azul que ganhei em Cuba, relógio, minhas roupas, meu travesseiro etc.

E, na bagagem de mão;

*Meus 03 cadernos grandes e 01 pequeno, com o dia-a-dia do projeto;

*Estandarte, completo, com suas flores, e a borboleta amarela. *Duas câmeras fotográficas, um gravador de voz, uma lanterna, computador, e outros pequenos equipamentos;

*Todo o material fotográfico gravado em pen driveres;

E, também,

Eu!

2º Movimento
Andante
Despedidas.
Alegro
Vou à casa central – a da rua San Miguel – e me despeço das pessoas da recepção, e do amável pessoal da cozinha.

Ficarei com saudades!

 

La Habana, 07.12.2017 (5ª feira)
1º Movimento
Andante
De ‘minha’ casa ao aeroporto de La Habana.
Alegro
Vou de taxi. Em um dos antigos carros americanos.

 

2º Movimento
Andante
Damarys Benavides.
Alegro/Adágio
Esta foi uma grande tarefa que Damarys executou comigo!

Com alegria e com olhos-nos-olhos estivemos juntas e trabalhamos muito!

Muchas gracias!
Muito obrigada!
Thank you!

3º Movimento
Andante
Viagem de La Habana a Cidade do Panamá, pelo voo CM 219. Copa Airlines.

Saída de La Habana às 11h45min.
Chegada à Cidade do Panamá: às 14h29min.

 

Cidade do Panamá, 07.12.2017 (5ª feira)
1º Movimento
Andante
Saída de Cidade do Panamá às 15h33min.
Chegada à Belo Horizonte:
às 01h25min, do dia 08.12.2017.
 

Belo Horizonte, 08.12.2017 (5ª feira)
1º Movimento
Andante
Chegada.
Alegro
Chego ao meu ninho e à minha casa.

Estou feliz em estar de volta.
Estive feliz em Cuba.

Viva Cuba!

Adendo 1

Pela dimensão que tem a Revolução Cubana, este projeto deixa de falar sobre inúmeros revolucionários e revolucionárias, dirigentes, artistas e pessoas que de alguma forma foram e são importantes dentro do contexto da vida Cubana.

Adendo 2

Existe, na rede mundial de computadores, uma profusão de artigos, falas, vídeos, filmes etc., que discutem os problemas da Revolução Cubana, que colocam seus dirigentes como ditadores, e questionam a vida do povo e os objetivos da Revolução.

Podem ser encontradas críticas construtivas, que discutem os logros e malogros da Revolução.

Podem ser encontrados falas de milhares de dissidentes do regime cubano, que falam, em sua maioria, desde o Império-Norte – e esses são os que preferem estar do lado dos mais poderosos.

Sei que existiram e existem problemas referentes a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão artística, e algumas questões com as quais o regime cubano teve e tem dificuldades de lidar.

Consigo compreender o puxa-repuxa entre os ideais e as ideias da Revolução, e as contradições geradas desde 1959.

Acredito que hoje o país encontra-se em grandes dificuldades financeiras, que geram problemas relacionados à escassez de alimentos e à falta de matérias-primas.

Eu me responsabilizo por minhas opiniões neste projeto e fora dele, e gostaria de salientar que mediante as ameaças do capitalismo selvagem amplamente estabelecido em toda a América Latina e Caribe – somente para falar nas Américas – eu me coloco na posição de defender Cuba e o povo cubano e deixar elogios à sua força e capacidade de decidir seus próprios destinos.

Viva Cuba!
Viva a Revolução Cubana!
Viva o fantástico povo Cubano!

 

Outros links:

‘Monumentos Nacionales de Cuba’.

Disponível em: <https://www.ecured.cu/Monumentos_Nacionales_y_Locales_(Cuba)>
Acesso em:31 ago 2017.

Uma ineressante entrevista sobre os rumos dos trabalhadores no futuro do capitalismo, podemos ver na entrevista a Jonathan Crary.
Disponível em: <https://blogdoims.com.br/o-sono-contra-a-mercantilizacao-quatro-perguntas-a-jonathan-crary/>
Acesso em: 22 out 2017.

Site brasileiro de notícias e comentários: <http://www.vermelho.org.br/>
Acesso em: 23 jan 2018.

Sobre memória e história:

‘DEPRAC – Aula: Memória e História em Walter Benjamin’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RfmXD6gMkK8&t=81s>
Acesso em: 26 ago 2017.

‘Galeano: No vale la pena vivir para ganar, vale la pena vivir para seguir tu conciencia’. (Sobre Cuba).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ICsnSAyJABY&t=656s>
Acesso em: 25 ago 2017.

 

Certeza
(Agostinho Neto)

 

Não me peças sorrisos
que ainda transpiro
os ais
dos feridos nas batalhas.
Não me exijas glórias
que sou eu o soldado desconhecido
da Humanidade.
As honras
cabem aos generais.

 

A minha glória
é tudo o que padeço e que sofri
os meus sorrisos
tudo o que chorei.

 

Nem sorrisos, nem glória.

 

Apenas um rosto duro
de quem constrói a estrada
por que há de caminhar
pedra após pedra
em terreno difícil.

 

Um rosto triste
Por tanto esforço perdido
– o esforço dos tenazes
que à tarde se cansam.

 

Uma cabeça sem louros
porque não me encontrei
no catálogo
das glórias humanas.

Não me descobri na vida
e selvas desbravadas
escondem os caminhos
por que hei de passar.

 

Mas hei de encontrá-los
e segui-los
seja qual for o preço.

 

Então
num novo catálogo
mostrar-me-ei
o meu rosto
cercado de ramos de palmeira

 

e terei para ti

os sorrisos que me pedes.

 

(NETO, AGOSTINHO. Poemas de Angola. Codecri Ltda, Rio de Janeiro, 1976, p. 34/35).

 

Encontrado – um pouco diferente – com o título de ‘Não me peças sorrisos’.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=VFOjhW1-bj0>
Acesso em: 17 fev 2017.

 

E, mirando a esperança-luta:

‘Agostinho Neto, Havemos de Voltar. Por Flávia Fontes’
Refere-se a Angola, mas que serve para todos nós.

Dedicado a todos os povos obrigados a deixarem sua terra ancestral em benefício de invasores-saqueadores.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cA3nrbM9Egg>
Acesso em: 17 fev 2017.

Cantado por Pablo Milanés.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=t6bwmaBHQKm>
Acesso em: 17 fev 2017.

 

Lista de livros comprados ou ganhos nesta etapa do Senha Aberta:

Album de La Revolución Cubana. Editado pela Revista Cinegrafico S/A. (Sem data de publicação).

BERMÚNDEZ, Jorge R. Pablo – desde uma imagem. Pablo de La
Torriente Brau.
Praça VermelhaPablo de La Torriente Brau. La Habana. 2014.

Centro de Estudos Ernesto Che Guevara. Che, desde la memoria. Ocean Press. Cuba. 2004.

GUEVARA, Ernesto Che. Cartas de Despedida. La Habaha, Ocean Sur e Ocean Prass, 2017.

BÁEZ, Luis, e DE LA HOZ, Pedro. Caravana de la Liberdad, Ocean Sur, Cuba, 2014.

CAITO, Carlos Torres. Alberto Korda. Aurelia Internacional s/A. Espanha. 2006.

MARTÍ, José. La Edad de Oro. Instituto Cubano del Libro. Editorial Gente Nueva. La Habana. Sexta edição. 2000.

MARTÍ, José. Versos Sencillos. Coleción Sur Editores, nº. 231, Cuba.

NERUDA, Pablo. Canto Geral. Rio de Janeiro, Record/Altaya, Coleção Mestres da Literatura Contemporânea, nº. 51. Record/Altaya. Rio de Janeiro/São Paulo.

NETO, Agostinho. Poemas de Angola. Codecri Ltda, Rio de Janeiro, 1976.

RELOBA, Xenia. (Compilação). Arte Digital – Memorias.

Centro Cultural Pablo de La Torriente Brau. La Habana. 2012.

RONDA, Denia García (compilação). Cartas del Presídio. Pablo de La Torriente Brau.  Centro Cultural Pablo de La Torriente Brau. La Habana. 2014.

Vários autores. Girón, Los días gloriosos de una batalla. Cuba. 2007.

VILLAÇA, Mariana. Cinema Cubano, Revolução e Política Cultural. São Paulo, Alameda, 2010.

Brochuras:

El cartel em el centro. Centro Cultural Pablo de La Torriente Brau.

La Epopeya del Granma. Oficina de Asuntos Históricos del Consejo de Estado.             La Habana. 2016.

La Fuerza del Mito. Complejo Escultórico Comandante Ernesto Che Guevara.

Unidos para Educar. Asociación de Pedagogos de Cuba.

Diálogo Gigante, entre educadores. Asociación de Pedagogos de Cuba.

Reflexiones sobre una experiencia. Asociación de Pedagogos de Cuba.

Especial Caros Amigos. Desafios de Cuba.

 

Apoiam este projeto:

  • Arquivo Nacional, Memórias Reveladas. Rio de Janeiro. Brasil;
  • Câmara Municipal de Grândola. Grândola. Portugal;
  • Casa da América Latina. Lisboa. Portugal;
  • Encontros da Imagem. Braga. Portugal;
  • Albertina Malta. Pesquisadora. Recife. Brasil;
  • Demolición/Construcción. Córdoba. Argentina;
  • Arquivo Provincial da Memória. Córdoba. Argentina.
  • Matucana 100 – Centro Cultural. Santiago do Chile.
  • Assemblage. Johannesburgo. África do Sul;
  • Embaixada do Brasil na África do Sul.
  • Instituto Imersão Latina. Belo Horizonte. Brasil.
  • Associação Cultural José Martí. Belo Horizonte. MG. Brasil.
  • Asociación de Pedagogos de Cuba. La Habana. Cuba.

 

 

 

Revisores:

Marta Velozo.
Maria Regina Pilati Pereira.
Jango Nery Veloso Enamorato.

 

Eliane Velozo, Belo Horizonte, 30 de setembro de 2018.

Outros projetos de Eliane Velozo: www.elianevelozo.com.